BRASIL

Terceira Bienal da Bahia será aberta nesta quinta

Aquela contradição que só mesmo na arte se mostra possível: os pés no presente, os olhos no passado e no futuro. Nesta quinta-feira, 29, às 18 horas, começa a terceira Bienal da Bahia, anunciada pela batida de 33 alabês no Casarão do Museu de Arte Moderna (MAM-BA)
Na verdade, esta é apenas uma das três aberturas: a segunda acontece na sexta-feira, com uma ocupação artística em Feira de Santana, e a terceira no sábado, com a exposição "A Reencenação", no Mosteiro de São Bento.
O número três não é à toa. É que esta edição da Bienal remonta às duas anteriores: a primeira, de 1966, e a segunda, de 1968, interrompida por conta do confisco de 10 obras consideradas subversivas. A terceira perspectiva é a sua própria: a arte que representa seu próprio tempo e anuncia futuros.

Desta quinta ao dia 7 de setembro, uma questão perpassa todas as atividades da Bienal, no lugar de tema (e também de provocação): "É Tudo Nordeste?". Daí já surge uma boa pista do tom do evento: o Nordeste como uma construção de múltiplas possibilidades.
"O Nordeste não é apenas um território geográfico, mas uma expressão humana. A última Bienal aconteceu nos anos 1960, com o Nordeste representado pelos retirantes, como em "Vidas Secas", de Graciliano Ramos", afirma o secretário estadual de Cultura, Albino Rubim.
Segundo ele, por conta dos altos índices de crescimento da região, o "Nordeste da Bienal" deve dialogar com o mundo, não somente com os demais estados brasileiros. "O governo Lula teve um papel muito importante, porque o Nordeste cresce em índices altos", considera o secretário.
Ao todo, cerca de 200 artistas farão parte da Bienal da Bahia, e quase metade do número é de baianos. "A gente não está trabalhando só com artistas, mas com a inteligência das pessoas. A Bienal da Bahia gira em torno da ideia do Nordeste a partir da perspectiva do povo baiano, é um convite a todo mundo", afirma Marcelo Rezende, diretor geral desta edição da Bienal e curador do MAM-BA.

Na primeira temporada do evento, que se estende até 17 de julho, a Bienal compreenderá 100 dias ininterruptos de atividades como oficinas, ocupações e intervenções artísticas, além de exposições de artistas como Juarez Paraíso, Juraci Dórea e Rogério Duarte.
A programação do evento foi divulgada na última sexta-feira e pode ser acessada no site www.bienaldabahia.com.


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