POLÍTICA

Voto Perdido I Coluna Observatório Político, por Hely Ferreira

Por Hely Ferreira *

 

Coluna publicada na edição 212, da Revista NORDESTE. Leia abaixo ou acesse o APP da NORDESTE clicando aqui

 

 

Na antiga Grécia, idiotés era todo aquele que se esquivava de participar dos assuntos da esfera pública, mas preferia priorizar as temáticas da vida privada. Apesar das limitações da época, a democracia ateniense era um convite ao cidadão participar ativamente das decisões da cidade e o não participar era abrir mão de um direito.

 

Ao longo dos anos, tem se travado o debate se o voto é um direito ou uma conquista. O fato é que poder escolher nossos representantes deve ser encarado como algo de extrema relevância. Mesmo assim, há quem ignore a importância e o privilégio em se ter como eleger nossos representantes. 

 

É bem verdade que algumas escolhas levam em pouco tempo o eleitor passar pelo processo do arrependimento pelo fato de haver depositado sua confiança em determinado candidato.

 

O profissionalismo cada vez maior das grandes campanhas tem tirado a naturalidade das coisas. Discursos, propostas estão muito mais alicerçadas em pesquisas qualitativas do que realmente naquilo que o candidato defende e acredita. 

 

Além do mais, alguns eleitores procuram escolher em quem votar exclusivamente no que segundo as pesquisas, lidera as intenções de voto. Na verdade, é o tipo de eleitor que gosta de bradar que “não vai perder o seu voto”, acreditando que o melhor é escolher quem se encontra na frente nas pesquisas. 

 

Ora, na verdade, se o eleitor bem soubesse, entenderia que se alguém pode perder o voto, é justamente quando se escolhe um candidato descompromissado com as principais necessidades da população. Perder o voto é quando se acredita nas promessas feitas pelo candidato, mas basta tomar posse para que mude completamente, passando a defender uma agenda divorciada do que durante o período da campanha procurava priorizar.

 

Candidatos que assim se comportam é um tipo de produto que ao ser oferecido, não passa de uma propaganda enganosa e quem o elegeu não tem como depois reclamar ao PROCON.

 

Sem ódio e sem medo.

 

*Hely Ferreira é cientista político.


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