BRASIL

Reportagem levanta debate sobre escolas de medicina e qualidade de profissional

Novas escolas de medicina são abertas e mais profissionais são formados a cada ano. Mas quais são as condições dessa educação? As instituições têm estrutura física e de pessoal para formar bons médicos? A Revista NORDESTE conversou com representantes da classe de todo o país para entender suas preocupações acerca do assunto

Com a polêmica em torno do programa Mais Médicos, questionamentos sobre a situação dos médicos brasileiros foram levantadas. Uma delas é a formação adequada desses profissionais, que exercem uma profissão vital para o funcionamento pleno da sociedade. O assunto foi uma das pautas discutidas no I Encontro dos Conselhos de Medicina de 2014, que aconteceu no último mês de março, reunindo representantes da classe médica de todo o país.

Desde 2000 até aqui, o número de instituições de ensino que formam médicos simplesmente dobrou, contando com 216 escolas, um número que ultrapassa países mais populosos que o nosso, como a China, com 150 estabelecimentos, e os Estados Unidos, com 149 escolas. “Falta rigor para autorizar escolas de medicina no Brasil. Há um grande número de escolas autorizadas, sobretudo no âmbito privado, que foram aprovadas sem o número adequado de professores de Medicina para o perfeito funcionamento”, pontua o vice-presidente do Conselho Federal de Medicina, Carlos Vital.

As faculdades particulares representam 60% do número de escolas de medicina no país. A cada ano, são formados em torno de 19 mil médicos. Apesar disso, esses profissionais saem preparados para socorrer vidas? “Infelizmente, o que temos visto são faculdades desqualificadas, com corpo docente despreparado, algumas não possuem nem hospital escola. Isso resulta em médicos mau formados, o que compromete a qualidade do atendimento”, ressaltou o médico Renato Graça, do Conselho Regional de Medicina do Rio de Janeiro (Cremerj).

O conselho paulista (Cremesp) apresentou dados que dão forma a essa preocupação da sociedade médica. O estado é o primeiro do país a instituir uma avaliação obrigatória, feita com os egressos das faculdades de Medicina, similar ao exame de admissão da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), realizada entre os estudantes recém-formados em Direito. No último exame, em 2013, 60% dos médicos recém-formados foram reprovados na avaliação. Se tomarmos apenas as faculdades particulares de São Paulo, os reprovados chegam a 71%.

( Leia a matéria completa na edição nº89 da Revista NORDESTE, já à venda em todas as bancas do Brasil)
 


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