INTERNACIONAL

Uma guerra sem fim; crime não se combate praticando barbárie I Por Hely Ferreira

Em análise exclusiva para a nova edição da Revista Nordeste,  o cientista político Hely Ferreira,  avalia que os crimes praticados por Israel contra o povo palestino deixou de ser autodefesa. Pode ser considerado um genocídio contra inocentes. Leia o artigo completo.

 

*Por Hely Ferreira

 

 

O conflito entre o povo palestino e o Estado de Israel é um conflito eterno. Ele se estende a períodos bem distantes. Muitos atribuem que é um reflexo lá da primogenitura dos filhos de Abraão entre Israel e Isaac.

 

Mas há outros que entendem que essa discussão há muito foi superada e que hoje ela tem dimensão que está bem diferente do que se tinha antes como uma questão religiosa.

 

O que se sabe é que o acordo que foi feito com a Organização das Nações Unidas (ONU) foi descumprido por Israel, foi feito em 1969, onde praticamente se avançou 70% do território que seria até então destinado ao povo palestino.

 

De modo que esse conflito que hoje acontece, ele só faz demonstrar que ao longo dos séculos, ao longo da história, a guerra esteve sempre muito mais presente na história da humanidade do que a paz.

 

Mas, não é por acaso que Maquiavel dizia que manter o Estado de pé é a guerra. Vale salientar que o grupo Hamas não significa que todo o Palestino é terrorista, isso é um discurso de extrema irresponsabilidade. 

 

Assim, também acreditar que o povo judeu concorda em gênero e número e grau com aquilo que está sendo patrocinado pelo primeiro ministro Netanyahu.

 

É bom lembrar que o primeiro ministro Netanyahu vem em um desgaste popular, havia mobilizações nas ruas de Jerusalém demonstrando insatisfação com relação ao governo dele, justamente tentando fragilizar o poder judiciário, tornando o judiciário refém das suas vontades e as mobilizações cresciam a cada dia, de modo que a guerra que ocorre hoje, a forma que está ocorrendo, ele alimenta-se e mantém-se no poder, fazendo com que se esqueça a aversão que a maioria do povo israelense tem com relação ao seu primeiro-ministro.

 

Por outro lado, a fala do presidente Lula, é uma fala que não é nova, basta se ter o cuidado de observar escritos no campo da ciência política há cerca de 24, 25 anos, mais ou menos, ou até mais, um cientista político pernambucano escreveu um artigo que existe na internet, é fácil encontrar, e o título é o Holocausto dos Filhos de Ismael.

 

Então, o peso da fala do presidente Lula é justamente porque ele é chefe de estado. Se fosse um outro, uma outra pessoa que tivesse mencionado, não teria tido a repercussão que está tendo. Primeiro por ter sido a fala de um chefe de estado, segundo porque ele fez comparações com o holocausto.

 

Crime não se combate praticando o crime

 

Entretanto, jamais se deve combater crime praticando crime. Em nome da busca incessante atrás dos terroristas, isso não dá o direito a Israel de sair matando todas as pessoas.

 

A pergunta é, quantos terroristas foram presos até o momento? Quantos terroristas foram mortos até o momento?

 

O que está ocorrendo é a morte de pessoas inocentes, crianças, idosos, deficientes que estão sofrendo por conta de uma fúria do governo israelense.

 

Então é bom salientar que a fala do presidente Lula, ela foi infeliz quando comparou, mas isso não dá o direito de Israel se vitimizar e, por conta disso, achar que pode resolver seus problemas matando as pessoas.

 

 

*Hely Ferreira é cientista político e membro do Instituto Histórico de Olinda.

 


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