BAHIA

Velhos ritmos, a saturação: Artistas veem crise no carnaval da Bahia e de PE

Por Paulo Dantas

 

“Esse ano não vai ser igual àquele que passou”, a frase da marchinha “Quarta-feira”, de Umberto Silva e Pedro Sette, frisa o tom melancólico do carnaval vivido na quarta-feira de cinzas, quando a festa está nos seus derradeiros dias de bebedeiras e excessos. Mas também aponta um outro prisma: o caráter dinâmico da festa, que nunca é o mesmo. O Carnaval movimenta a economia do país no verão. Em particular cidades como Rio de Janeiro, Salvador e Recife se tornam o point do momento, mas outros locais também são agraciados, seja por manterem prévias bem sucedidas, caso de João Pessoa, seja por serem considerados refúgios daqueles que querem escapar da folia.

Contudo, apesar do vigor econômico da festa, do desejo de extravasar mágoas, frustrações, desencantos com o país ou apenas pelo afã de brincar em quatro dias onde praticamente tudo é permitido, o Carnaval tem chegado a um paradoxo criativo. É um paradoxo porque os dias de momo continuam fervilhando, mas diferente de anos atrás, quando era comum o país ser tomado por hits do Axé, de frevos-canções e marchinhas de carnaval, agora isso praticamente desapareceu. Em Salvador os blocos com cordões, abadás e as avenidas tomadas por camarotes configuram uma festa cara e cada vez mais segregadora: quem paga mais consegue os melhores lugares.
Em Pernambuco a crise não é tão acentuada como na Bahia. O Carnaval lá é mais livre e os blocos não dividem os foliões entre os “da pipoca” e os que têm abadás. Mas existe um tom melancólico quando artistas da envergadura de Naná Vasconcelos e Alceu Valença reclamam do não surgimento de novos frevos ou da falta de espaço desse tipo de músicas nas rádios e afirmam temer pelo futuro do estilo. Enquanto isso, movimentos populares como os caboclinhos, têm mantido suas tradições através do tempo ainda com dificuldade.

No Rio de Janeiro, a festa vem sofrendo mudanças, com a transferência da folia do sambódromo para as ruas. O desfile oficial continua sendo uma empreitada cara para o folião e as agremiações viverem durante 80 minutos. A saída dos clubes cariocas têm sido buscar na iniciativa privada o dinheiro para se sustentarem na avenida. Enquanto isso, os foliões estão abandonando o papel de simples expectadores ou de peças cronometradas de uma festa. Muitos querem apenas brincar. Assim, o surgimento de mais de 500 blocos pode tornar o carnaval mais democrático e fazê-lo reencontrar-se com suas origens.

BAHIA: um Carnaval de forma superada?

O professor Fred Góes, compositor e pesquisador do CNPq, líder do grupo Interdisciplinar de Estudos Carnavalescos na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), afirma que a fórmula do Axé está esgotada na Bahia. “Teve um momento, mas agora já ficou pasteurizado”, frisa. Outro que corrobora a visão de Góes, é Aroldo Macedo, filho de Osmar e hoje integrante do trio “Armandinho, Dodô e Osmar”. Para Macedo, não foram os artistas que pasteurizaram o estilo, mas os empresários. “Eles começaram a criar uma indústria dentro do carnaval, fabricando músicas e cantores, para tocar naquele modelo. Deve ser como está hoje o sertanejo. Parece Gremlin, cada hora aparece um, basta molhar que aparece”, brinca, fazendo referência ao filme produzido por Steven Spielberg e lançado em 1984. Macedo explica que foi assim que a música baiana começou a cair de qualidade. “Não tenho dúvida. O mercado diz que tem que colocar música de sucesso. Os escritórios dizem que é essa que vai estourar, aí entra o jabá (o pagamento às rádios para manterem determinadas músicas tocando , a fim de influenciar o gosto popular). Só que isso tem um preço muito caro lá na frente: o afundamento total do Axé”, assevera.

