NORDESTE

Inteligência Artificial no cenário brasileiro e no mundo. Como gerar regras sem conhecimento real do IA?, indaga Silvio Meira

 

Por Luciana Leão

 

No universo da Ciência da Computação, o paraibano de Taperoá, Silvio Meira, engenheiro eletrônico formado pelo ITA, em 1977, Mestre em Informática pela UFPE, em 1981, e PHD em Computação pela University of Kent at Canterbury, no Reino Unido, em 1985, além de ser um dos fundadores e cientista-chefe da TDS Company, professor extraordinário da CESAR School e um dos fundadores do Porto Digital, no Recife, onde preside o Conselho de Administração aceitou o convite da NORDESTE em decifrar, explicar e defender caminhos numa temática que faz parte do dia a dia dos cidadãos pelo mundo: a Inteligência Artificial.

 

Para o também membro do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social Sustentável (CDESS) e conselheiro em empresas nacionais como Magalu, MRV, Tempest, CI&T, assim como comitês de Inovação do ZRO Bank e Banco ABC, “o Brasil, antes  de pensar em regulação, precisa de uma política e estratégia nacional para IA. Isso envolve entender seu potencial como produto, serviço, experiência e aplicação nos setores público e privado”. 

 

Segundo ele, Regular sem conhecer IA e seus desdobramentos em escala social pode ser contraproducente e limitar o potencial da IA para o progresso do Brasil. “Antes de pensar na criação de um “sistema brasileiro de IA”, é fundamental que o país tenha uma estratégia clara e abrangente para inteligência artificial. Ela não existe. E envolveria identificar as áreas prioritárias onde a IA pode trazer benefícios reais, como saúde, educação, segurança pública, mobilidade urbana e agricultura, entre outras, mas sem tornar o tal “sistema” uma “jabuticaba”.

 

 

Confira a entrevista abaixo ou aqui:

 

Cientista Chefe TDSC COMPANY. Foto: Leo Caldas

 

 

REVISTA NORDESTE– Inicialmente, como o senhor descreveria, em termos simples, o que é inteligência artificial?

 

 

SILVIO MEIRA – IA é um ramo da computação que cria máquinas -sistemas de informação, em hardware, software ou combinação destes- que imitam a inteligência humana. Isso permite que computadores realizem tarefas complexas, como aprender, resolver problemas e tomar decisões, sem a necessidade de intervenção humana. 

 

IA está em muitos aspectos do dia a dia, como assistentes virtuais, carros autônomos e tradutores automáticos e tem o potencial de revolucionar áreas como saúde, educação, transporte e segurança, tornando nossa vida mais fácil, eficiente e segura. Tomara.

 

NORDESTE– A União Europeia, por meio de seu Parlamento Europeu, aprovou uma Lei que regulamenta a Inteligência Artificial e o seu uso.  O mesmo deve ocorrer nos EUA. Qual sua leitura para o Brasil sobre a regulação para o uso da IA em curso?

 

SILVIO MEIRA- Antes de pensar em regulação, o Brasil precisa de uma política e estratégia nacional para IA. Isso envolve entender seu potencial como produto, serviço, experiência e aplicação nos setores público e privado

 

É fundamental mapear as oportunidades, desafios e impactos da IA no contexto brasileiro, envolvendo muitos atores nessa discussão. Somente a partir de uma visão estruturada, aliada a um grande debate na sociedade, o país estará pronto para criar uma regulamentação efetiva e alinhada com nossos objetivos de desenvolvimento. 

 

Regular sem conhecer IA e seus desdobramentos em escala social pode ser contraproducente e limitar o potencial da IA para o progresso do Brasil.

 

NORDESTE– O uso da Inteligência Artificial implica em vários vieses quais sejam aspectos técnicos, éticos e humanos. Como os Governos, Academia, Instituições de Ensino podem contribuir para um maior entendimento por parte da sociedade como um todo dos desafios e ganhos com a chegada da inteligência artificial?

 

SILVIO MEIRA – Governos, academia e IES são fundamentais para que a sociedade entenda a IA, seus problemas, oportunidades e riscos. Isso pode ser alcançado por meio de investimentos em pesquisa e desenvolvimento de e com IA, considerando aspectos técnicos, sociais e humanos. 

 

Além disso, é essencial promover a educação e capacitação em IA, desde o ensino básico até a pós-graduação, para formar cidadãos e profissionais preparados para lidar com esta terceira dimensão da inteligência

 

O fomento ao diálogo e à colaboração entre diferentes setores, da indústria, ao governo, passando por C&T e sociedade civil, é fundamental para discutir os desafios e oportunidades da IA. Políticas públicas e diretrizes claras para o desenvolvimento e uso ético e transparente de IA, protegendo direitos dos cidadãos, também é crucial. Por fim, é necessário comunicar de forma acessível e engajadora os benefícios e riscos da IA, desmistificando a tecnologia e promovendo uma visão realista e equilibrada.

