BRASIL

“PSOL caminha para apoiar Lula no 1º turno”, diz Boulos. Federação com Rede deve integrar coligação de apoio ao ex-presidente

No Sua Excelência, O Fato da TV 247, pré-candidato ao governo de São Paulo também disse que segue aberta a possibilidade de união estadual com PT e PSB

247 – Guilherme Boulos, um dos coordenadores nacionais do Movimento Nacional dos Trabalhadores Sem Teto, pré-candidato do PSOL ao governo paulista que em 2020 obteve 2,168 milhões no 2º turno para a Prefeitura de São Paulo, explicou em entrevista ao programa Sua Excelência, O Fato, transmitido ao vivo na TV 247, a forma como seu partido vem negociando com o PT um apoio à candidatura do ex-presidente Lula mesmo que a sigla forme uma Federação com a Rede.
“O PSOL optou por uma forma de diálogo e de negociação diferente de outros partidos”, disse Boulos no programa, cuja íntegra você pode assistir acessando o link no final deste texto. “Você olha para a negociação que está tendo do PT com o PSB, em praça pública, às vezes com vísceras expostas, e vê que um diz ‘a gente apóia se houver apoio em tais estados’… é uma negociação que é legítima no campo partidário. Não estou aqui criminalizando ou demonizando esse tipo de discussão política”, explica, para logo então se posicionar: “Mas, ela se dá em torno de trocas. No caso do PSOL, nós decidimos construir um diálogo político com o PT e com os demais partidos que devem compor essa frente, que seja programático”.

Segundo ele, foi definida uma plataforma de 12 pontos, já apresentados a Lula e a PT. “Desses 12 pontos, três são prioritários”, afirmou Guilherme Boulos. Eis as três prioridades do PSOL para declarar o apoio ao ex-presidente petista já no 1º turno:

  • a revogação das reformas desde o golpe de 2016, desde o teto de gastos, a reforma trabalhista;
  • uma reforma tributária com a criação de imposto sobre grandes fortunas, tributação de lucros e dividendos;
  • e uma agenda ambiental ousada que envolva debate sobre transição energética, modais de transporte, desmatamento zero e respeito aos povos indígenas.

“São esses pontos que vamos levar à mesa e buscar construir uma aliança programática que ajude também a levar a campanha do Lula para temas que uma parte dos aliados de centro não gostariam de ver nem no perfil da campanha, nem no debate de governo”, diz o líder do MTST, que foi candidato à Presidência em 2018 e ficou em 10º lugar no 1º, com 628 mil votos

Federação PSOL-Rede não inviabiliza coligação com PT ou Federação integrada por PT já no 1º turno em 2022

“Caso se consolide a Federação com PSOL e Rede, e eu acredito que vai se consolidar porque está em estágio bastante avançado de diálogo, a tendência é que esta Federação esteja na coligação da campanha do Lula”, afirmou Guilherme Boulos, que tem se dedicado intensamente a essa costura política. “Eu acho que essa é a lógica e o mais provável. A Rede, assim como o PSOL, assim como o PT, assim como o PCdoB, assim como o PSB, assim como todos os partidos, tem suas diferenças internas. E há setores na Rede que não desejam apoiar o Lula. Mas, aí também é uma cláusula que o próprio acordo da Federação pode e deve prever, que é o partido ter autonomia para liberar os seus militantes”, explica ele. E segue: “Uma Federação não significa uma perda de autonomia dos partidos. Ela é uma articulação política comum para uma atuação conjunta durante quatro anos. Agora, se a Rede internamente resolver liberar parte de seus militantes para que não apoiem o Lula, mesmo a Rede estando na Federação e a Federação estando na coligação com o Lula, esse é um assunto interno da Rede”.

 Para Boulos, “a Federação entre PSOL e Rede é um avanço interessante no campo da esquerda e eu acho bom, inclusive, que a gente tenha mais de uma Federação no campo progressista para dar vazão à diversidade que existe no interior do nosso campo, sem pensamento único”. De acordo com ele, “ter essas Federações trabalhando juntas, no mesmo campo democrático, para derrotar o Bolsonaro, seria muito bom e nós estamos trabalhando para isso”.

Ainda há espaço para entendimento entre Haddad, França e Boulos no 1º turno em São Paulo

Pré-candidato ao governo paulista, sob críticas de parte do PT que prefere vê-lo já em cima do palanque de 1º turno apoiando o ex-prefeito paulistano e ex-ministro da Educação Fernando Haddad (PT), Boulos deixou claro no programa que há margem, ainda, para uma costura política que una ele, o petista e até Márcio França antes mesmo de um eventual 2º turno no estado. “Tenho uma relação boa com o Fernando Haddad, tenho uma relação cordial e até de diálogo com o Márcio França, e vamos seguir buscando a unidade até o último momento. Se não for possível no 1º turno, que seja um acordo para a unidade no 2º turno”, disse ele. 

*Brasil247


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