BAHIA

Vereadores aprovam Plano Plurianual de Salvador

Os vereadores aprovaram ontem por 27 votos a 8 na Câmara Municipal de Salvador o Plano Plurianual da prefeitura, que estabelece as diretrizes e metas financeiras para os próximos três anos da gestão de ACM Neto (DEM) e para o primeiro ano da administração do próximo prefeito, em 2021. O valor total do PPA estipulado pelo democrata é de R$ 33 bilhões.

A sessão foi a mais longa da atual da legislatura. Começou por volta das 14h30 e encerrou às 21h. A bancada de oposição fez obstrução diversas vezes, alegando falta de transparência no projeto do prefeito e falta de diálogo por parte dos parlamentares de sua base de apoio na Casa.

Em entrevista ao jornal Tribuna da Bahia, porém, o líder do governo, vereador Henrique Carballal (PV), desconstruiu o discurso dos opositores, e afirmou que a argumentação deles chega a ser “medíocre”.

“Eles obstruíram a sessão inteira se revezando, fazendo discurso em cima de um conteúdo inexistente. PPA é uma peça obrigatória do prefeito no primeiro ano da gestão. Você estima um orçamento e uma despesa. Não dá para detalhar exatamente o que vai acontecer em quatro anos, em números absolutos. As emendas da oposição são medíocres. Como o prefeito vai prever com exatidão cada centavo que ele vai arrecadar e quanto vai gastar exatamente em cada área social? Quem consegue fazer uma previsão dessa? Em que lugar no mundo? Hoje quem determina qualquer coisa na economia do Brasil é a crise. Ninguém sabe o que vai acontecer amanhã. Eles dizem que o PPA não fala de creches. Claro que não existe o termo creche, porque é uma coisa ultrapassada. Hoje a nomenclatura é centro de educação infantil, e a previsão é de aumentar ainda mais o número de vagas em Salvador. Eu entendo a oposição por se posicionar contra, mas obstruir uma sessão até 9 horas da noite sem argumentos é tortura”, afirmou o líder governista.

Também a favor do prefeito, o vereador Téo Senna (PHS) ressaltou o empenho do democrata na educação infantil e criticou os oposicionistas. “Eles votam contra tudo e contra todos. Vamos dar continuidade a esse belo trabalho que vem sendo feito há quatro anos. Como eles podem nos chamar para debater alguma coisa se eles só serão contrários ao governo de qualquer jeito? Um governo que tem 74% dos votos dos cidadãos, um governo que elevou de 17 mil para 44 mil o número de vagas nas creches”, afirmou Téo Senna.

Oposição critica falta de transparência

Do lado da oposição, a vereadora Marta Rodrigues (PT) fez críticas duras ao PPA, sobretudo ao quesito educação infantil, assim como seus colegas de bloco Hilton Coelho (PSOL) e Aladilce Souza (PCdoB).

“Não fala de creches, não fala de educação, é um plano raso. Para se ter uma ideia dos absurdos desse Plano, dos R$ 33 bilhões previstos para o PPA, 21 bilhões estão previstos para gestão administrativa, mas o plano não dá nenhum detalhamento sobre para onde vai essa verba. Como a gente pode aprovar algo que não especifica o destino de 21 bilhões? É vergonhosa a forma como a prefeitura construiu esse PPA”, afirmou Marta Rodrigues.

Segundo a vereadora, houve nesse PPA redução de ações divididas em oito eixos em comparação ao elaborado para o período de 2014 a 2017, e, além disso, a peça que trata do orçamento de 4 anos do município só foi debatido em duas audiências públicas esvaziadas.

“Não houve debate. A população não foi ouvida nos seus bairros, nas subprefeituras, para saber o que elas necessitam mais e dessa forma a prefeitura construir o orçamento ideal. O debate foi mais uma vez atropelado, mas dessa vez, com o plano mais importante da cidade”, disse.

Brasil 247


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