RIO GRANDE DO NORTE

Procura por energia solar cresce 124% em um ano e chega a praticamente todas as cidades do RN

Segundo APER, 18 mil imóveis recebem energia renovável no estado, atingindo 164 das 167 cidades do estado. Motivação está na economia na conta de luz e também na sustentabilidade ambiental.

O interesse pela energia solar cresceu 124% no Rio Grande do Norte em 2021. O aumento foi publicado em um levantamento da Associação Potiguar de Energias Renováveis (APER), que apontou que o estado investiu mais de R$ 543 milhões no segmento no último ano.

crescimento foi maior do que a média nacional (78%) e a do Nordeste (95%) – e a expectativa é de que em 2022 o investimento supere o R$ 1 bilhão no RN.

O relatório aponta ainda que a instalação tem se espalhado por todo o estado. Atualmente, 164 dos 167 municípios do RN possuem pelo menos algum imóvel ou empreendimento com energia solar, o que representa 98% das cidades do estado.

Segundo o levantamento, são mais de 18 mil domicílios residenciais, comerciais e industriais que recebem energia renovável no estado. Em 20 anos, esse aumento foi de mais de 200%, saindo de 6 mil.

Em número absolutos, o Rio Grande do norte fica atrás apenas da Bahia, Ceará e Pernambuco em relação ao investimento em energia solar do RN.

De acordo com o vice-presidente da APER, responsável pelo levantamento, o aumento constante no preço da energia elétrica tem motivado o crescimento nas buscas.

“Os elevados reajustes nas tarifas de energia elétrica, que vêm ocorrendo sistematicamente em índices superiores à inflação nos últimos anos e com perspectiva de novos aumentos reais, têm contribuído para que a energia solar distribuída tenha se tornado extremamente atrativa sob o ponto de vista econômico-financeiro, representando economia imediata e duradoura para os produtores-consumidores e apresentando baixos prazos para o retorno dos investimentos”, comentou .

Por conta das quedas nos volumes dos reservatórios que abastecem as hidrelétricas, a conta de luz tem passado por frequentes aumentos. De 2015 a 2021 a tarifa cresceu mais que a inflação, segundo dados da Associação Brasileira dos Comercializadores de Energia (Abraceel). Em 2021, a tarifa ficou 16,3% mais cara.

Usuários visam economizar

Diminuir o peso no bolso na hora de pagar a conta de luz têm feito o planejamento de várias famílias e comércios passarem pela instalação de placas solares.

Alayde Passaia, por exemplo, pensou em uma usina solar própria já no momento de construir a casa, há dois anos. O imóvel conta com cinco quartos e vários eletrodomésticos, que consomem uma grande quantidade de energia elétrica, segundo ela.

“A gente economiza cerca de R$ 800 por mês, que é o que a gente programou realmente”, explicou.

A energia gerada nas placas em cima de casa é registrada em um aparelho e ela consegue conferir a produção através de um aplicativo.

“Durante o dia, funciona a usina solar, em que a gente consome ar-condicionado, forno elétrico, chuveiro. A noite a gente consome da Cosern. E isso automaticamente existe uma compensação de crédito e despesa. Assim, fim do mês eu posso ter gerado tanto crédito, porque eu usei menos, e aí esse crédito pode passar pros meses seguintes”, explicou.

O empresário Oliveiros Procópio Filho também tinha como objetivo diminuir custos na distribuidora da qual é proprietário. Há dois anos, pesquisando na internet, viu que o melhor caminho seria produzir a própria energia.

Hoje, as unidades da empresa possuem placas de energia solar e uma delas é autossuficiente na produção de energia para a implantação das usinas.

Segundo o empresário, foi necessário um empréstimo bancário dividido em 36 meses para fazer essa transformação. Isso vem sendo pago, ele explica, com o que foi economizado com a energia elétrica.

“A gente estaria pagando em torno de R$ 60 mil de energia. Hoje a gente paga R$ 18 mil. Então daqui mais dois anos e meio, do jeito que está esse financiamento, esse retorno vai ser praticamente pra empresa, como redução de custo, fazer novos investimentos”, pontuou.

“As instituições financeiras financiam 100% dos investimento e, via de regar, a prestação do financiamento você consegue pagar apenas com a economia da sua conta”.

Sustentabilidade

O vice-presidente da Associação Potiguar de Energias Renováveis explica que o valor necessário para a instalação desse equipamento para geração de energia solar depende da necessidade de consumo de cada residência ou empresa. Mas ele reforça que o atualmente o sistema pode durar mais de 20 anos com eficiência.

“Uma residência que tenha uma conta média mensal de energia elétrica em torno de R$ 300, o investimento vai girar em torno de R$ 15 mil”, exemplifica José Maria Vilar, sobre o investimento.

Para Max Pereira, presidente da APER, o setor de geração de energia solar também é motivada, além da economia, por outro fator: o da sustentabilidade ambiental.

“Economia no bolso com sustentabilidade ambiental, tornando-o altamente atrativo, sob os diversos ângulos. Para as famílias, representa significativa economia em seu orçamento doméstico, já para as empresas, redução substancial do seu custo com energia elétrica, que em muitos casos representa o segundo maior item de custo, tornando-as mais competitivas”, explicou.

Essa motivação é reforçada pelos clientes. “”Acaba tendo a consciência de que está gerando energia, não está prejudicando o ambiente”, pontua o empresário Oliveiros Procópio Filho. A gente não está agredindo o ambiente, estamos usando a energia que Deus deu, que é do sol”, reforça Alayde Passaia.

 

g1rn


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