Em Salvador, pela primeira vez, representantes da comunicação do Brasil decidem apontar meios para resolver políticas da Midia Pública do Brasil
Por Walter Santos
O Secretário de Comunicação do Governo da Bahia, André Curvello, é personagem reconhecido muito além de seu estado pelo acúmulo de competência como gestor público há muitos anos. A rigor, ele é executivo com performance na iniciativa privada da gestão comunicativa auxiliando as estratégias publicitárias a acumular diversas vitórias. Agora, de junho em diante ele é o novo e primeiro Secretário presidente do Fórum Nacional em eleição conquistada na reunião de Salvador. Nesta entrevista, ele explica seus desafios . Leia:
Revista NORDESTE – A cena da comunicação e marketing fo Brasil, a partir do universo público de Secretários de Estado, acaba de eleger em Salvador a sua pessoa para presidir o Fórum Nacional de Comunicação. O que significa de cara tamanha responsabilidade?
André Curvello – É um grupo. Fizemos a primeira reunião, o primeiro Forum Nacional em Salvador. Impressionante a qualidade dos profissionais e das profissionais. Sofremos com os mesmos problemas. Essa troca de experiência será fantástica para aprendermos e assim utilizarmos a ferramenta da comunicação como um instrumentos para fortalecer o processo democrático. Acho que através da comunicação poderemos contribuir para uma sociedade melhor. A responsabilidade é enorme assim como a vontade de trabalhar e contribuir para o setor de organize e fortaleça.
NORDESTE – Não precisa ser expert na área para identificar um novo modelo de comunicação no mundo, também a afetar o segmento público, portanto, quais os desafios imediatos que o Sr. considera urgentes para tratamento estratégico?
André Curvello – A tecnologia dita o ritmo da sociedade. Hoje, a comunicação é tecnologica, é velocidade característica das redes sociais. É bom? muito. É ruim? Sim, a partir do momento que as redes sociais são utilizadas para promover o ódio, a violência e atentar contra a democracia através de fake news. É o nosso grande desafio. Precisamos estar unidos, independentemente de ideologia ou partido partido político. Temos que estar unidos para enfrentar a mentira que destrói reputação, que destrói família e que mata. É um câncer que vem corroendo a sociedade. Não podemos permitir. Temos que dar um basta. Entendo que esse seja o nosso grande desafio. Se estivermos juntos, estaremos mais fortes.
NORDESTE – O tamanho continental do Brasil constata culturas diferentes no trato de assuntos comuns no caso da comunicação. O que o aspecto cultural ajuda e/ou atrapalha, portanto, quais as táticas comuns para alinhamento nacional?
André Curvello – Muito importante que a comunicação respeite as características culturais de cada região. Temos sorte de ser um país que tem regiões com características culturais próprias, o que nos torna um país diverso, multicultural. A comunicação deve estar atenta a esse aspecto se quiser ser eficiente. Obviamente que toda essa grandeza dificulta mas ao mesmo tempo é desafiador. É uma aprendizagem constante.
NORDESTE – Como foi construir a condução do processo político para obtenção de unanimidade num tempo de tantos embates? Como diz a canção, o que a Bahia tem neste campo tão complexo?
André Curvello – A unanimidade foi uma generosidade dos colegas e das colegas. Também mostra um amadurecimento porque é importante estarmos unidades nesse início de processo de construção. É uma entidade que está nascendo forte com propósitos muito claros, sem partidarismo político. Aceitei essa missão, quando já havia deixado claro que meu nome não estava a disposição. No entanto, atendi a essa convocação e vou me empenhar ao máximo para colaborar. Vai dar certo.
NORDESTE – Ficou evidente a performance do Secretário de Comunicação da Paraiba, Nonato Bandeira, sobretudo nesta fase em que o presidente do Consórcio Nordeste é o governador João Azevedo. O que construir nessa relação institucional?
André Curvello – 5 – O Nonato é um excelente profissional. Sujeito competente e ético. Aliás, esse grupo que participou do fórum em Salvador é fantástico. Tem muito a contribuir para comunicação institucional nos estados e no Brasil.
NORDESTE – Que políticas a adotar num tempo de GPT, IA e o comando dos algoritmos diante da mídia tradicional? Como contemplar analógicos e digitais no mercado?
André Curvello – Incialmente, falava-se que a televisão acabaria com o rádio…Muito se profetizou sobre o fim da midia impressa…agora se fala que a tv aberta vai acabar…São profecias inócuas. As midias convivem, funcionam como cadeia. Portanto, é perfeita compatível a convivência do analógico com o digital. Agora, é preciso máxima atenção com a tecnologia. Por exemplo, estamos em tempos de discussão sobre um projeto de lei intitulado com PL das Fake News. Está errado: deveria se chamar PL da Verdade, PL da Responsabilidade. Essas plataformas precisam sim ser responsabilizadas. Não devem se preocupar apenas com seus algoritimos e os bilhões em lucros. É muito mais do que isso: é responsabilidade social.
NORDESTE – Objetivamente, como assim?
André Curvello – As redes sociais não podem continuar sendo terra sem lei, onde se agride, se destrói reputações, se estimula atentados contra a democracia, se estimula a pedofilia, a ato mutilação…Ninguém de bom senso quer isso. Ninguém de bom senso quer censura. O que se quer é proteger a sociedade. É responsabilidade. Por isso, defendo esse projeto de lei. O Brasil precisa evoluir assim como outros países como a Austrália e a própria União Européia. Repito: a tecnologia é boa demais, mas a responsabilidade é imperativa.
NORDESTE – Por fim, qual o papel da ÉTICA nesta nova fase?
André Curvello – Ética. Não apenas nessa nova fase, mas sempre: ética e respeito devem andar de mãos dadas. São alicerces para uma sociedade melhor.
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