Por Luciana Leão
Considerada o principal hub da Petrobras nas regiões Norte e Nordeste, a Refinaria Abreu e Lima (RNEST), localizada no Complexo Industrial de Suape, na cidade de Ipojuca (RMR) ganha investimentos entre R$ 6 a 8 bilhões para ampliar sua capacidade de refino nacional, viabilizando o aumento da produção de derivados como gasolina, GLP, nafta, mas principalmente diesel de baixo teor de enxofre (diesel S10), em atendimento às demandas do mercado, reduzindo a demanda por importação.
“Essa é a refinaria do diesel. Do futuro. Vamos produzir diesel vegetal, quando atingirmos 100% da capacidade”, declarou o presidente da estatal, Jean Paul Prates, em seu discurso, durante a cerimônia de anúncio de ampliação da RNEST, nesta-quinta-feira (18), com a presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, ministros de Estado, a governadora de Pernambuco, Raquel Lyra, a prefeita da cidade de Ipojuca, Célia Sales, do Recife, João Campos, entre outras autoridades.
Ampliação em números
A ampliação representa em números a geração de cerca de 30 mil empregos diretos e indiretos e um acréscimo de cerca de 13 milhões de litros de Diesel S10 (de baixo teor de enxofre) por dia à capacidade de produção nacional. Quando estiver funcionando plenamente, a Refinaria Abreu e Lima vai faturar R$ 100 milhões por ano.
Nos próximos cinco anos, a Petrobras vai investir US$ 17 bilhões em projetos de refino, transporte e comercialização no Brasil para ampliar sua capacidade de produção de diesel e aumentar gradualmente a oferta de produtos para mercado de baixo carbono.
Segundo o presidente da Petrobras, Jean Paul Prates , a RNEST apresenta a maior taxa de conversão de petróleo cru em diesel (70%), combustível essencial para a circulação de produtos e riquezas do país. Também processa petróleo nacional vindo da Bacia de Campos (RJ), Bacia de Santos (SP) e outras fontes brasileiras e estrangeiras.
“Considerando todos os projetos previstos de adequação e o aprimoramento do parque industrial e da cadeia de abastecimento e logística, a Petrobras estima um aumento de produção de diesel da ordem de 40% nos próximos anos”, adiantou Prates.
Plano Estratégico
O investimento no Projeto RNEST está previsto no Plano Estratégico 2024-28+ da Petrobras e faz parte do Novo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), do governo federal.
Já em fase de contratação, a construção do Trem 2 da refinaria pernambucana tem data para finalização em 2028, quando ela passará a ter capacidade para processar 260 mil barris de petróleo por dia. As obras do Trem 2 estão previstas para o segundo semestre de 2024.
Novos produtos
Além da conclusão do Trem 2, o Projeto RNEST prevê a construção da primeira unidade SNOX do refino brasileiro, que será responsável por transformar óxido de enxofre (SOx) e óxido de nitrogênio (NOx) em um novo produto para comercialização.
As obras desta parte já estão em andamento e a unidade começa a operar em 2024.
Ainda esse ano também começam as obras para a ampliação da produção do Trem 1 (Revamp), que proporcionará aumento de carga, melhor escoamento de produtos leves e maior capacidade de processamento de petróleo do pré-sal. A expectativa de conclusão do Revamp (ampliação) do Trem 1 é no primeiro trimestre de 2025.
Ao nome Abreu e Lima à resiliência da Refinaria
A Refinaria Abreu e Lima (RNEST) iniciou suas operações em 2014 com o primeiro conjunto de unidades (Trem I), 34 anos depois de construída a última refinaria da Petrobras. É a mais moderna refinaria já construída pela companhia.
O nome dado à refinaria foi uma sugestão do então presidente da Venezuela, Hugo Chavez, em 2005, quando os primeiros acordos para a implantação da unidade do Nordeste foram iniciados.
No entanto, tal parceria da Petrobras e a estatal PDVSA ( Petróleos de Venezuela S. A) para a construção da refinaria nunca avançou. Houve, à época, memorandos de entendimentos. A Venezuela nunca chegou a fazer a contrapartida financeira, o que resultou em quebra de acordo por parte da PDVSA.
Quem foi Abreu e Lima
O General José Inácio de Abreu e Lima foi um revolucionário pernambucano, nascido no Recife em 1794 e participou de insurreições derrotadas pelo governo imperial no Brasil e, depois, ao lado do general Simon Bolívar, conquistou a independência de diversos países latino-americanos, entre os quais a Venezuela.
O nome da Refinaria não deixa de ser um “simbolismo” a um pernambucano esquecido dos livros de história, filho do Padre Roma, um dos líderes da Revolução Pernambucana, preso e condenado à morte.
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