A cantora Sarajane, cuja música “A Roda” representa iconicamente os primórdios do Axé, foi dura em suas críticas. No entender de Sarajane, depois do auge nos anos 1990, o ritmo foi perdendo espaço para outros gêneros populares, como sertanejo, funk e até o internacional e hoje vive a um hit de Carnaval por vez. “O Axé-music (agora), só o das antigas”, garante a cantora que considera que os novos representantes “olham só para o próprio umbigo”. Essa postura individualista teria ajudado a enfraquecer o movimento em todo o País. A cantora também considera que é o carnaval de Salvador é muito caro e vê a crise no axé como algo inevitável.

Outro precursor do movimento, o músico Luiz Caldas (autor de sucessos como “Fricote”), preferiu não falar sobre uma possível queda do Axé. Cantando forró e as antigas músicas do Axé, Caldas tem um site onde disponibiliza músicas para download gratuito. O baiano é considerado um dos que mais contribuíram para o avanço do trio elétrico depois do surgimento com Dodô e Osmar. “A Axé Music nasce sem a pretensão de ser o que passou a ser. Eu queria fazer um som diferente e misturava com harmonia todas as sonoridades, pois tinha as experiências das bandas de baile, de ter trabalhado em estúdio, e, claro, ter passado pelo Trio Tapajós. O disco Magia, traz essa mistura que tanto me fascinou e que ainda me fascina. São caminhos que deram certo e que o Brasil abraçou, desde a minha primeira apresentação no Programa do Chacrinha, da Rede Globo”. Sarajane também conta que Chacrinha foi um grande impulsionador das carreiras de vários cantores do Axé, como Margareth Menezes, Chiclete com Banana e Zé Paulo. “Levei eles e muitas outras pessoas comigo para o Chacrinha, que era muito meu amigo e dava esse espaço”, lembra.
Fred Góes concorda que hoje o pagode, o sertanejo e outras manifestações têm tomado o lugar do Axé.

No entanto, Aroldo Macedo acredita que a crise é maior e vai além do Axé, estaria no ato de fazer na música. “Eu acho que a crise não é só no Axé, é na música em geral no Brasil e de todo o mundo. Há um nivelamento por baixo. Porque as músicas têm que ser cada vez mais populares”.

A voz discordante em relação a crise no Axé, parte da Banda Eva. O novo vocalista, Felipe Pezzoni, não acredita numa crise e vê o momento atual como algo natural. “O Axé permaneceu durante muito tempo no topo das paradas e é completamente natural que haja um revezamento dos segmentos musicais do mercado. Isso é cíclico, tem um momento de cada estilo musical. O Axé é uma vertente da nossa música, tem demanda sempre para quem quer se divertir”, garante e adianta: “Ninguém faz alegria como a gente”, garante.

Se é cíclico e natural, não é possível dimensionar. Apenas uma coisa parece consenso entre todos os artistas ouvidos pela NORDESTE: o Axé está em baixa e muitos dos seus autores consagrados têm buscado outros estilos para se manterem em atividade.

O trio, a corda e um apartheid Salvador

“Atrás do Trio Elétrico só não vai quem já morreu”, a música composta por Caetano Veloso, em 1969, ajudou a divulgar o fenômeno do trio elétrico em todo o país, até então restrito a Bahia e Pernambuco. Na época o Trio Tapajós, onde tocava Luiz Caldas, foi contratado pela prefeitura de Recife para agitar a festa. Essa invenção foi um dos grandes disseminadores do Carnaval como vemos hoje. Vale ressaltar que “Trio” diz respeito a mistura do som, da eletrificação e do palco móvel.

Aroldo Macedo, filho de Osmar, do Trio Dodô e Osmar, lembra como foi o processo de criação do trio pelo pai. “Eles quando fizeram o trio não esperavam acontecer dessa forma. Meu pai era um exímio instrumentista, um solista. Dodó tinha o lado da eletrônica. Na época estava nascendo a guitarra no mundo, mas ela não era difundida. Era a época dos rádios a válvula. A ideia pinta de um brincadeira. ‘Vamos tomar uma biritinha, botar isso em cima desse calhambeque. Vamos sair tocando’. Foi uma coisa muito assim, na farra, na brincadeira”, explica. “Mas a sonoridade que eles estavam fazendo era muito moderna, muito nova. Imagine em 1950 entrar uma guitarra bem peculiar, baiana, criada no fundo do quintal. Que é a amplificação do bandolim, do cavaquinho, como fez nos EUA a amplificação do violão?”.