 

NORDESTE– Recentemente, em reunião com o Conselho Nacional de Ciência e Tecnologia,  o presidente da República pediu a todos os conselheiros e convidados que se “debruçassem” em criar um sistema brasileiro de IA. O senhor diria que esse é um caminho propositivo para o país, ou seja, quais ganhos o cidadão comum terá com a criação de um sistema de IA brasileiro?

 

SILVIO MEIRA – Antes de pensar na criação de um “sistema brasileiro de IA”, é fundamental que o país tenha uma estratégia clara e abrangente para inteligência artificial. Ela não existe. 

 

E envolveria identificar as áreas prioritárias onde a IA pode trazer benefícios reais, como saúde, educação, segurança pública, mobilidade urbana e agricultura, entre outras, mas sem tornar o tal “sistema” uma jabuticaba.

 

Antes de pensar na criação de um “sistema brasileiro de IA”, é fundamental que o país tenha uma estratégia clara e abrangente para inteligência artificial. Ela não existe. Foto: Leo Caldas

 

 

Sem uma estratégia, corre-se o risco de investir em iniciativas desconectadas da economia e sociedade ou não alinhadas com as capacidades e prioridades do país. Portanto, antes de se concentrar na criação de um “sistema de IA”, é bom estabelecer uma visão clara do que o Brasil deseja alcançar com a tecnologia e como ela pode beneficiar o país de forma tangível e significativa. E uma forma de fazer isso, competentemente, não é começar com um “sistema”.



É importante ressaltar que, em um mundo cada vez mais interconectado e competitivo, qualquer sistema ou solução de IA “brasileiro” deve ser de classe mundial, mesmo que tenha um uso inicialmente limitado.

 

IA é global, e soluções brasileiras precisam estar alinhadas com os mais altos padrões internacionais de qualidade e desempenho.

 

NORDESTE– Um estudo da McKinsey & Company estimou que a IA poderia automatizar até 800 milhões de empregos em todo o mundo até 2030. O estudo também estimou que a IA poderia criar até 970 milhões de novos empregos no mesmo período. Como destruir e ao mesmo tempo criar novos empregos? Essa realidade parece distante no Brasil?

 

 

SILVIO MEIRA- IA é uma tecnologia de propósito geral, que tem o potencial de causar profundas transformações na sociedade, economia e mercado de trabalho. Como tal, seu impacto será sentido em todos os setores e níveis da sociedade, alterando a forma como vivemos e trabalhamos.

 

Diante dessa realidade, é preciso entender que não devemos nos concentrar em proteger empregos e trabalhos específicos, mas em proteger pessoas e trabalhadores. 

 

A melhor maneira de fazer isso é investindo no desenvolvimento de competências e habilidades que permitam aos indivíduos se manterem competitivos e relevantes em um cenário de crescente complexidade econômica e social.

 

NORDESTE- Como colocar em prática e superar desafios e vazios estruturais na temática?

 

SILVIO MEIRA– Para enfrentar esses desafios, o Brasil precisa lidar com questões estruturais de educação, inovação e empreendedorismo. É preciso reformular nosso sistema educacional para preparar as pessoas para as demandas do futuro, estimular a inovação em todos os setores e fomentar uma cultura empreendedora – de verdade, e não de palco…- que permita a criação de novos negócios de alta performance e oportunidades de emprego sofisticado e bem remunerado.

 

Mas o histórico do Brasil nesses aspectos não é animador. O país enfrenta dificuldades persistentes em melhorar a qualidade da educação, fomentar a inovação e criar um ambiente favorável ao empreendedorismo.

 

 

 

Sem mudanças significativas e um comprometimento sério com soluções para essas questões, o Brasil corre o risco de ficar para trás na corrida global pela competitividade e prosperidade na era da IA.

 

DIREITOS AUTORAIS, PRIVACIDADE E USO DE DADOS

 

NORDESTE– O jornal The New York Times moveu um processo contra a OpenAI, criadora do ChatGPT, e a Microsoft, que tem 49% de participação acionária da OpenAI e criou o Bing Chat. As empresas alegaram o uso de informações e dados sobre direitos autorais. Como lidar com essa problemática de privacidade, dados e direitos frente à IA?

 

SILVIO MEIRAA questão dos direitos autorais, privacidade e uso de dados por IA é complexa e requer uma abordagem equilibrada. Por um lado, é fundamental proteger direitos dos criadores e garantir que eles sejam devidamente reconhecidos e remunerados pelo uso de suas obras. 

