BRASIL

Samarco descumpre prazo de plano de emergência

Pela segunda vez em menos de dois meses, a mineradora Samarco, cujas donas são a Vale e a BHP Billiton, descumpriu o prazo para a entrega do plano de emergência em caso de rompimento da barragem de Fundão, no distrito de Bento Rodrigues, em Mariana, na região central de Minas Gerais. A justiça havia estipulado a data de 9 de janeiro, como foi no fim de semana o prazo venceu nesta segunda-feira (11).

A primeira data era em 3 de dezembro. No dia 16 daquele mês, a Justiça estipulou uma nova data. Segundo a mineradora, o relatório elaborado por uma consultoria ainda não havia sido entregue na noite desta segunda-feira (11).

No dia 5 de dezembro, o promotor de Meio Ambiente Mauro Ellovitch afirmou que o descumprimento do primeiro prazo como um fato "grave", pois o plano é essencial para projetar o que aconteceria caso as estruturas se rompessem.

"O risco das barragens existe, é um risco concreto, e o estado precisa desse estudo pra poder se planejar. Otimizar eventuais ações de resgate, já planejar antecipadamente eventuais necessidades de fornecimento de água pras cidades pra que não aconteça um desespero como aconteceu no rompimento da barragem de Fundão", afirmou Mauro Ellovitch, conforme relato do G1.

De acordo com a Samarco, nas barragens remanescentes do complexo em Mariana os níveis de equilíbrio em Germano estão em 1,51 no Dique de Selinha – 51% acima do equilíbrio limite que é 1,0 – e 1,97 no dique principal; já em Santarém, o fator de segurança é de 1,37.

A empresa disse que está fazendo obras de reforços nas duas barragens e que estas intervenções devem acabar até 15 de janeiro em Germano e até a 2ª quinzena de fevereiro em Santarém.

De acordo com a Samarco, o rompimento de barragem de Fundão despejou cerca de 62 milhões de metros cúbicos de lama no meio ambiente. Segundo a mineradora, o montante é suficiente para encher 24 mil piscinas olímpicas (50 metros). Foram identificadas 17 pessoas que perderam a vida no desastre.

A onde de lama chegou ao litoral do Espírito Santo, a partir da foz do Rio Doce, e passou de 19,3 quilômetros quadrados (km²) para 66,6 km², ou seja, triplicou de tamanho. Segundo um laudo preliminar do Ibama, a lama destruiu 663 quilômetros de rios e resultou na destruição de 1.469 hectares de vegetação. 


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