BAHIA

Refinaria baiana completa um ano de privatização com gasolina mais cara do que a da Petrobras

A Refinaria de Mataripe, antiga Landulpho Alves (Rlam), completou um ano de privatização. A empresa Acelen assumiu a gestão da unidade baiana de refino em 1° de dezembro de 2021. Nesses 12 primeiros meses sob controle da iniciativa privada, o litro da gasolina de Mataripe custou 6,2% mais caro na comparação com o preço médio cobrado pela Petrobrás. Em relação ao diesel S-10, a diferença foi de 2,6% acima da média da estatal, informou o Observatório Social do Petróleo (OSP), com base nos preços das distribuidoras da Petrobrás e da Acelen.

 

Segundo o economista Eric Gil Dantas, do OSP e do Instituto Brasileiro de Estudos Políticos e Sociais (Ibeps), “os preços herdados pela nova proprietária foram mantidos somente no primeiro mês e depois dispararam”. “Lembrando que antes de ser privatizada, a gasolina da Rlam era 1% mais barata do que as demais refinarias do país e o diesel custava 3% a menos do que a média das outras unidades de refino da Petrobrás”, afirmou.

 

O preço da gasolina vendida na Refinaria de Mataripe, segundo os dados do OSP, ficou superior ao da Petrobrás durante 284 dias, o equivalente a 78% do período anual. Por sete dias (2%), os valores ficaram iguais e em 74 dias (20%) a refinaria privada registrou preços menores do que os da estatal. O diesel foi vendido acima do valor cobrado pela Petrobrás durante 219 dias e esteve abaixo da média da estatal por 146 dias (40%).

 

Entre 18 de junho e 19 de julho, a gasolina da Petrobrás alcançou seu preço mais alto no ano, de R$ 4,06. O recorde de Mataripe aconteceu entre 7 de maio e 13 de julho, chegando a R$ 4,57 o litro. O diesel da empresa privada atingiu a maior disparada entre 18 e 22 de junho, sendo vendido a R$ 6,12. Na Petrobrás, o máximo cobrado pelo diesel foi R$ 5,61, entre 18 de junho e 4 de agosto.

Reman

A Refinaria de Manaus (Reman), que teve sua venda concluída em 30 de novembro para o grupo Atem, deve seguir o mesmo caminho da Rlam. No dia seguinte à privatização, o novo proprietário aumentou o preço do gás de cozinha em 93 centavos o quilo.

 

Para Dantas, o exemplo de Mataripe deveria ter servido de alerta à privatização da Reman. “Com a concretização da venda da Refinaria de Manaus, o mesmo fenômeno deve ocorrer na região, pois a Reman é a única produtora de gasolina no Norte, atendendo os estados do Pará, Amapá, Rondônia, Acre, Amazonas e Roraima. Com a privatização e o consequente monopólio regional do refino pela Atem, a população desses estados também irá amargar preços ainda mais elevados para o combustível”, destacou o economista.

*Com informações do OSP


Os comentários a seguir são de responsabilidade exclusiva de seus autores e não representam a opinião deste site.

Recomendamos pra você


Receba Notícias no WhatsApp