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Sindicato diz que alerta contra acidente foi ignorado; construtora nega

Um dia após o acidente e no primeiro dia de luto na Arena Corinthians, o Sindicato dos Trabalhadores da Indústria de Construção Civil de São Paulo, através do presidente e deputado estadual, Antonio de Sousa Ramalho, revelou que um técnico de segurança do trabalho alertou o engenheiro civil da Odebrecht às 8h da manhã da quarta, quatro horas antes do acidente, sobre o risco de queda do guindaste. Sem revelar nomes dos funcionários, Ramalho afirmou que o engenheiro responsável pelas obras ignorou o alerta do técnico.

“Nós recebemos a informação somente à noite, mas o técnico disse que aquilo estava perigoso. O engenheiro (Odebrecht) foi até o local e disse que a responsabilidade era dele, porque ele era o chefe de engenharia e o trabalho estava 100% seguro”, disse Ramalho.

Uma das hipóteses levantadas pelo presidente do Sindicato, que ainda questionará o técnico de segurança, o motivo do acidente teria ocorrido por conta da base do guindaste que não suportaria o peso da estrutura que foi içada.

Em nota, a construtora responsável pela obra negou a versão do sindicalista. "A Odebrecht Infraestrutura e o Sport Club Corinthians Paulista esclarecem que não houve nenhum alerta prévio ao acidente e negam a ocorrência dos eventos relatados pelo presidente do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias da Construção Civil de São Paulo. Esclarecem também que tal sindicato não representa os trabalhadores que realizavam as operações de movimentação de guindaste e colocação de estrutura metálica na obra da Arena Corinthians. Esses trabalhadores são representados pelo Sindicato dos Trabalhadores na Indústria da Construção Pesada, Infraestrutura e Afins do estado de São Paulo (Sintrapav SP)", destaca trecho da nota.

O guindaste do acidente era apontado como o maior da América Latina, com capacidade para 1.500 toneladas e já havia erguido 37 treliças semelhantes. De qualquer maneira, o Sintracon cobra investigação da polícia e do Ministério Público sobre as causas do acidente fatal da última quarta.

De acordo com as informações do presidente, o sindicato esteve presente em outras oportunidades na Arena Corinthians para constatar denúncias de funcionários que estariam trabalhando 14 horas por dia. Segundo ele, as informações são dificeisde ser coletadas “porque tem churrasco toda semana”.

Membro do Sintrapav-SP contesta versão de Ramalho
Já Flávio Ferreira, membro do Sintrapav-SP (Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias da Construção Pesada – Infraestrutura e Afins do Estado de São Paulo), disse que a entidade acompanha as obras desde o início e negou qualquer tipo de alerta.

"O sindicato está acompanhando as obras desde o início. Não teve nada disso de avisar que a estrutura cederia. Este é o momento de nos solidarizarmos pelos dois funcionários mortos e pelos familiares", disse Flávio Ferreira.


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