 

Por outro lado, IA precisa de grandes quantidades de dados para aprender e gerar resultados relevantes, o que entra em conflito com essas proteções.

 

Para lidar com essa problemática, é necessário um marco legal abrangente que defina regras para uso de dados protegidos por direitos autorais no treinamento e uso de IA. Isso pode envolver mecanismos de licenciamento, compensação e atribuição de créditos aos criadores de, bem como diretrizes para o uso ético e transparente de dados.

 

Além disso, é importante promover a colaboração entre as empresas de IA, os detentores de direitos autorais e os reguladores para encontrar soluções que equilibrem os interesses de todas as partes envolvidas. Isso pode incluir a criação de plataformas e iniciativas que facilitem o acesso a dados de forma legal e justa, bem como o desenvolvimento de tecnologias que permitam rastrear e atribuir corretamente o uso de conteúdo protegido por direitos autorais em sistemas de IA.

 

MERCADO DE TRILHÕES

 

NORDESTE– Estudos mostram que o mercado de IA vai chegar a 15,7 trilhões de dólares até 2030. Como o senhor identifica oportunidades para o Brasil, nesse mercado, absolutamente desconhecido por grande parte da sociedade brasileira? O que é preciso fazer para estar inserido dentro desse novo mercado, da nova economia?

 

SILVIO MEIRAO Brasil está muito bem posicionado como usuário de IA, e sem uma estratégia, investimentos, infraestrutura e serviços para o desenvolvimento de negócios baseados em IA em larga escala. 

 

No entanto, ainda há possibilidades para o Brasil se concentrar em nichos específicos onde possui vantagens competitivas, como em agricultura, recursos naturais e energia, e desenvolver soluções de IA adaptadas às necessidades desses setores. 

 

De novo, vamos repetir que para estar inserido nesse mercado, é essencial que o Brasil desenvolva uma estratégia nacional de IA, com objetivos claros, investimentos direcionados e políticas públicas que fomentem a adoção e o desenvolvimento dessas tecnologias. 

 

Também é necessário criar um ambiente regulatório favorável, que proteja ao mesmo tempo os direitos dos usuários e incentive a inovação.

 

A IA, SEGURANÇA PÚBLICA E APLICAÇÃO DA LEI

 

NORDESTE- Os sistemas de reconhecimento facial costumam ser treinados em conjuntos de dados com poucas imagens de pessoas negras, resultando em baixa precisão. Não seria impreciso adotar tal tecnologia em um país com população majoritariamente negra, como o Brasil?

 

SILVIO MEIRA- Este tipo de treinamento enviesado pode levar a falsos positivos e falsos negativos, e consequências graves em áreas como segurança pública e aplicação da lei. 

 

Implantar sistemas enviesados em um país com uma população diversa como o Brasil pode perpetuar e amplificar as desigualdades e a discriminação racial.

 

Além disso, o uso impreciso dessa tecnologia pode minar a confiança da sociedade nas instituições que a utilizam e levantar sérias questões sobre a violação de direitos civis e a privacidade dos cidadãos.

 

Portanto, antes de adotar amplamente o reconhecimento facial no Brasil, é essencial que se estabeleçam diretrizes claras e rigorosas para garantir que esses sistemas sejam desenvolvidos e treinados com conjuntos de dados representativos da diversidade racial do país. Também é necessário criar mecanismos de supervisão e responsabilização para monitorar e corrigir possíveis vieses e erros.

 

Além disso, é fundamental promover um debate público abrangente sobre os benefícios, riscos e implicações éticas do uso dessa tecnologia, envolvendo especialistas, formuladores de políticas públicas, organizações da sociedade civil e a população em geral. 

 

Somente com uma abordagem transparente, inclusiva e criteriosa, será possível aproveitar os potenciais benefícios do reconhecimento facial, minimizando seus riscos e garantindo que sua aplicação seja justa e equitativa para todos os brasileiros.

 

QUAIS FUTUROS AGUARDAM PARA A IA

 

NORDESTE– IA já está presente em várias atividades do dia a dia, tais como pesquisa científica, educação, manufatura, logística, transporte, defesa, aplicação da lei, política, publicidade, arte, cultura. O que ainda não sabemos e o que ainda está por vir? Ou seja, o que o senhor vê no futuro da IA? Quais são os próximos grandes avanços ou desenvolvimentos que podemos esperar?

 

SILVIO MEIRA– O futuro da IA é vasto, com avanços e desenvolvimentos que prometem transformar os mais diversos aspectos de nossas vidas. 

 

Um dos próximos grandes são plataformas de IA mais gerais e adaptáveis, capazes de realizar uma ampla gama de tarefas e aprender de forma mais autônoma. Esses sistemas poderão se aproximar ou até mesmo superar as capacidades humanas em muitos domínios, abrindo caminho para inovações revolucionárias.