A ideia pegou, segundo Macedo, muito porque era inusitada, aberta a qualquer público e porque seu pai era um virtuose no pau elétrico (invenção anterior à guitarra baiana). “Na época, ninguém cantava nos trios elétricos, a novidade era apenas a música eletrificada. Não era para fazer um projeto comercial. Foi para levar música, diversão, alegria. Foi com esse intuito que eles foram para a rua”. Com o tempo, o Trio Elétrico foi incluindo a percussão, introdução feita por Luiz Caldas, e as músicas com letras, até chegar no que é hoje comumente conhecido.

No entender do professor Fred Góes, que também é compositor e parceiro de Moraes Moreira, o Carnaval da Bahia vive hoje uma contradição desde a criação do Trio Elétrico por na década de 50. “Era exatamente porque o povo não dançava, o povo estava assistindo o desfile das grandes sociedades. E Dodó e Osmar queriam que fosse uma festa comum a todo mundo. Tanto que a música inaugural do trio elétrico diz ‘pula gente de bem, pula pau de arara, pula até criança, pula militar e até velho babaquara’. Era para a pluralidade que brinca ali atrás e que não tem corda”. Góes explica que com o tempo surgiram os blocos, com suas cordas e abadás separando quem tem dinheiro de quem não tem. “Primeiro, o abadá é um horror, porque é um uniforme. E a brincadeira de carnaval pressupõe a fantasia, então todo mundo uniformizado é uma coisa muito mais militar do que carnavalesca. Na Bahia o que aconteceu foi uma privatização do espaço público execrável. É camarote por tudo quanto é lado, é todo mundo separado, uma coisa muito esquisita”, lamenta.

O professor escreveu “55 anos dos Trios Elétricos”, provavelmente o primeiro livro falando sobre a história do Trio Elétrico, afirma que a fórmula também já entrou em esgotamento. “Porque o trio elétrico se transformou numa forma de teste da música popular, por ser um palco aberto, em trânsito, em que as pessoas testam para ver a sua popularidade. Para ver se as músicas vão pegar ou não”.

Assim como Góes, Macedo considera que existe mesmo uma espécie de apartheid no carnaval de Salvador. “Os blocos sempre mantiveram isso. Dentro os ricos, do lado de fora o povo, e a corda no meio. Assim também no camarote, está quem pode pagar”, critica. Quem está para dentro da corda, conta com segurança própria, carro de apoio, banheiro, bar. Tudo vip. Alguns afirmam que até a Polícia faz vista grossa para o uso de loló, lança perfume e maconha. Enquanto isso, do lado de fora da corda, vive-se o salve-se quem puder.

Mas nem tudo está perdido. A cantora Sarajane considera que há uma tendência dos blocos tirarem as cordas. Neste ano alguns já começaram a aboli-la, entre eles o bloco de Daniela Mercury e Margareth Menezes. A Banda Eva promete sair um dia sem corda. Além destes, Luiz Caldas e o trio Armandinho, Dodó e Osmar, mantêm a tradição.

Saudade DO FREVO-CANÇÃO

O frevo de Alceu Valença, Voltei Recife, marca bem a embriaguez da dança/música que é o frevo. Uma dança de passos frenéticos, um ritmo musical originário de Pernambuco que mistura marcha, maxixe e elementos da capoeira. Para o músico e compositor Naná Vasconcelos, Recife tem um carnaval livre, onde as coisas não são vendidas e nem precisa Abadá para poder participar, mas o nível de criatividade empobreceu muito. “Você não tem mais frevos-canções novos, não tem mais músicas novas. Eu sou de uma época que as músicas de carnaval saiam normalmente em novembro. Na passagem de ano novo já tinha gente cantando as marchinhas”, lembra.

“É assim, como a música não toca no rádio, ninguém conhece. Fica arriscado a perder a identidade”, reclama. O músico comanda apresentação de Maracatus na abertura do Carnaval em Recife e reconhece que existem novos compositores de frevo instrumental, entre eles Maestro Forró e o Spokfrevo Orquestra. Para Naná, do jeito que está o frevo se arrisca a deixar de ser pernambucano e virar algo que nunca foi, como jazz ou outra coisa.

