NORDESTE

Saiba porque a UFCG é a 2ª maior depositante de patentes de invenção no Brasil em 2023

Atrás apenas da Petrobrás, a Universidade Federal de Campina Grande lidera o ranking do Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI) entre as universidades brasileiras e desde 2017 se mantém entre as maiores depositantes de patentes do país.

 

 

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Por Regina Diniz

 

 

 

A Universidade Federal de Campina Grande – UFCG, obteve a segunda colocação no ranking de maiores depositantes de registros das patentes de invenção no Brasil em 2023. A informação foi divulgada pelo Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI), no final de fevereiro. Segundo o levantamento de dados do INPI, no ranking de patentes de invenção, a UFCG realizou 101 pedidos de patente, 60 a mais do que em 2022; a primeira colocada, a Petrobras, realizou 125 depósitos, 15 a mais que em 2022.

 

Desde 2017, a UFCG está entre os maiores depositantes de pedidos de patentes de invenção do país. Em 2020, conquistou o primeiro lugar nacional. A Universidade Federal da Paraíba (UFPB) e a Universidade Estadual da Paraíba (UEPB) estão entre as 50 maiores depositantes no ranking do INPI de 2023, em 19º. lugar, com 24 pedidos, e 34º lugar com 17 pedidos, respectivamente.  Outras universidades brasileiras de destaque como UFMG foi a 4ª. colocada e as estaduais paulistas, Unicamp e USP, 7ª. e 18ª. colocadas.

 

A UFCG destacou-se com os pedidos de patentes para os biomateriais, próteses, princípios ativos da Caatinga para uso medicinal e máscaras de proteção feitas a partir da quitosana, substância extraída da casa do camarão. O bom desempenho da universidade é atribuído à atuação do Núcleo de Inovação e Transferência Tecnológica (NITT), que se dedica a auxiliar cientistas no processo de inscrição de patentes, prospecção tecnológica, assessoria jurídica para contratos de transferência de tecnologia e procedimentos de proteção e propriedade intelectual.

 

Um dos principais projetos científicos da UFCG é o novo radiotelescópio brasileiro, que deverá estar em funcionamento em 2025. O equipamento destina-se a estudar a energia escura, que forma a maior parte do universo. Está sendo desenvolvido em colaboração com universidades de China, Inglaterra, África do Sul, Coreia do Sul, Itália, Alemanha e Estados Unidos. As obras para a instalação já começaram na cidade de Aguiar, na Serra do Urubu, interior paraibano.

 

Na academia, com ênfase para as universidades públicas, o tripé ensino, pesquisa e extensão são fundamentais para que a instituição desempenhe uma ação transformadora na sociedade, local, regional e nacional. As iniciativas de Pesquisa e Desenvolvimento realizadas pela UFCG reforçam o compromisso das instituições públicas de contribuir para a evolução da sociedade brasileira e mundial.

 

Um sonho: P&D de Campina Grande para o mundo

 

A trajetória acadêmica e de Pesquisa e Desenvolvimento (P&D) da Universidade Federal de Campina Grande tem sido construída ao longo de décadas de empenho, dedicação e competência de toda a comunidade da instituição. Desde a fundação da Escola Politécnica da Paraíba (Poli), em 1952, com o curso de Engenharia Civil, no governo de José América de Almeida.

 

A contribuição de uma instituição de ensino de qualidade no desenvolvimento de uma cidade é percebida na formação das pessoas e no crescimento sustentável do município. Aimplantação da Politécnica incentivou e ajudou a acelerar o desenvolvimento de Campina Grande, promovendo mudanças econômicas, sociais, culturais e urbanas.

 

A partir da sua criação, outras universidades foram instaladas na cidade, tornando Campina Grande um centro universitário de referência e conceituado, principalmente, em inovação tecnológica, que tem atraído estudantes de todo o país. Desde o início, a Poli atraiu importantes parcerias privadas como a da IBM. Foi a primeira instituição nordestina a ter um processamento de dados com computador, um IBM1 130, instalado em 1968.

 

Um dos responsáveis por tornar Campina Grande um destacado centro de ensino superior de inovação e pesquisafoi o professor Lynaldo Cavalcanti de Albuquerque, considerado um dos principais nomes da Ciência, Tecnologia e Inovação do país. Paraibano de Campina Grande, formou-se em engenharia Civil pela Escola de Engenharia da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), em 1955.

 

Ingressou como professor na Escola Politécnica de Campina Grande em 1957, sendo diretor da Politécnica de 1963 a 1970. Neste período criou o curso de engenharia Mecânica e os mestrados em engenharia Elétrica e engenharia de Sistemas. Em sua gestão buscou recursos para pesquisas em agências de pesquisa e desenvolvimento no Brasil e no exterior. Foi titular do Departamento de Engenharia Civil do Centro de Ciência e Tecnologia do Campus II da UFPB, de 1967 a 1984 e reitor da UFPB, de 1976 a 1980.

 

Da Politécnica para o CNPQ

 

Como presidente do CNPQ, de 1980 a 1985, LynaldoCavalcanti teve um desempenho decisivo para a criação de uma política científica e tecnológica nacional, em especial fora do eixo Rio-São Paulo. Foi presidente do Conselho de Reitores das Universidades Brasileiras, CRUB e diretor-executivo da Associação Brasileiras das Instituições de Pesquisa Tecnológica e Industrial (ABIPTI), de 1991 a1997.

 

Na década de 1990, atuou como consultor de Ciência nas universidades Federal do Tocantins, Estadual do Maranhão e Estadual da Paraíba e nos governos da Paraíba, Maranhão, Ceará e Rondônia. Em 2009, fundou o Instituto Transposição do Conhecimento para o Desenvolvimento Regional (InTc), uma ONG para reduzir as desigualdades científicas regionais.É reconhecido pela comunidade científica como o propulsor de Campina Grande a destacado Centro de Ensino Superior, de inovação e pesquisa.

 

Publicações postadas em sites de busca na Internet registram a entrevista do professor Lynaldo para o Projeto Memória do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), em 2004: “Com a Escola Politécnica eu era ambicioso. Eu queria fazer da ´escolinha de Campina Grande´, como era chamada pelos cearenses e pernambucanos, uma Escola. Uma Escola que fosse respeitada, que tivesse conceito, que tivesse qualidade, que tivesse professores qualificados, que tivesse pesquisa, tivesse tecnologia, tivesse relação com a indústria. Esse era meu sonho”. Seu sonho tornou-se realidade.

 

Em 1973, a Escola Politécnica de Campina Grande, junto com a Faculdade de Ciências Econômicas (Face), foi integrada àUniversidade Federal da Paraíba (UFPB) tornando-se o Campus II da UFPB. A UFCG foi criada em 2002, a partir do desmembramento da UFPB. A universidade nasceu com quatro campi, de Campina Grande, Patos, Souza e Cajazeiras, e hoje oferece 97 cursos de graduação.

 

 


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