PERNAMBUCO

Preso no Recife líder de máfia italiana foragido há mais de 20 anos

Foi preso na manhã desta terça-feira, no Recife, um homem acusado de liderar uma máfia italiana. O estrangeiro, condenado à prisão perpétua pela justiça italiana, estava foragido desde 1986. Scotti Pasquale apresentava-se como empresário na cidade e utilizava falsa identidade, cadastro de pessoa física e título de eleitor obtidos ilegalmente.


Scotti foi preso esta manhã, quando levava os dois filhos que teve com uma brasileira à escola. Ele se apresentava como Francisco de Castro Visconti e morava há 28 anos no bairro do Sancho, zona Oeste da cidade. Ele disse à polícia que a família brasileira não sabia de sua verdadeira identidade e que fugiu para o Brasil para não ser morto.

A prisão foi realizada pela Polícia Federal (PF), em ação conjunta com a Interpol. A comparação das digitais possibilitou à Interpol no Brasil identificar a localização do foragido. A operação foi determinada pelo Supremo Tribunal Federal (STF) menos de 24 horas após o pedido formal pela prisão do italiano. Agora, as autoridades italianas darão início ao processo de extradição do acusado para seu país de origem.


O foragido teve sua prisão decretada pela justiça italiana em 1991, após condenação pela prática dos crimes de porte ilegal de armas de fogos, resistência, extorsão e mais de 20 homicídios, crimes cometidos entre 1980 e 1983. De acordo com o inquérito, os integrantes da máfia usavam de armas de fogo, intimidação e ameaça.


Uma entrevista coletiva de imprensa está sendo concedida no final da manhã pela Polícia Federal em Brasília, no edifício sede da PF, no Distrito Federal. À tarde, o superintendente da PF em Pernambuco, Marcelo Diniz, também vai se pronunciar no Recife, sobre o caso.


Histórico – Scotti Pasquale foi descrito como uma personalidade suave e implacável, de laços estreitos com os serviços secretos. Desde 1985, estava na "maior lista de procurados" do ministério italiano do Interior por homicídio, ocultação de cadáver e outros crimes.


Em 17 de janeiro de 1990, um mandado de captura internacional foi emitido contra ele, para ser preso para a extradição. Em janeiro de 2005, o italiano recebeu uma sentença de prisão perpétua por uma série de 26 assassinatos registrados entre os anos de 1982-1983, durante a guerra entre a Camorra NCO e a Nuova Famiglia.


Chegaram a ser feitas especulações de que ele teria sido morto por facções rivais na Camorra, por ter virado testemunha do estado ou por saber demais sobre o envolvimento de políticos e serviços secretos. 

Diario de Pernambuco


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