NORDESTE

Uma nova proposta para interiorizar o desenvolvimento l Por Paulo Galvão Júnior

Entidades da Economia se unem para discutir e propor construção de estratégias a envolver todo o Nordeste

 

 

*Por Paulo Galvão Júnior

 

 

Tudo pronto para se efetivar em João Pessoa o XXXII Encontro de Entidades de Economistas do Nordeste (ENE), de 24 a 25 de maio próximo, cujo tema central do é a “Interiorização do Desenvolvimento do Nordeste”. Detalhe: o evento será aberto à comunidade em geral, com inscrições gratuitas pelo link do evento.

 

O ENE representa um marco significativo para a promoção do desenvolvimento sustentável do Nordeste e ao longo desses dois dias de debates, propostas e trocas de experiências, ocorrerão painéis com a participação entre economistas, estudantes, empresários, professores e representantes do setor público e privado, abordando o tema crucial da interiorização do desenvolvimento do Nordeste.

 

Nossas discussões abordarão uma ampla gama de questões, desde o cenário econômico regional até o papel fundamental das entidades financiadoras e promotoras do desenvolvimento local. É possível identificar desafios importantes, mas também oportunidades promissoras que poderão impulsionar o desenvolvimento sustentável no interior dos nove estados nordestinos.

 

Leia aqui ou abaixo

 

Sobre o XXXII ENE em João Pessoa

 

 

O XXXII ENE será realizado entre os dias 24 e 25 de maio de 2024, no auditório do Sindicato dos Contabilistas do Estado da Paraíba (SINCONTABIL-PB), no shopping center Liv Mall, localizado no bairro de Manaíra, na cidade de João Pessoa, no estado da Paraíba (PB).

 

Os atuais patrocinadores do XXXII ENE são o Farol de Desenvolvimento da Paraíba, o Fórum Celso Furtado de Desenvolvimento da Paraíba, o SINCONTABIL-PB e a JUCEP Digital. E os atuais apoiadores são o SICREDI, o Governo do Estado da Paraíba, a Assembleia Legislativa da Paraíba, o SEBRAE-PB, a Universidade Federal da Paraíba (UFPB) e a Universidade Federal de Campina Grande (UFCG).

 

“Com o tema Interiorização do Desenvolvimento do Nordeste, o XXXII ENE pretende ser um espaço para a promoção do debate sobre os mais diversificados temas e estudos relacionados ao desenvolvimento do interior da região Nordeste, disseminando o conhecimento numa relação direta com a sociedade em geral, na defesa de condições necessárias para que forças endógenas possam surgir na região, capazes de possibilitar uma economia cada vez mais produtiva, mais inclusiva, mais sustentável”, segundo o presidente do Conselho Regional de Economia da Paraíba (CORECON-PB), o economista Celso Pinto Mangueira.

 

Campina Grande, Paraíba

 

Participação

 

A promoção e organização do XXXII ENE serão realizadas pelo CORECON-PB, em parceria com o Conselho Federal de Economia (COFECON), e contará com o valioso apoio dos CORECONs da Bahia (BA), Sergipe (SE), Alagoas (AL), Pernambuco (PE), Rio Grande do Norte (RN), Ceará (CE), Piauí (PI) e Maranhão (MA), além da participação de economistas da região, de economistas de referência nacional, bem como de professores, estudantes, empresários, dirigentes do setor público e de cooperativas e de outras entidades interessadas em contribuir para a interiorização do desenvolvimento no secular Nordeste.

 

É relevante destacar que será o terceiro ENE a ser realizado na terra de Celso Furtado, o maior economista nordestino de todos os tempos, sendo o primeiro ENE na Paraíba no ano de 2002, cujo tema central foi “Desenvolvimento do Nordeste: Experiências e Perguntas”, e o último ENE no estado em 2014, com o tema“Repensando o Nordeste”.

 

O XXXII ENE mostrará a continuidade do debate sobre o desenvolvimento regional ao longo do tempo, destacando a evolução das discussões e o compromisso contínuo com a busca por soluções para os desafios a enfrentar pela região, como melhorar significativamente o seu Índice de Desenvolvimento Humano (IDH).

 

A Programação do XXXII ENE na Capital da Paraíba

 

A solenidade de abertura do XXXII ENE acontecerá na sexta (24/5). Em seguida, ocorrerá uma palestra magna sobre o tema do evento regional, a “Interiorização do Desenvolvimento do Nordeste”, com a presença do presidente do COFECON, o economista potiguar Paulo Dantas.

