CEARÁ

FIEC e Fortescue criam grupo de trabalho para impulsionar cadeia de hidrogênio verde no Ceará

Por Luciana Leão

 

A  Federação das Indústrias do Estado do Ceará (FIEC), e a Fortescue Metals Group, um dos players mundiais no setor de mineração e recursos naturais, além de ser uma das principais produtoras de minério de ferro do mundo, e mais recentemente em energia renovável e tecnologias limpas assinaram um termo de parceria com o objetivo de estabelecer um grupo de trabalho para desenvolver iniciativas de apoio a empregos, setores e economia sustentável no Ceará, o que inclui a capacitação de mão de obra para cadeia de hidrogênio verde e a responsabilidade social. 

 

A proposta do trabalho conjunto é identificar as funções e resultados de aprendizagem associados à construção e operação de fábricas e instalações associadas à cadeia de valor do H2V, para subsidiar o desenvolvimento de programas de formação. Isso também inclui o apoio à participação empresarial local, das comunidades indígenas, mulheres e pessoas com deficiência, em oportunidade de emprego e/ou negócios, entre outros objetivos.

 

 

A iniciativa faz parte dos padrões da Fortescue de promover relacionamento com as comunidades onde desenvolve projetos, dentro da sua política de Transição Justa como parte da revolução verde que a empresa faz no mundo.

 

No Ceará, a Fortescue desenvolve o projeto para produção de hidrogênio verde (H2V) avaliado em US$ 5 bilhões no Complexo Industrial e Portuário do Pecém (CIPP), ainda em fase de pré-viabilidade. A parceria com a FIEC é parte da estratégia de avanço da Fortescue no Ceará. O prosseguimento para a fase de construção depende ainda de uma decisão final de investimento da empresa, segundo informou os executivos do grupo australiano.

 

Segundo o presidente da FIEC, Ricardo Cavalcante, há mais de três anos a FIEC vem trabalhando com o Governo do Estado e as universidades as necessidades e desafios do projeto de hidrogênio verde no estado.  “Hoje,  este termo que assinamos com a Fortescue,  é para identificarmos o que é necessário, em termos de mão de obra, para qualificarmos as pessoas.”, disse, em seu discurso. 

 

Nos últimos dois anos, o SENAI Ceará já qualificou mais de 10 mil pessoas na área de energias e o volume de demanda que está por vir, na transformação energética, com o hidrogênio verde, é muito grande – em sua avaliação.  

 

“Não apenas no Pecém, mas no interior do estado, para produzir energia solar e eólica a fim de abastecer esse equipamento”, disse Ricardo Cavalcante, ao se referir ao epicentro da produção de hidrogênio verde no Ceará, que está em avanço no Pecém.

 

Padrões internos

 

Para o gerente de Comunidade e Performance Social na América Latina,  da Fortescue, Hugo Diogo, a agenda de trabalho firmada com a FIEC corrobora com as necessidades internas do projeto de ampliar os estudos, trocar informações e conhecimento sobre o que de fato o grupo australiano precisa fazer para impactar a cadeia de valor.

 

“Essa parceria se insere para garantir a implementação do projeto com base em quatro pilares: educação verde; geração de emprego; potencialização da cadeia de fornecedores locais; e pesquisa e desenvolvimento. Então vamos detalhar estratégias e avançar”, comentou Hugo Diogo. 

 

 

Assunatura do termo de parceria entre a FIEC e a Fortescue. Foto: George Lucas

 

 

O executivo acredita que a união do conhecimento e experiência da FIEC com a Fortescue, o processo para implementação do projeto no Pecém possa avançar mais rápido. “Conseguiremos avançar mais rápido no processo de educação verde para identificar habilidades específicas para a indústria de hidrogênio verde e construir conteúdos pedagógicos e grades curriculares específicas para isso. E, também, como podemos incluir comunidades e populações em situação de marginalidade ou de vulnerabilidade dentro desse processo de transição energética e justa; e como podemos fomentar pequenas e médias empresas locais”, completa Hugo.

 

De forma remota, durante a assinatura do acordo,  o gerente Regional de Relações Governamentais e Comunidades da Fortescue, Sebastián Delgui, reforçou que a Fortescue quer gerar um impacto positivo na sociedade, por meio da criação do grupo de trabalho e que envolva diversos representantes da população do Estado do Ceará. 

 

 

“Com essa sinergia que temos com a FIEC, criar este grupo de trabalho será muito positivo para nós que estamos procurando ser a primeira empresa que tem uma planta de hidrogênio verde em funcionamento, no Ceará”, comentou Sebastián Delgui.

 

A importância do aprendizado transversal

 

Segundo o  diretor Regional do SENAI e superintendente Regional do SESI Ceará, Paulo André Holanda, a cadeia das energias renováveis inclui diversos setores e o papel do SESI e do SENAI tem sido fundamental nessa transversalidade. 

 

 

“Não existe apenas a área das energias. São áreas transversais, pois iremos precisar de profissionais da construção civil pesada, na metalmecânica, da automação, da inteligência artificial, refrigeração, mineração etc”.

 

 

De acordo com ele, o SENAI e o SESI Ceará atua com 25 segmentos industriais com um portfólio de 330 cursos de diversas modalidades – cursos técnicos, de qualificação e aperfeiçoamento. “O SENAI e o SESI Ceará estão preparados para essa nova era do conhecimento”, disse.

 

 


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