Em contato com a NORDESTE, o presidente do bloco Misto Pão Duro José Levino Xavier, que terá o seu bloco como um dos homenageados no carnaval de Recife, também se mostrou saudoso aos velhos tempos do carnaval. “Eu achava melhor o carnaval quando eu era menino. Todo mundo tinha dinheiro para fazer as suas roupas. Hoje em dia o dinheiro está difícil. O pessoal não tem condições de fazer o que fazia antigamente. Está um carnaval mais difícil para a gente”, informa. Sobre a falta de novos frevos-canções, Levino explica que o problema é que os antigos tinham “aquela garra e hoje em dia está mais fraco de compositores de marcha de carnaval. Mas ainda existem”. Para o dirigente o problema de não cair no gosto popular é apenas um: “Falta de dinheiro. Precisa ser mais difundido. Se tivesse mais dinheiro a gente teria mais garra. Tem diversos compositores bons aí. Dos antigos e dos novos”, arremata.

Naná argumenta que enquanto na Bahia se escuta música baiana no rádio, em Pernambuco não se escuta frevo. “Você não vai ter um frevo-canção que o povo vai entoar, aí fica tocando Vassourinha o tempo todo”. O instrumentista lembra uma ideia implementada pela Prefeitura de Recife, quando tocava frevo nos auto-falantes. “Parecia mais uma lavagem cerebral, onde as pessoas ficavam forçadas a ouvir, entrando no elevador ouvindo frevo o dia todo. Não é por aí”.

O cantor Alceu Valença considera que existem compositores de frevo instrumental, mas acredita que o maior problema é falta das músicas nas rádios (confira entrevista principal). Em 2012, o compositor também sinalizou temor pelo desaparecimento do frevo. “Não existe espaço para o frevo, porque as rádios não tocam nada que seja da terra. Algumas rádios vêm com uma programação do sul, e as outras não se comprometem com absolutamente nada daqui. Há 15 anos – e isso é muito pouco, considerando-se que o frevo tem mais de cem – quando terminava o ano, logo se começava a tocar músicas de Carnaval. Depois passaram para um mês, depois para 15 dias antes e agora é só no dia do Carnaval. As minhas músicas de Carnaval, por exemplo, demoram de cinco a seis anos para “pegar”, reclama. Alceu afirma que as rádios não tocam as músicas dele, nem de ninguém que compõe músicas de carnaval fora da época específica da festa e isso prejudica a sobrevivência das músicas e dos compositores.

Naná complementa: “Existem novos compositores, mas existe falta de estímulo. Não adianta fazer uma música se vai ficar com ela no bolso. Como não tocam nas rádios, as músicas novas não fazem efeito nenhum”.

O frevo foi declarado Patrimônio Imaterial da Humanidade pela UNESCO no ano de 2012. Em 2014 foi criada a instituição “Paço do Frevo” que busca difundir, pesquisar, proporcionar o lazer e formação nas áreas da dança e música do frevo. A ideia é propagar a prática para as futuras gerações. Em 2013 o vereador de Recife, Marco Aurélio Medeiros, conseguiu aprovar lei (já sancionada) que obriga as rádios a tocarem uma música de frevo pela manhã e outra música à tarde.

Uma economia que se agita

Apesar das crises específicas na criatividade da Bahia e de Pernambuco, a economia vai muito bem obrigado.

O Carnaval da Bahia é uma verdadeira ilha de prosperidade que impulsiona a economia de forma vigorosa. Com dez dias de duração, a folia contará com investimento da Prefeitura de R$ 50 milhões, sendo R$ 35 milhões já captados junto aos patrocinadores, o que já paga toda a festa. O restante é gasto com os serviços da própria Prefeitura para o evento (Saúde, limpeza urbana, ordenamento de trânsito etc). Durante o evento devem ser gerados 250 mil empregos diretos e indiretos, movimentando cerca de R$1,5 bilhão na economia. É estimado um fluxo de turistas cerca de 20% acima do número do carnaval 2015, ou seja, 1,8 milhão para este verão. O período de Carnaval representa ainda de 30 a 40% do fluxo da temporada: de 540.000 a 720.000 turistas. A expectativa deste ano é que a taxa de ocupação hoteleira chegue a 90%.

