BRASIL

Rio: problemas com trânsito e queda de destaque marcam primeiro dia de desfile

Como acontece em todos os anos, o primeiro dia das escolas de samba soa mais como um grande ensaio geral para os dias seguintes até a apresentação das Escolas do Grupo Especial. Na Marquês de Sapucaí, apresentaram sete das 15 agremiações que disputarão o direito de ascender ao Grupo Especial do Carnaval do Rio de Janeiro. O desfile teve início com um pequeno atraso e vários problemas: as duas primeiras agremiações – Unidos de Bangu e a Em Cima da Hora – abriram nesta sexta-feira (13), com reclamações, pelas dificuldades acarretadas no trânsito. As agremiações desfilaram incompletas desfalcadas de adereços e fantasias, segundo os responsáveis, em razão do grande congestionamento que se formou nas imediações do Sambodromo dificultando o acesso à área.

Com cinco minutos de atraso, que deveria ter iniciado às 21h, foi aberto o desfile pela Escola de Samba Unidos de Bangu, da zona oeste da cidade, que entrou na passarela como vencedora da Série B, no Carnaval do ano passado. A escola de samba trouxe o enredo Imperium, do carnavalesco Rodrigo Almeida, procurou misturar mitologia e realidade numa viagem para retratar a conquista de grandes impérios ao redor do mundo. A escola apresentou com alguns problemas, dentre eles, a quebra de um dos carros alegóricos e diversas alas se apresentaram com fantasias incompletas por não terem chegado a tempo para o início do desfile.

A Escola de Samba Em Cima da Hora foi a segunda agremiação a pisar no Sambodromo trazendo o enredo No coração da cidade. O autor do enredo, o carnavalesco Marco Antônio se inspirou na obra As Mil e Uma Noites, para falar sobre a influência árabe, na arte e na cultura do Rio.

Como já havia acontecido com a Unidos de Bangu, também a Em Cima da Hora apresentou diversos problemas: há poucos minutos do início do desfile, mais de 80% dos componentes ainda estavam sem fantasia e os cerca de 250 ritmistas se apresentaram só com as ombreiras e o chapéu. Mais uma vez, os problemas foram atribuídos ao congestionamento nas imediações da área de desfile.

 

Sanados os problemas iniciais e amenizado o congestionamento, o desfile pode, enfim, acontecer em sua plenitude: coube a Império Serrano, escola de tradição com várias passagens pelo Grupo Especial, inclusive nove títulos e diversos outros vice-campeonatos, a escola de Madureira, bairro da zona norte do Rio, trouxe para a Sapucaí o enredo Poemas aos peregrinos da fé, do carnavalesco Severo Luzardo.
Luzardo procura contar as histórias dos romeiros e devotos que fazem os mais diversos tipos de sacrifícios para demonstrar a sua fé e o seu amor ao seus santos. Com um desfile consistente e um enredo de fácil leitura, a agremiação da Serrinha é uma das fortes candidatas ao grupo especial, apesar do contratempo enfrentado na passarela: um dos destaques da escola caiu de um dos carros alegóricos de uma altura de cerca de 5 metros e foi levada para o Hospital Souza Aguiar. Ela recebeu alta sem ferimentos graves.

A quarta escola a se apresentar foi a Paraíso do Tuiuti, que trouxe para a Passarela do Samba o enredo Cunhatã chama Curumim que eu vou contar…, do carnavalesco Jack Vasconcelos, baseado no livro do alemão Hans Staden, onde o autor narra convivência com tribos indígenas durante o século XVI. A escola fez um bom desfile, mas enfrentou problemas na dispersão.

Em seguida veio a União do Parque Curicica, que apresentou o enredo Os três tenores… do samba, do carnavalesco Paulo Menezes, que procurou prestar uma homenagem aos sambistas Monarco, da Portela; Martinha da Vila, de Vila Isabel; e Arlindo Cruz, da Império Serrano.

A Unidos do Porto da Pedra foi a sexta escola a entrar na passarela. A escola trouxe o enredo Há uma luz que nunca se apaga, do carnavalesco Wagner Gonçalves, que abordou as diversas formas de energia. Seres de luz, vagalumes e as diversas formas de produção de energia preencheram a visão do autor que procurou mostrar e misturar fé, literatura e histórias das mais diversas.

O primeiro dia de desfile da Série A foi encerrado com uma boa apresentação da Caprichosos de Pilares, escola do bairro de Pilares, no subúrbio da cidade, procurou retomar uma formula que já fez da escola, junto com a União da Ilha do Governador, uma das mais queridas da cidade.

Também com várias passagens pelo Grupo Especial, a Caprichosos trouxe para a Marquês de Sapucaí o enredo Na minha mão é mais barato, do carnavalesco Leandro Vieira. Baseado no Toma lá, dá cá, a agremiação divertiu o público da Sapucaí, com um enredo que mostrava as mais variadas formas de comércio, negociações e trocas.

A Caprichosos, no entanto, divertiu o público e se apresenta como uma das agremiações postulantes ao direito de retornar ao Grupo Especial.


Os comentários a seguir são de responsabilidade exclusiva de seus autores e não representam a opinião deste site.

Recomendamos pra você


Receba Notícias no WhatsApp