NORDESTE

Totonho, da Parahyba Global, apresenta ‘Canções pra macho chorar e roer unhas’ como poder de fogo em formato intimista, avaliam criticos

E eis que a cena musical brasileira esta diante de nova provocação. É que está em curso o novo EP ‘Canções pra macho chorar e roer unhas’ do paraibano Totonho gerando provocacões. Um disco intimista e nada eletrônico, bem diferente dos dois trabalhos anteriores (‘Samba Luzia Gorda’ e ‘Coco ostentação’). Em sete faixas, esse novo EP passeia pela tradicional ‘dor de cotovelo’, destacando a capacidade criativa das letras.

 

Gravado ao vivo na Usina Cultural Energisa e no Estudio Peixe Boi em dezembro de 2020 (com produção de Totonho e Felipe Gomes), ‘Canções pra macho chorar e roer unhas’ tem participações especiais de Seu Pereira e Paulo Ró. A playlist conta com ‘A vítima’, ‘O vaqueiro’, ‘Melancolia’, ‘Meu amor é pobre’, ‘Um dia’, ‘Skerin’ e ‘Abalada’.

 

Nesse novo EP, Totonho está acompanhado por Luís Umberto (violão 7 cordas), Potizinho Lucena (cavaquinho) e Chico Limeira (guitarra). Cordas que dão às dores cantadas um quê de sozinhez. Trocadilhos poéticos, filosofias de bar e divagações cheias de estilística, além de influências do repente, rendem encantamento sonoro. Arte da capa do disco é de Sílvio Sá.

‘A vítima’ (canção que está originalmente no disco ‘Totonho & Os Cabra’) deixa de lado os beats, mas mantém a pegada repentista ao cantar ‘o poder de fogo de uma mulher’. Do mesmo disco de estreia, ele faz uma releitura de ‘O vaqueiro’ mostrando como “amor é bom independente de quem sente” e pintando uma aridez de paisagem e de afeto.

 

Desde a década de 1980, Totonho permanece inventivo sonoramente e surpreendente com o mix que consegue entre o urbano e o árido (como no disco ‘Sabotador de satélite’). ‘Canções pra macho chorar e roer unhas’ é um disco gerado em torno da maturidade do artista de Monteiro (Cariri da Paraíba). Um disco para pequenos espaços e grandes plateias. 

Em novembro do ano passado, Totonho foi homenageado ao dividir palco com a Orquestra Sinfônica da Paraíba, ao lado do também cantor e compositor Escurinho. Em apresentação alusiva ao Dia da Consciência Negra, Totonho cantou alguns do sucessos que marcam sua trajetória artística.

Paraibano de Monteiro, Totonho é referência da música alternativa brasileira desde 2001, ano em que foi lançado pela Gravadora Trama. É um dos fundadores, no início da década de 1980, do Musiclube da Paraíba, cooperativa de compositores que inclui nomes como Pedro Osmar, Paulo Ró, Chico César e Adeildo Vieira, entre outros. 

Em 1988, foi para o Rio de Janeiro, onde iniciou sua trajetória na Educação, fundando ONGs como a ‘EX-COLA’, para ex-dependentes químicos, e o Grupo Cultural Afro Reggae. Dono de um estilo próprio de compor, o músico paraibano lançou quatro álbuns autorais: Totonho & Os Cabras, Sabotador de Satélites, Coco Ostentação e Samba Luzia Gorda. 

Com sua banda, Totonho e os Cabra, passou por várias cidades brasileiras, entre elas, São Paulo, Belo Horizonte, Porto Alegre, Salvador, Fortaleza, Rio de Janeiro, Curitiba, Brasília, Manaus, Teresina e Belém. Esteve também em pelo menos 11 países, incluindo França, Portugal, Espanha, Argentina, Rússia e Inglaterra.


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