MARANHÃO

Quilombo é alvo de ataques no Maranhão: “Estão dizendo que vão acabar com a gente”

Desde a última sexta-feira (10), o Quilombo Tanque de Rodagem, em Matões, no Maranhão, está sob ataque de funcionários armados dos fazendeiros Eliberto Luiz Stein, dono da Stein Telecom, e Silvano Oliveira, empresários do Paraná que adquiriram uma área que fica dentro do território quilombola, onde pretendem investir no monocultivo de soja.

 

A acusação é dos moradores do quilombo e da Comissão Pastoral da Terra (CPT), que está no local, prestando auxílio aos quilombolas.

 

“Eles estão dizendo que vão acabar com a gente, que vão meter bala, que vão meter pancada na gente. Lá em cima tem gente em desespero já”, afirma Luanice Ribeiro, uma das lideranças quilombolas na região.

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Segundo a CPT e os quilombolas, Stein está em Matões, coordenando pessoalmente as ações dos funcionários. No sábado (11), os fazendeiros usaram correntões para desmatar uma área dentro do Tanque de Rodagem – crime ambiental, o que revoltou os moradores do quilombo – , que decidiram fechar a rodovia MA-262, que passa em frente da propriedade (no final da matéria, galeria de imagens com fotos do uso de funcionários usando os correntões na área).

 

Com o trânsito de carros e tratores impedidos pela comunidade, os funcionários de Stein passaram a ameaçar os quilombolas.

 

“O clima está tenso, está um desespero, está a coisa mais feia que você possa imaginar. Estamos sendo ameaçados direto pelos capangas da empresa de Eliberto, tem idoso e tem crianças pelo meio. Eles estão ameaçando que hoje ainda… vai acontecer uma tragédia aqui com a gente. Eles estão ameaçando que até 18h, eles vão meter a porrada na gente, pra gente liberar a rodovia”, contou Ribeiro ao Brasil de Fato.

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Tânia Ribeiro, quilombola que vive no local, relatou as ameaças, em vídeo enviado ao Brasil de Fato.

 

“Estamos sofrendo agressão por parte do fazendeiro, ele diz que comprou aqui e está nos ameaçando de morte.”

 

Advogado da CPT, Rafael Silva, que está em Matões, alerta. “De sexta para cá, a coisa tomou uma proporção que a qualquer momento pode acontecer uma tragédia lá”.

Igor Carvalho, Brasil de Fato  


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