BRASIL

Primeiro “rolezinho” de Salvador está sendo organizado pelas redes sociais

O movimento “rolezinho” tem dado o que falar nas cidades brasileiras. Caracterizado como um encontro de jovens organizado pelas redes sociais, o movimento chega a reunir centenas e até milhares de pessoas, preferencialmente em shopping centers. Em Salvador, um grupo de jovens se organiza para fazer o primeiro rolezinho, dia 1º de fevereiro, às 17h, no Shopping Barra.

O objetivo, segundo Álvaro Ibirá Guassu, um dos organizadores na capital baiana, é chamar a atenção para a falta de espaço para esses jovens que querem apenas se reunir com a finalidade de diversão. “Estamos nos solidarizando com esses jovens que estão sendo tratados com preconceito e estão sofrendo por isso. É preciso democratizar os espaços, inclusive os de lazer”, explica.

Em São Paulo, o fenômeno começou no final do ano passado promovendo diversos encontros em alguns shoppings da capital. A novidade chegou a assustar alguns lojistas que fecharam as portas mais cedo, atraindo ainda mais a atenção dos consumidores. Casos de furto e arrastão foram relatados, mas as administrações dos centros de compra não confirmaram as ocorrências.

Em nota, o Shopping Barra, por meio da assessoria de imprensa, informou que, de acordo com o art. 5º da Constituição Federal, respeita a liberdade de expressão e reunião pacífica, assim como preza pela integridade, segurança e bem estar de todos os seus frequentadores e corpo de funcionários. Já a assessoria da Secretaria de Segurança Pública da Bahia (SSP) informou que o setor de inteligência vai continuar monitorando as redes sociais, e que não há motivos para pânico.

Participantes
De acordo com o organizador do rolezinho Salvador, não há um perfil específico de participantes, “pelo resultado da convocação em uma rede social, as pessoas envolvidas parecem ser bem politizadas e insatisfeitas com o sistema”, disse Álvaro. Ele afirmou também não ter nenhuma ligação com partido político, mas que está recebendo apoio da União da Juventude Socialista.

O presidente do Sindicato dos Lojistas do Comércio do Estado da Bahia (Sindilojas), Paulo Motta, demonstrou preocupação com o movimento. “Isso pode trazer um clima de intranquilidade, além de expor a atividade econômica do equipamento. Os clientes poderão ter que escolher outro shopping neste dia, levando prejuízo aos lojistas do Barra”, reclama. Ele enfatiza ainda que a ação acabe atraindo pessoas engajadas e outras que podem querer bagunçar no local.
Álvaro disse não saber quantas pessoas irão ao encontro, mas garantiu que a manifestação é pacífica e que cada um é responsável pelos seus atos. “Não temos como controlar quem vai ao encontro, mas esperamos que as pessoas estejam cientes de que o objetivo não é a baderna”, enfatiza Guassu.

 iG Bahia


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