PERNAMBUCO

Projeto registra frequência escolar por meio de leitura facial dos alunos

A tradicional chamada dos estudantes, no início das aulas, pode estar com os dias contados na rede municipal do Recife. Um projeto piloto, na Escola Municipal Pedro Augusto, na Boa Vista, área central da cidade, registra a frequência diária dos alunos por meio da leitura digital da face de cada um deles. O novo sistema começou há cerca de três meses e já provocou mudanças no comportamento dos discentes. Também dos pais, que estão mais atentos à rotina escolar dos filhos.

Segundo o secretário executivo de Tecnologia da Educação, Francisco Luiz dos Santos, em meados do próximo ano será avaliada a viabilidade de expandir o projeto para toda a rede. Se confirmado, o modelo deve passar a ser realidade nos colégios municipais no ano letivo de 2017. “Nossa ideia é colocar em todas as escolas, mas isso depende de alguns aspectos, como a disponibilidade financeira, por exemplo”, explica Francisco, sem informar o valor hoje empregado.

A rede municipal recifense tem cerca de 90 mil alunos (incluindo educação Infantil, ensino fundamental e Educação de Jovens e Adultos), matriculados em 308 unidades de ensino, entre escolas, creches e creches-escolas. O sistema digital, criado pela empresa Ponto ID, de Goiás, já funciona em cerca de 300 escolas públicas de 11 estados brasileiros, como São Paulo, Paraná, Santa Catarina, Alagoas e Rio Grande do Norte.

O funcionamento é muito simples: primeiro há o cadastramento dos rostos de cada aluno. Cada máquina tem capacidade para armazenar 10 mil faces. No Colégio Pedro Augusto há três. Quando o estudante chega, fica em frente a uma delas, que capta a imagem dele e registra a presença. O procedimento não demora mais que cinco segundos.

O controle é feito entre 7h e 8h30 (ajustável em cada unidade escolar). Se após esse horário o aluno não chegar, por volta das 9h30 a pessoa que foi cadastrada como responsável por ele recebe uma mensagem pelo celular informando que o estudante não compareceu à unidade de ensino.

Diariamente é gerado um boletim para a direção da escola, mostrando o percentual e o número absoluto de alunos presentes e ausentes. “Percebemos que os alunos estão mais responsáveis. No início esqueciam de registrar, mas agora isso pouco acontece. Os pais telefonam para a escola quando recebem o sms. É interessante porque como fazem contato conosco aproveitam para saber sobre o comportamento do filho”, relata a vice-diretora da escola, Sílvia Rocha.

“Acho uma ótima ideia pois dá mais tranquilidade a nós pais. Recebi uma mensagem de que meu filho não estava na escola e logo quis saber o motivo. Ele havia esquecido de passar pelo leitor facial”, relata o auxiliar administrativo Erivaldo Silva, pai de Elisson Aleff, 12 anos, do 7º ano.

A escola tem 405 alunos matriculados, mas cerca de 330 frequentando (esse foi o total de adolescentes cadastrados). As turmas são dos anos finais do ensino fundamental (do 6º ao 9º ano), em período integral. Há também turmas do programa Travessia (para quem está com distorção idade-série).

AJUSTES – O sistema digital ainda não está interligado aos diários eletrônicos dos professores. Por isso, a chamada na aula ainda acontece, o que deve mudar em breve. “Pedi que a equipe de tecnologia desenvolvesse uma maneira de interligar o sistema de controle de frequência aos diários onlines dos professores. Se for possível não será mais necessário fazer chamadas nas aulas”, observa Francisco.

“Além da comunicar aos pais, o sistema ajuda na gestão da escola que pode, por exemplo, adequar a quantidade de merenda a partir da presença dos alunos. Também agiliza o repasse de informação ao governo federal pois um dos requisitos para receber o Bolsa-família é a frequência escolar dos filhos”, ressalta.

Um outro modelo de controle de frequência vem sendo testado na gestão municipal. No Centro de Tecnologia na Educação e Cidadania (Cetec), na Boa Vista, funcionários informam a presença por meio de biometria. Segundo o secretário executivo de Educação, um terceiro modelo, com utilização de cartões manuais, deve ser experimentado em uma escola no início de 2016.


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