POLÍTICA

Senado define data em que Dilma será ouvida no julgamento do impeachment

O Senado definiu para o próximo dia 29 de agosto a data em que Dilma Rousseff será ouvida por parlamentares no julgamento final do processo de impeachment. A agenda foi definida após elaboração de roteiro em reunião entre o presidente do Supremo Tribunal Federal, Ricardo Lewandowski; o presidente da Casa, Renan Calheiros (PMDB-AL); e líderes partidários, nesta quarta-feira (17).

Dilma está notificada para comparecer ao Senado e apresentar a sua defesa às 9h. Ela terá 30 minutos para falar, tempo que pode ser prorrogado. Lewandowski, os 81 senadores, a acusação e a defesa poderão fazer perguntas à petista, que têm o direito de ficar calada. O tempo para questionamentos é de cinco minutos. Os dias 25, quando começa o julgamento, também a partir das 9h, e 26 estão reservados para os depoimentos de testemunhas.

"Vamos trabalhar até esgotarmos as oitivas [depoimentos]", disse Lewandowski. "Ingressaremos, se necessário, na madrugada de sexta para sábado porque elas [as testemunhas] estarão sendo mantidas isoladas, numa quarto de hotel à disposição dos senadores. E retomaremos no dia 29, segunda-feira, com a possível presença da presidente Dilma para perguntas."

Aliados da petista contestam

A decisão do roteiro do julgamento não foi bem recebida por aliados da presidente afastada. Isso porque eles são contrários à realização de sessões ao longo do fim de semana – calendário defendido por Michel Temer, que quer agilizar o impeachment para que o peemedebista viaje para a reunião do G-20, no início do próximo mês, já como presidente efetivo.

"Tudo indica que vai entrar no sábado e domingo. Quem acha que vai acabar na quinta e na sexta está equivocado", criticou o senador Lindbergh Farias (PT-RJ). "Vamos entrar direto no sábado e domingo para ter o interrogatório na segunda feira."

Segundo ele, todos os senadores aliados da presidente farão questionamentos durante o julgamento, sem possibilidade de abrir mão desse direito, o que vai levar à sua realização ao longo do fim de semana. De positivo para Lindbergh nesta quarta-feira, só a decisão da petista de comparecer pessoalmente ao plenário. 

"O grande fato político é a vinda dela aqui", exaltou o senador. "Ela é uma mulher forte que cresce na adversidade. Na nossa convicção, a verdade está do lado dela. Acho que ela vem e vai se sair muito bem."

iG


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