BRASIL

Projetos para as Olimpíadas têm 71% de obras licitadas e em curso

A atualização da Matriz de Responsabilidades dos Jogos Olímpicos Rio 2016, divulgada hoje (29) pela Autoridade Pública Olímpica (APO), mostra que 71% dos 52 projetos relacionados à organização e realização do evento atingiram Nível de Maturidade 4 ou 5. Isso significa que são projetos cujos contratos foram assinados e tiveram as obras iniciadas. Em janeiro deste ano, apenas 46% dos projetos foram considerados com níveis de maturidade.

O presidente da APO, general Fernando Azevedo e Silva, explicou que há maturidade quando se tem condições de indicar o orçamento. "Passamos de quase 50% para 71%, o que significa que (os projetos) andaram. Isso é muito bom, disse ele à Agência Brasil”.

De acordo com o general, o avanço foi puxado basicamente pelos projetos relacionados ao Complexo Esportivo de Deodoro, onde serão disputadas provas de 11 modalidades olímpicas e quatro paraolímpicas. No local, os projetos estavam atrasados e ganharam impulso no início deste mês, quando começaram as obras de ampliação e reforma do Parque Olímpico.

Silva disse que o coração dos Jogos é formado por três projetos: a Vila dos Atletas e o Parque Olímpico da Barra da Tijuca, e o Complexo de Deodoro. No parque da Barra, onde ocorrerão as principais competições, as obras estão indo bem, dentro do cronograma previsto. Havia preocupação com o Complexo de Deodoro, que estava com obras atrasadas. “Faltava o pontapé final, que era o início das obras. Foi dado. Com isso, a maturidade dos projetos, que estava nos níveis 1 e 2, passou para 4 em cerca de quatro meses. Deu um alento muito bom”, acrescentou.

O general esclareceu que, feitas as licitações, o valor dos projetos pôde ser dimensionado, o que elevou os recursos totais para as Olimpíadas de R$ 5,6 bilhões, em janeiro, para R$ 6,5 bilhões, em julho. Os valores foram apenas atualizados, o que não significa que houve aumento orçamentário. “Não é verdade. Simplesmente apareceram nessa versão os valores de projetos que não constavam da primeira. Só tinha o projeto”. Ou seja, somente agora, após a licitação, os valores puderam ser definidos.

Dos R$ 6,5 bilhões, R$ 4,22 bilhões virão do setor privado e R$ 2,29 bilhões serão recursos públicos. O general Silva ressaltou que, nos Jogos Olímpicos de Londres, os recursos gastos foram 100% públicos. Nas Olimpíadas do Rio de Janeiro, adotou-se um modelo novo, que ele considera “bom para a sociedade”, na medida em que uma parcela substancial dos recursos virá da iniciativa privada.

A atualização da matriz mostra que caiu a participação de recursos privados no total de projetos para os Jogos e aumentou o percentual de recursos públicos. Silva informou que isso se deve ao fato de, na versão divulgada em janeiro, terem sido consideradas apenas 24 das 52 obras programadas, enquanto, na versão atual, o número de projetos evoluiu para 37. Com isso, a porcentagem que, em janeiro, era 74% de recursos privados e 26% de recursos públicos, foi ajustada para 65% de participação privada e 35%, pública.

Otimista com o cumprimento do cronograma de obras até a data de abertura dos Jogos, 5 de agosto de 2016, Silva citou o exemplo da Copa do Mundo, em que havia receio de não dar certo. “No final, a [única] derrota que tivemos foi em campo”, afirmou. O sucesso da Copa deu um alento às autoridades, acrescentou o general. “Já que o Brasil teve capacidade de organizar um grande evento, como a Copa, também pode realizar uma boa Olimpíada.”

Para ele, isso aumenta também a responsabilidade, embora o Rio tenha experiência em grandes eventos, como os Jogos Pan-americanos (2007), a Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, a Rio+20 (2012), os Jogos Mundiais Militares e a Jornada Mundial da Juventude (2013).

A Matriz de Responsabilidades dos Jogos Olímpicos Rio 2016 tem acompanhamento e atualização permanentes e divulgação periódica, com o objetivo de garantir a transparência do processo e a prestação de contas à sociedade.

 

(Da Agência Brasil)


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