As propinas teriam a ver, segundo o ex-governador, com a organização social (OS) Pró-Saúde, que administra hospitais no Rio de Jasneiro e em outros estados. O depoimento de Cabral foi pedido por ele e fez parte do último ato da Operação Fatura Exposta, que investigou pagamentos de propinas do setor de saúde a agentes públicos.
“Eu não tenho dúvida de que deve ter havido esquema de propina com a OS da Igreja Católica, da Pró-Saúde. Eu não tenho dúvida. O dom Orani devia ter interesse nisso, com todo respeito ao dom Orani, mas ele tinha interesse nisso. Tinha o dom Paulo, que era padre, e tinha interesse nisso. E o Sérgio Côrtes nomeou a pessoa que era o gestor do Hospital São Francisco. Essa Pró Saúde certamente tinha esquema de recursos que envolvia religiosos. Não tenho a menor dúvida”, disse Cabral a Bretas, que em breve determinará as sentenças aos envolvidos.
Outro lado
A Igreja Católica respondeu em nota: “Sobre o depoimento do ex-governador, podemos afirmar que a Igreja Católica no Rio de Janeiro e seu arcebispo têm o único interesse que organizações sociais cumpram seus objetivos, na forma da lei, em vista do bem comum”.
A organização social Pró-Saúde disse em nota que colabora com a investigação: “A Pró-Saúde tem colaborado com as investigações e, em virtude do sigilo do processo, não se manifestará sobre os fatos. A entidade filantrópica reafirma neste momento o seu compromisso com ações de fortalecimento de sua integridade institucional, bem como com a prestação de um importante serviço à saúde do Brasil”.