 

No sábado (25/5), na capital paraibana, as apresentações começarão a partir das 8h30 e estenderão ao longo do dia com cinco painéis distintos. PAINEL I: Cenário econômico do Nordeste e perspectivas futuras (8h30 às 10h00); PAINEL II:Papel do economista na interiorização do desenvolvimento(10h00 às 11h30); PAINEL III: Orçamento Público: o Papel do Estado no Desenvolvimento Regional (11h30 às 12h30);PAINEL IV: Entidades financiadoras e promotoras da interiorização do desenvolvimento (14h00 às 15h30); e PAINEL V: Desafios e soluções para a interiorização do desenvolvimento: uma agenda propositiva (15h30 às 17h00).

 

Apoio

 

Os organizadores, palestrantes, patrocinadores, apoiadores e todos os participantes poderão realizar contribuições para o sucesso deste evento regional. Pretendemos renovar ocompromisso do Sistema COFECON/CORECONs de trabalhar juntos para construir um futuro mais próspero, equitativo e sustentável para o Nordeste.

 

Na solenidade de encerramento do XXXII ENE (entre 17h00 e 18h00) ocorrerá o Fórum das Mulheres Economistas do Nordeste, a aprovação e leitura da Carta do XXXII ENE e a escolha da sede do futuro XXXIII ENE.

 

 

Os Principais Problemas do Nordeste na Atualidade

 

 

O Nordeste, com seus 57 milhões de habitantes e paisagens deslumbrantes ao longo do vasto litoral, enfrenta uma série de desafios complexos que impactam diretamente o desenvolvimento social, econômico e ambiental da região.

 

Entre os cinco principais problemas enfrentados atualmente, incluem-se a alta desigualdade econômica, o desemprego elevado, baixa qualidade da educação, o médio desenvolvimento humano e as mudanças climáticas.

 

Desigualdade econômica

 

A região Nordeste é conhecida por sua alta desigualdade econômica, evidenciada pelo Índice de Gini de 0,560. Os mais pobres que residem em áreas rurais, diariamente enfrentam carências no acesso a serviços básicos, como saúde, contando com apenas quatro hospitais para cada 100.000 habitantes.

 

O Nordeste apresenta a maior taxa de desemprego do Brasil. A escassez de oportunidades econômicas nas áreas rurais resulta em um grande contingente de pessoas desempregadas, levando muitas delas a migrar para áreas urbanas em busca de emprego formal e melhores condições de vida. No entanto, essa migração exerce pressão sobre os serviços urbanos e contribui para o crescimento de favelas e o aumento do número de moradores de rua.

 

Qualidade na educação

 

Apesar dos avanços nas últimas três décadas, a qualidade da educação continua sendo um desafio nos 1.794 municípios nordestinos. Taxas elevadas de analfabetismo, alto abandono escolar e desempenho acadêmico abaixo da média nacional persistem na maioria dos 1.212 municípios do semiárido nordestino.

 

O IDH é utilizado pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) desde 1990 para medir o nível de desenvolvimento humano dos países. No Brasil, o IDH é calculado pela Fundação João Pinheiro (FJP) em parceria com o Instituto de Pesquisas Econômicas Aplicadas (IPEA). E o IDH do Nordeste tem consistentemente ficado abaixo do IDH do Brasil e das outras quatro regiões brasileiras.

 

Bioma Caatinga e os efeitos climáticos

 

 

A região Nordeste, apesar de ser mundialmente conhecida pelo seu bioma Caatinga, enfrenta vulnerabilidades aos efeitos das mudanças climáticas, tais como o aumento da temperatura, os eventos climáticos extremos e a elevação do nível do mar.

 

 

Esses fatores representam uma ameaça às comunidades costeiras, ecossistemas naturais e atividades econômicas, como o turismo.

 

 

O XXXII ENE poderá abordar esses cinco problemas e outros desafios, como a maior proporção de pessoas em condição de pobreza e de extrema pobreza do país. Portanto, requer um esforço coordenado envolvendo políticas públicas eficazes de educação e saúde, investimentos em infraestruturalogística e saneamento básico, geração de energia renovável, crescimento das exportações.

 

 

Além disso, é fundamental o engajamento da sociedade nordestina na busca por soluções prósperas, sustentáveis e inclusivas para a interiorização do desenvolvimento do Nordeste.

 

 

Considerações Finais

 

Finalmente, o moderno auditório do SINCONTABIL-PB,com capacidade para 200 pessoas, será o palco para a troca de ideias e insights nordestinos.

 

Esperamos ver maisações concretas e estratégias eficazes para promover o desenvolvimento sustentável em toda a região Nordeste. Até o próximo XXXII ENE em João Pessoa!

 

 

Paulo Galvão Júnior é economista paraibano, professor de Economia do UNIESP, conselheiro suplente do CORECON-PB e sócio efetivo do Fórum Celso Furtado de Desenvolvimento da Paraíba.


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