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Usuários se queixam do aumento nas tarifas de ônibus

Os usuários de ônibus na Região Metropolitana do Recife (RMR) se mostraram contrários ao aumento das tarifas, que começou a valer nesta terça-feira. Os novos valores foram definidos nesta segunda-feira em uma reunião do Conselho Superior de Transporte Metropolitano.

Com o reajuste de 14,42% o Anel A – que atende 85% dos passageiros – passou de R$ 2,45 para R$ 2,80 e o B de R$ 3,35 para R$ 3,85. Atualmente, o sistema atende dois milhões de usuários por dia. Segundo o Grande Recife, a maioria dos passageiros utiliza o anel A (85%) e o anel B é pago por apenas 13% dos usuários. O aumento de 14,42% foi aprovado com 15 votos.

No primeiro dia com as novas tarifas, o sentimento dos passageiros que usam o transporte público diariamente foi de descontentamento geral. Para a vendedora Zuleide Maria, o aumento das passagens deveria acompanhar o aumento do salário mínimo. “Infelizmente não é novidade, todo ano as passagens aumentam, mas o serviço continua o mesmo, com linhas insuficientes e fiscais despreparados nos terminais”, critica.

O motorista Antônio Honório também considera que as tarifas não estão de acordo com o salário mínimo. “Esse preço é alto demais, já que o aumento não está alinhado com o novo salário mínimo. As passagens ficam mais caras e as condições para os passageiros são péssimas. Os ônibus são desconfortáveis, estão sempre cheios, não têm ar-condicionado e muitas vezes somos obrigados a viajar em pé”, reclama.

O biscateiro Edson José argumenta que a alta nas passagens não é acompanhada de uma melhora no serviço. “As passagens aumentaram, mas os problemas continuam os mesmos. Além disso, a falta de educação dos usuários só piora a vida de quem precisa andar de ônibus no Recife”, protesta.

A professora Shiley Farias acredita que o aumento é bastante alto. “Isso é terrível, o valor foi muito grande e o serviço continua com problemas. Os terminais são desorganizados, os fiscais raramente se posicionam e há poucas linhas para os passageiros”, desaprova.

O eletricista Ivan Júnior também classificou o aumento como abusivo. “As empresas já arrecadam muito e não se importam com os usuários, já que as passagens não saem do bolso deles. Enquanto isso, os passageiros continuam enfrentando ônibus lotados e depredados, com poucos veículos e paradas que não informam as linhas que param no local”, aponta.

Frente de Luta articula atos e pede anulação do aumento
Membros da Frente de Lutas pelo Transporte, que consideram o aumento abusivo, entraram com um pedido de anulação da reunião que definiu o reajuste das passagens. Esse seria o primeiro passo para o pedido de anulação do aumento.

Na próxima sexta-feira, haverá um ato público contra a mudança nos valores das tarifas de ônibus. Os movimentos sociais decidiram, em assembleia, esperar o deferimento da liminar que pede a anulação da reunião do Conselho para articular outras mobilizações de impacto. A manifestação de sexta está marcada para as 18h, na Praça do Derby. Até sexta, serão feitas panfletagens e orientações aos usuários nos terminais integrados e no metrô.

Protesto marcado para quarta-feira
Um movimento independente da Frente de Luta organizou um ato para esta quarta-feira. O evento foi marcado pela página Contra Tarifa Recife e convoca a população para a Praça do Derby, às 16h.

Confira os novos valores das passagens:

Anel A – R$ 2,80
Anel B – R$ 3,85
Anel D – R$ 3,00
Anel G – R$ 1,85

Opcionais:
042 Aeroporto – R$ 3,50
072 Candeias – R$ 5,25
064 Piedade – R$ 5,25
518 Apipucos/RioMar – R$ 5,25
053 Shopping RioMar – R$ 3,50
214 UR-02 Ibura – R$ 5,25
160 Linha Gaibu/Barra de Jangada (Via Paiva) – R$ 5,25
191 Recife/Porto de Galinhas – R$ 9,40
195 Recife/Porto de Galinhas (Opcional) – R$ 13,70

Diario de Pernambuco 


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