NORDESTE

Rio Grande do Norte atinge meta do Ideb nos anos iniciais da educação

O Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) 2019, divulgado nesta terça-feira (15), mostra uma evolução da educação nos anos iniciais do Rio Grande do Norte, com superação das metas estipuladas. Porém, o estado ainda enfrenta graves desafios nos anos finais, com um dos quatro piores desempenhos do país no Ensino Médio. Para se ter uma ideia, 30,1% das escolas estaduais que participaram do levantamento tiveram índice muito baixo (abaixo de 3,1).

Consideradas as escolas públicas e privadas, o estado alcançou índice de 3,5 no Ensino Médio – um ponto abaixo da meta, que era de 4,5. O desempenho é igual ao da Bahia (3,5) e maior apenas que o do Pará (3,4) e Amapá (3,4). Goiás e Espírito Santo, que tiveram os melhores resultados do país, obtiveram Ideb 4,8 em 2019.

O Ideb é um índice que vai de 0 a 10, criado em 2005 pelo Ministério da Educação para avaliar o desempenho e estipular metas para a educação brasileira. O índice é divulgado a cada dois anos e calculado com base em dois fatores:

 • índices de aprovação/reprovação dos alunos e de abandono dos estudos, medidos no Censo Escolar;
 • notas em provas de português e de matemática no Saeb (Sistema de Avaliação da Educação Básica).

Para ter um bom Ideb, é preciso ter baixas taxas de reprovação e de abandono de estudos, além de resultados satisfatórios no Saeb. Essa avaliação é aplicada sempre no fim de cada etapa escolar: 5º e 9º ano do ensino fundamental, e 3º ano do ensino médio.

A situação do sistema público é mais preocupante. O Ensino Médio na rede pública estadual alcançou Ideb 3,2, quando a meta era 4,2. Já nas escolas privadas, o índice foi de 5,6, mas também ficou abaixo da meta de 2019, que era 6,5.

Para a educadora Cláudia Santa Rosa, diretora do Instituto de Desenvolvimento da Educação (IDE) e ex-secretária de Educação do RN, por mais que o estado não esteja bem no ranking, o aumento de 0,3 em relação a 2017 foi um resultado expressivo.

“Pela primeira vez, o estado cresceu 0,3. Se observarmos a partir de 2005, o resultado era praticamente estagnado. É preciso de que fique claro que em Educação, os resultados não aparecem de forma imediata. Alguns anos depois que se começa determinada política e há constância, persistência, regularidade, é que os resultados aparecem. Precisamos respeitar as outras unidades da federação que começaram a fazer a tarefa de casa antes de nós”, afirmou.

Uma das políticas que ela destacou como importantes para o estado foi a criação das escolas de ensino integral com educação profissionalizante. É o caso do Centro Estadual de Educação Profissional Professora Loudinha Guerra, em Parnamirim, na região metropolitana de Natal, que alcançou índice de 5,7. O Centro Estadual de Educação Profissional Professor João Faustino Ferreira Neto, em Natal, teve Ideb 5,6.

Ensino Fundamental

Quando o assunto é o ensino fundamental, o Rio Grande do Norte, assim como a maior parte dos estados brasileiros, conseguiu superar a meta estabelecida. Consideradas todas as escolas, o índice ficou em 5,2, quando a meta era 4,7. A melhora do resultado também é enxergada na educação pública, que tinha meta de 4,4 e alcançou 4,7. Ao todo, 50,6% dos municípios potiguares alcançaram as metas. Já as escolas privadas alcançaram Ideb 6,5, quando a meta era 6,7.

Já nos anos finais do ensino fundamental, o índice tem resultado baixo. Se consideradas todas as escolas, o índice foi de 4,1 (meta era de 4,6). A discrepância é maior no ensino público, que obteve 3,6, quanto a meta era 4,3. Para Cláudia Santa Rosa a principal explicação para isso é um “apagão” de investimentos para estas séries.

“Enquanto nos últimos anos vimos o aumento dos investimento e das políticas públicas nacionais nos anos iniciais e no Ensino Médio, não houve isso nos anos finais do Ensino Fundamental”, apontou ela.


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