NORDESTE

Presidente da Consult Pesquisas, Paulo de Tarso, vê polarização entre Bolsonaro e Lula impedindo avanço da chamada 3ª via

Revista NORDESTE de nº 180 traz entrevista com o diretor presidente da Consult, Paulo de Tarso Teixeira, em que ele avalia a disputa presidencial polarizada entre Lula e Bolsonaro sem a força das Fakenews como em 2018. Paulo de Tarso Teixeira Ferreira tem 32 anos como estatístico produzindo Pesquisas.

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ELEIÇÕES 2022

CENÁRIO PROJETA A INEXISTÊNCIA DE 3ª VIA; NORDESTE SERÁ DECISIVO, DIZ ESTATÍSTICO DA CONSULT

 

Por Walter Santos

Para 2022,  não acredito em Terceira Via – é assim de forma concisa e direta que o estatístico e professor da UFRN, também diretor presidente da CONSULT PESQUISA criada em 1987, define sua projeção para as eleições presidenciais no Brasil, mesmo com tentativas de se quebrar a polarização da disputa hoje entre o ex-presidente Lula e o atual presidente Jair Bolsonaro.

Nesta Entrevista Exclusiva,  o professor, consultor político credenciado da ABCOP e estatístico avalia vários contextos nos quais ele interpreta o papel dos 9 estados nordestinos como determinante, analisa os efeitos das Federações partidárias nacionais nos estados e projeta as Fakenews em 2022 sem a mesma dimensão de 2018.

Eis a entrevista:

Revista NORDESTE – Embora estejamos no início do ano sem clima de enfrentamento mais acirrado como se dará próximo de outubro, qual a tese mais adequada para definirmos a disputa de 2022: terá caráter plebiscitário? Como a questão ideológica deve influir no Processo?

Paulo de Tarso – Estamos ainda em clima não muito acirrado com relação as eleições, onde os acirramentos se darão independentes ou não nos estados e a nível federal. Porém os recados/provocações estão sendo dados constantemente, e não são de agora no início do ano, principalmente entre os possíveis presidenciáveis. Com relação a se definir como será a disputa em 2022, o que o cenário já mostra é que a nível federal vai ser uma campanha muito agressiva, onde os marqueteiros irão utilizar todas as ferramentas tanto no caráter publicitário, como atuações direcionadas utilizando as redes sociais.  Levando em conta a Ideologia partidária, com certeza será o combustível dos grandes embates durante o processo, e é previsível que os acirramentos venham a crescer logo que definidos os principais presidenciáveis.

 

NORDESTE – Tomando por base os 9 estados, a disputa presidencial será afetada pelo desempenho dos líderes estaduais a partir do saldo de seus governos ou a questão dos candidatos a presidente é que interferirá nas bases estaduais?

Paulo de Tarso – A questão das disputas estaduais, tomando como base os 9 estados do Nordeste que representa 26.84% dos eleitores em todo o Brasil, existe uma mão dupla, definida pelos desempenhos dos governantes em seus estados.  • Em caso do Governante estar com alto índice de aprovação da sua gestão, ele já será imediatamente beneficiado, principalmente, para sua reeleição ou para a eleição do seu sucessor. Como também terá mais facilidade de vincular o seu apoio ao candidato de interesse a nível federal. • Em caso do Governante estar com alto índice de Desaprovação da sua gestão, a situação ficará mais delicada, tanto para pleitear a reeleição ou para o apoio a eleição do seu sucessor. Nesse caso a intervenção do seu candidato a nível federal poderá ser importante, diante do seu desempenho na camapanha. O jogo dos candidatos utilizará estratégias sobre as rejeições de seus adversários. Rejeições essas identificadas facilmente pelas Pesquisas Qualitativas.

 

NORDESTE – Fala-se muito em Terceira Via, mas o processo a dados de hoje anda polarizado entre Lula e Bolsonaro. O Sr acha que essa situação se mantém ou pode surgir um nome fenômeno?

Paulo de Tarso – Com relação a Terceira Via, vamos lembrar as eleições de 2018, onde foram citados nomes como Terceira Via e não chegaram a se consolidar.  Para 2022 não acredito em Terceira Via, mesmo ainda não surgindo nomes nessa condição e as eleições mesmo não parecendo, estão muito próximas. A polarização já está a olhos nús. Muito improvável que venha surgir um nome que possa ganhar potencial eleitoral com uma nova visão da política que estar sendo discutida hoje.

 

NORDESTE – O saldo do passado diante da queda de Dilma, denúncias de desvios Petrobras, Lava Jato, etc, passa a ter que tamanho de influência em 2022? Ou a memória da sociedade não dará mesma força de antes?

Paulo de Tarso – O tema CORRUPÇÃO estará em evidencia permanente junto aos adversários da candidatura de Lula. Serão focadas as denúncias, as comprovações de desvios, e de personagens ligados aos governos de Lula e Dilma. A sociedade está ligada quando o assunto é corrupção. Porém os candidatos que possam se prejudicar com as denúncias, devem fazer o dever de casa, que é apresentar um plano de governo sólido e confiável, mostrando que o Brasil precisa de mudanças, identificando os setores do governo que mais precisam de mudanças positivas, e mostrando as soluções.

 

NORDESTE – Há em curso várias negociações entre partidos para o que se denomina Federações. Os acordos nacionais devem mexer em que nível nas disputas regionais?

Paulo de Tarso – Com certeza os acordos a nível nacional irão repercutir nas disputas regionais. Os acordos a nível nacional poderão ter ou não rejeições significativas, dependendo do quanto um partido que “traga apoio” possa interferir na candidatura a Presidente. As alianças/acordos estão sendo trabalhadas e estudadas, mediante os cuidados com relação ao que se possa achar que SOMA, e na verdade DIVIDE.  Os apoios, as alianças ou acordos, devem ter um avalista muito importante que é o ELEITOR. Ele é quem dá a última palavra. Escutar os eleitores nas tomadas de decisões é muito importante, pois eles estão atentos a tudo, e caso se sintam que o seu poder de voto não tem importância nas alianças políticas feitas em gabinetes, eles darão respostas.

 

NORDESTE – Na sua opinião, qual o papel eleitoral dos 9 estados nordestinos na decisão da disputa presidencial?

Paulo de Tarso – É de máxima importância o papel dos 9 estados nordestinos que tem hoje 39.390.390 de eleitores, representando 26.84% de todo o Brasil. O que vemos hoje na polarização atual, e que deve ocorrer até as eleições de outubro, são dois candidatos sempre de olho no Nordeste, onde Lula tem um potencial eleitoral histórico e corre para não perder esse potencial e Bolsonaro como governante recorrendo com ações governamentais em busca de reconhecimento na região.

 

NORDESTE – Como as Redes Sociais devem influenciar de fato as eleições e qual sua opinião sobre os efeitos das fakes news. Devem interferir ou não?

Paulo de Tarso – As Redes Sociais serão de máxima importância em qualquer eleição daqui para frente. Nessas eleições elas irão sincronizar as campanhas de cada um dos candidatos às percepções dos eleitores. Serão muito utilizadas pelos marqueteiros, para divulgação das peças de marketing, como também a consolidação, divulgação em massa, das propostas que venham a ter aceitação por parte dos eleitores. Isso identificado nas pesquisas. Com relação aos Fakes News, acho que não terão espaços na mídia de um modo geral, devido a rapidez que serão desmascaradas. Podemos considerar que uma divulgação mentirosa tem muito a prejudicar, e muito pouco a contribuir.


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