INTERNACIONAL

Tribunal da ONU exige que Israel “previna genocídio” em Gaza

 

Por ONUNEWS

 

A Corte Internacional de Justiça, CIJ, publicou nesta sexta-feira (26) uma ordem sobre o pedido apresentado pela África do Sul sobre medidas provisórias contra Israel com base na Convenção do Genocídio de 1948.

 

A instituição, baseada em Haia, solicita “medidas imediatas e eficazes de Israel para permitir a prestação de serviços básicos e auxílio humanitário urgente” para os palestinos na Faixa de Gaza.

 

Alegações do caso 

 

De acordo com a corte, Israel tem que tomar medidas eficazes para evitar a destruição e garantir a preservação de provas relacionadas com alegações de atos no âmbito da Convenção do Genocídio a membros do grupo palestino em Gaza.

 

Corte quer que Israel tome medidas eficazes para evitar a destruição e garantir a preservação de provas relacionadas com alegações de genocídio. Foto: ICJ-CIJ/ Frank van Beek

 

O Tribunal determinou que tem jurisdição para fazer as primeiras alegações no caso submetido pelas autoridades sul-africanas. As autoridades israelenses rejeitaram as acusações.

 

As medidas provisórias são uma espécie de liminar temporária com o objetivo de amenizar a situação até uma decisão final sobre a disputa.

 

África do Sul também solicitou a interrupção da operação militar de Israel na Faixa de Gaza, sobre a qual não há menção na ordem da CIJ.

 

De acordo com a ONU, após os ataques do Hamas, em 7 de outubro, que foram seguidos pela campanha militar de Israel, pelo menos 26.083 pessoas morreram e outras 64.487 ficaram feridas no enclave.

 

As autoridades em Gaza falam de milhares de desaparecidos sob os escombros.

Fome, doenças e falta de cuidados de saúde

 

Nesta sexta-feira, a Organização Mundial da Saúde, OMS, revelou que 95 instalações do setor sofreram 318 ataques desde o período. Os atos resultaram em 615 mortos e 778 feridos.

 

Para a Agência da ONU de Assistência aos Palestinos, Unrwa, as condições em Gaza não são dignas de seres humanos.

 

Para a diretora de Comunicação, Juliette Touma, a situação é de “absoluto desespero com pessoas deslocadas e exaustas após três meses e meio de guerra brutal” e a iminência de mortes devido ao cerco por causa da fome, das doenças e da falta de cuidados de saúde.

 

Em sua atuação, a agência distribuiu farinha em províncias do sul da Gaza alcançando mais de 320 mil famílias. A situação de segurança combinada com cortes de internet impede a publicação de atualizações desde 17 de janeiro.

Acampamentos improvisados e superlotados

 

O chefe do Escritório de Direitos Humanos da ONU para o Territórios Palestinos, Ajith Sunghay, disse que civis continuam suportando o peso da escalada dos confrontos em Gaza.

 

Em situação que ela considera “nada menos do que uma catástrofe”, o representante descreveu o encontro com famílias no último fim de semana em Khan Younis com “pessoas frustradas, irritadas e compreensivelmente cautelosas”.

 

Elas contaram que deixaram suas casas em busca de abrigo em acampamentos improvisados e superlotados. As crianças não vão à escola há meses e os centros de ensino foram destruídos juntamente com suas esperanças para o futuro.

 

Além do assassinato de familiares, as vítimas lamentaram a situação que inclui a separação com parentes, a violência contra as mulheres, documentos destruídos, as casas e comunidades desenraizadas e a degradação de instalações de saúde.

 

Com os ataques a hospitais, escolas e outros locais de refúgio ocorreram deslocamentos de palestinianos por várias vezes com destino a áreas cada vez menores e com baixo acesso a bens essenciais necessários para sobreviver.

 

 


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