BRASIL

Tecnologia em alta: Ceará, o novo polo nordestino

No Ceará, a Empresa e Tecnologia de Informação (Etice) ocupou em boa parte a batuta do fomento à tecnologia. “Essa empresa nos últimos oito anos se encarregou dos projetos de tecnologia ligados ao Governo do Estado”, frisou Fernando Carvalho, que foi presidente do órgão durante oito anos. O principal projeto tocado pela Etice é o cinturão digital. Uma rede de fibra ótica de 3 mil quilômetros que envolve as 100 maiores cidades do estado. O projeto foi concluído em 2011 e hoje, segundo as ultimas estatísticas, existem 2 milhões de pessoas conectadas à essa rede. O projeto também conectou todos os equipamentos do governo, entre eles escolas, hospitais e delegacias, das 100 cidades. O investimento até momento foi de R$ 78 milhões, dividido entre estado, Banco Mundial e Governo Federal através de um convênio com o Ministério da Ciência e Tecnologia e Inovação. Todas as fibras óticas que chegam na América Latina aportam primeiro em Fortaleza, por uma questão geográfica. “Mas até hoje nós não nos beneficiamos com esse fato. Porque era só um ponto de pouso, agora o governo fechou alguns convênios para lançar novos cabos e ter um considerável conteúdo gerado aqui”, informa.

 

Instituto Atlântico

O Instituto Atlântico é uma instituição sem fins lucrativos, mas de direito privado, constituído pelo Centro de Pesquisa e Desenvolvimento em Telecomunicações (CPqD), fundação sediada em Campinas, decorrente da Telebras Holding. O maior centro de desenvolvimento da América Latina, na época, com faturamento acima de R$ 300 milhões. Quando foi privatizada a Telebras adquiriu o formato de fundação e em 2001 o CPqD criou o Instituto Atlântico. O objetivo ao criar o Instituto no Nordeste era se beneficiar da Lei de Informática. Hoje o Atlântico, tem uma unidade em São Paulo com 100 pessoas onde é feito o serviço de auditoria em qualidade em software e os desenvolvedores no Ceará.
O faturamento do Instituto está na ordem R$ 40 milhões, em grande parte por desenvolver projetos para a indústria de eletroeletrônica. “O nosso negócio é o que a gente chama de outsoft, pesquisa de desenvolvimento e inovação. As empresas nos contratam para desenvolver uma parte ou o todo de projeto, voltado para novos produtos e inovação”, conta Francisco Moreto, presidente do Atlântico. O Instituto tem projetos desenvolvidos para empresas nacionais e multinacionais, como HP, Sonny, LG. Fora da Lei de Informática o Atlântico mantêm uma parceria com a Universidade de São Carlos e uma empresa do Rio Grande do Sul para desenvolver um Raio X odontológico digital. Outro projeto, agora em parceria com uma empresa de Santa Catarina, para o desenvolvimento de uma central de telecomunicação de pequeno porte. O Instituto abriga cerca 200 pessoas trabalhando. Nos seus quase quatorze anos de existência já desenvolveu mais de 250 projetos.

 

Pirambu Digital

O Pirambu Digital é uma cooperativa que atua na filosofia de social business. Formalizando e formando pessoas e apoiando na inserção no mercado de trabalho. Fabrício Mendes, presidente da Pirambu. “É uma empresa de qualificação e alocação de mão de obra. Formalmente existimos há nove anos”, conta Mendes. “Todos os nossos projetos hoje são visando a qualificação para que o cooperado possa se inserir no mercado de trabalho. Damos curso de montagem do computador, web designer. O jovem paga o curso participando de algum projeto social. Essas atividades sociais não são relacionadas ao segmento profissional escolhido”, conta Mendes, explicando que um dos alunos identificou que algumas pessoas do bairro ainda não sabiam ler e resolveu dar uma alfabetização básica para os idosos. Entre os projetos de sucesso do Pirambu, consta a Bila, realizado entre 2007 e 2008. Era uma biblioteca integrada a Lan House. Para a pessoa acessar a internet tinha que ler um livro durante uma hora.

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