BRASIL

Presidente do Conselho de Ética pedirá informações sobre Vargas e doleiro

O presidente do Conselho de Ética e Decoro Parlamentar da Câmara dos Deputados, Ricardo Izar (PSD-SP), fará um pedido à Polícia Federal sobre a investigação do caso que apura as relações do deputado André Vargas (PT-PR) com o doleiro Alberto Youssef. A decisão é uma forma de adiantar o andamento da investigação que pretende apurar se houve quebra de decoro por parte de Vargas.

"O relator pediu e agendamos na PF na semana que vem para ter acesso a algumas informações. Muito coisa foi divulgada através da imprensa", disse Izar. Com isso, se o relatório preliminar do relator Júlio Delgado for aprovado no Plenário do conselho, a investigação ganharia tempo com esse passo. "Para que na segunda fase (se o relatório preliminar pedir a investigação e for aprovado) a gente tenha acesso às informações. Não podemos ter acesso a isso agora, mas podemos deixar comunicado à PF que vamos precisar disso para a segunda fase", afirmou ele.

Izar comemorou a decisão do presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), que indeferiu a questão de ordem formulada pelo deputado Zé Geraldo, que durante a sessão de abertura do processo no Conselho de Ética tentou barrar a investigação sobre quebra de decoro. Izar havia indeferido e o petista recorreu à presidência da Casa. Alves rejeitou o recurso na manhã desta terça-feira. "(A rejeição) já era regimental, estava bem lastreada", declarou Izar. "Agora o presidente confirmou isso e nos deixou mais tranquilos", emendou o presidente do conselho.

José Dirceu

Izar falou a respeito da escolha de Júlio Delgado para a relatoria do caso, o que acabou gerando uma coincidência. Durante as denúncias do mensalão, em 2005, o pai de Izar, Ricardo Izar, escolheu o mesmo deputado para relatar o processo de cassação de José Dirceu. Ele disse que, a partir do sorteio da lista tríplice, o nome de Delgado ganhou força em função do trabalho feito na época.

"Escolhi o Júlio justamente por esse caso. Ele pegou um caso difícil, que foi a relatoria do José Dirceu, um caso complicado, de notoriedade e fez um relatório brilhante", afirmou o presidente do conselho. "Foi um relatório contundente", avaliou Izar. Também pesou outro aspecto. Izar afirmou que pediu celeridade para o andamento dos trabalhos e Delgado sinalizou na mesma direção.

O presidente do Conselho de Ética afirmou que decidiu substituir a data da próxima sessão do conselho por causa do feriado de Páscoa. Inicialmente, seu plano era fazer a sessão na próxima semana. "Muitos dos deputados podem não estar aqui (em Brasília) e não podemos correr o risco de ter um quórum talvez parcial, que tenda para um lado ou para o outro", argumentou ele.

Com isso, a sessão ficou para a terça-feira, dia 22 de abril, depois do feriado de Páscoa. Izar afirmou que a escolha da terça-feira também teve razão de ser. Se o relatório preliminar de Delgado pedir a instalação do processo e o texto for aprovado, a ideia é fazer uma segunda sessão na mesma semana. Izar acredita que pedidos de vistas ao relatório preliminar sejam feitos com objetivo de protelar o processo.

(iG)


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