BAHIA

Em Salvador, Projeto que monitora poluição do ar é finalista de prêmio nacional

Servidora pública concorre ao 6º Prêmio Espírito Público e irá para a cerimônia ao Rio de Janeiro

 

 

Um projeto que monitora a qualidade do ar e o seu impacto na saúde da população em Salvador está entre os finalistas do Prêmio Espírito Público (PEP), a maior premiação para servidores públicos do país. Os pesquisadores começaram a analisar a qualidade do ar da capital baiana em 2005 e, ao longo dos anos, os servidores públicos encarregados da pesquisa constataram os perigos à saúde da população por conta da presença de metais pesados na atmosfera.

 

 

 

Esse monitoramento gerou iniciativas como mudanças nos transportes públicos, que contribuem para a poluição do ar na cidade.

 

À frente do projeto está a servidora Nelzair Araújo Vianna, que trabalha no setor de Vigilância em Saúde, na Secretaria de Saúde. De acordo com ela, em 2005, não havia nenhuma informação sobre poluição do ar em Salvador. Ela passou então a questionar a conexão entre essa poluição e o aumento de enfermidades relacionadas à presença de metais no ar, como doenças gastrointestinais, pulmonares e hematológicas.

 

 

A partir dessa percepção, foi implementado o programa VIGIAR, do Ministério da Saúde, para definir áreas críticas para a saúde e identificar os efeitos agudos e persistentes da exposição à poluição atmosférica.

 

 

Resultados e impactos do projeto
“Poluição do Ar em Salvador” é um dos finalistas na categoria Saúde da 6º edição do Prêmio Espírito Público, que reconhece e valoriza profissionais públicos. No dia 24 de julho, haverá uma cerimônia no Rio de Janeiro para divulgar os vencedores do prêmio. A premiação é uma realização da parceria Vamos.

Os primeiros resultados do projeto foram um marco nas ações de qualidade do ar em Salvador. Políticas públicas como intervenções no transporte público, construção de ciclovias e a instalação de uma agenda permanente, com Salvador se tornando signatária da Declaração Cidade Ar Limpo do C40, foram algumas das medidas adotadas.

“É um projeto iniciado há 19 anos, que tem sido reinventado a cada gestão com propostas inovadoras, que deram sequência a essa agenda”, avalia Nelzair, pesquisadora da Fiocruz e Fiscal da Vigilância em Saúde de Salvador.

Segundo a pesquisadora, os resultados das análises levaram a uma série de mudanças. O transporte público causava 70% da poluição do ar. Em seguida, houve uma mudança na frota, com 25% dos ônibus sendo substituídos por modelos não poluentes.

“A cidade saiu de zero para 300 quilômetros de ciclovias, com um projeto de expansão. Além disso, o projeto de arborização foi posto em prática”, lista Nelzair.

Ao adotar essas medidas, Salvador conseguiu se tornar signatária do C40, grupo que reúne prefeitos das principais cidades do mundo unidas em ação para enfrentar a crise climática.


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