Além disso, foram capacitadas 35 mil pessoas para o evento. Serão 15 mil lugares nas arquibancadas populares nos 6 dias, sendo 2.500/dia. 246 entidades participam da folia, com 685 atrações musicais fazendo a festa dos soteropolitanos e turistas. Pela prefeitura: 337 atrações sem cordas – sendo 121 apresentações nos circuitos oficiais (Dodô, Osmar, Batatinha, Riachão, Sérgio Bezerra, Orlando Tapajós e Mestre Bimba), entre trios independentes, fanfarras e bandinhas e mais 216 nos bairros, ilhas e palcos temáticos.

Em Recife a maior ênfase é para uma festa livre e totalmente gratuita em todos os bairros, cheia de apresentações locais e nacionais como Lenine, Elba Ramalho, Claudionor Germano, Alceu Valença, Nação Zumbi, Geraldo Azevedo, Otto e Ayrton Montarroyos, entre outras atrações. A Prefeitura investiu R$ 25 milhões na festa, sendo que parte do aporte financeiro vem da iniciativa privada. Também foi repassado apoio financeiro a 317 Agremiações Carnavalescas, no valor total da primeira parcela de R$ 1,4 milhão. O dinheiro é para reforçar o orçamento na compra de materiais para confecção de fantasias e adereços para os desfiles. A expectativa é de geração de 3 mil empregos diretos e ocupação de mais de 90% da rede hoteleira. Serão mais de 2.000 apresentações, sendo 99% de atrações locais, entre os dias 5 de janeiro a 9 de fevereiro. No total, serão 52 Polos Oficiais, sendo nove Polos Centrais, 34 Polos de Bairro, três Infantis e seis Corredores da Folia.

Em Recife há ainda o Galo da Madrugada, considerado o maior bloco do mundo pelo Guinness Book. O Galo realiza uma festa de nove horas ininterruptas de frevo. Este ano, celebrando o homenageado, o músico Chico Science. O repertório dos artistas que se apresentarão no desfile deve explorar também o estilo Manguebeat, criado e propagado por Science na década de 90. Serão cerca de 30 trios elétricos com artistas locais e nacionais acompanhando o percurso, seguidos de uma multidão de aproximadamente 2,5 milhões de foliões, que ocupam total ou parcialmente cinco bairros centrais do Recife. O Galo da Madrugada percorre um total de seis quilômetros, terminando seu trajeto na Rua do Sol. Todo ano o bloco contrata centenas de trabalhadores para colocá-lo na rua. Em 2016, cerca de três mil pessoas trabalharão para a saída da agremiação no Recife. Desse número, cerca de 1 mil são artistas, entre cantores, músicos, etc. Além, claro, de toda a movimentação financeira gerada pelo bloco nas áreas de turismo, gastronomia e transporte.

Carnaval, festa de excessos

O Carnaval nasceu na França/Itália com seu auge por volta de 1840. Foi reinventado nas Américas, onde surgiram muitas formas de carnaval, sendo os mais famosos o do Brasil, Colômbia, Nova Orleans e Trinidad e Tobago. O Carnaval é normalmente traduzido como a “Festa da Carne”. Na tradição cristã a festa se situa nos últimos dias que antecedem a Quaresma, onde por 40 dias é feito jejum. “O carnaval se caracteriza pelo excesso, a bebedeira, o sexo liberado, o politicamente incorreto. Isso tudo faz parte do perfil do carnaval”, explica Fred de Goés que acrescenta: “O carnaval muda alguns parâmetros da vida cotidiana. Por exemplo, no dia a dia você conta pela rotação da terra, o carnaval você conta pela translação, é um período. No cotidiano você vai para o centro da cidade trabalhar, no carnaval você vai para o centro da cidade brincar. É uma manifestação da rua. É um momento onde mostramos a transgressão muitas vezes sublinhando aspectos do cotidiano”.


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