 

Há estimativas de que 70-80% das ocupações que envolvem trabalho com informação podem sofrer rupturas substanciais nos próximos 10 anos. Mesmo funções “criativas”, como marketing, design e jornalismo, estão vulneráveis, à medida que  IA domina novas habilidades ao ser treinada com dados em volumes que nenhum ser humano pode igualar. 

 

Medicina, direito, finanças… – praticamente nenhuma profissão centrada em informação está imune. Os principais aceleradores dessa revolução incluem o crescimento exponencial de dados que alimentam IAs cada vez mais inteligentes, a escalabilidade dos algoritmos de aprendizado de máquina e o declínio vertiginoso nos custos de computação para treinar modelos complexos.

 

NORDESTE– IA tem chips e é um sistema inteligente de combinações de algoritmos. Mas, não tem emoção. Nesse contexto, como driblar os erros repetitivos, principalmente quando se tratam de uso reconhecimento facial, controle de carros elétricos etc?

 

SILVIO MEIRA- A ausência de emoções em IA -por enquanto- é uma questão a ser considerada, especialmente quando se trata de aplicações críticas, como reconhecimento facial e automação veicular. 

 

Embora IA seja capaz de realizar tarefas complexas, ainda carece da compreensão de nuances emocionais e contextuais que são inerentes aos humanos.

 

Para mitigar erros repetitivos e levar um desempenho mais confiável e seguro de IA, é necessário adotar uma abordagem multifacetada, investir em desenvolvimento de algoritmos mais robustos e adaptativos, capazes de aprender com os erros e se ajustar de forma autônoma. 

 

Além disso, é essencial estabelecer processos rigorosos de testes e validação dos sistemas baseados em IA antes de sua utilização em aplicações críticas. 

 

É  fundamental reconhecer que, embora  IA possa trazer benefícios significativos, ela pode não substituir a participação humana em muitos cenários em que a combinação da capacidade de processamento de IA e a intuição e o julgamento humano podem oferecer resultados mais confiáveis e seguros.

 

DESAFIOS GLOBAIS E MUDANÇAS CLIMÁTICAS

 

NORDESTE- Como a IA pode ser usada para resolver grandes desafios globais, como as mudanças climáticas ou a pobreza?

 

SILVIO MEIRA– A IA tem um enorme potencial para contribuir na solução de grandes desafios globais, como as mudanças climáticas e a pobreza. 

 

Através da análise de grandes volumes de dados, do desenvolvimento de modelos preditivos e da otimização de processos, a IA pode oferecer insights valiosos e apoiar a tomada de decisões mais eficazes em diversas áreas.

 

No combate às mudanças climáticas, a IA pode ser usada em várias frentes. Pode monitorar e prever padrões climáticos, identificar áreas de risco e antecipar eventos extremos, como secas, inundações e furacões. 

 

Esses insights podem orientar o desenvolvimento de estratégias de adaptação e mitigação mais precisas e eficientes. Pode contribuir para a transição para uma economia de baixo carbono, otimizando o uso de energia, identificando oportunidades de eficiência energética e apoiando o desenvolvimento de tecnologias limpas e renováveis.

 

Algoritmos de IA podem ser usados para gerenciar redes elétricas inteligentes, minimizando o desperdício e maximizando o uso de fontes de energia sustentáveis.

 

Na luta contra a pobreza, a IA pode identificar áreas de vulnerabilidade, otimizar a alocação de recursos e personalizar intervenções sociais. Através da análise de dados socioeconômicos, demográficos e geoespaciais, IA pode auxiliar na identificação de comunidades em situação de pobreza extrema e orientar políticas públicas mais focalizadas e eficazes.

 

Além disso, IA pode participar do desenvolvimento de soluções inovadoras para problemas específicos enfrentados por populações vulneráveis, como o acesso à saúde, educação e serviços financeiros. 

 

Por exemplo, chatbots e assistentes virtuais baseados em IA podem informar sobre serviços sociais, enquanto algoritmos de aprendizado de máquina podem auxiliar na identificação de estudantes em risco de evasão escolar e no desenvolvimento de estratégias de intervenção precoce.

 

Suas considerações finais sobre o tema

 

 

Em um cenário futuro onde a IA realiza uma alta porcentagem das performances associadas a trabalhos cognitivos repetitivos, podemos imaginar um mundo em que a tecnologia se tornou capaz de executar tarefas complexas de forma mais eficiente e eficaz do que os seres humanos.

 

Nesse contexto, IA consegue analisar grandes volumes de dados, identificar padrões e tomar decisões baseadas em algoritmos bem definidos, conhecidos pelos humanos, mas executados de forma muito mais eficiente e eficaz pelas máquinas.

 

Aí teremos chegado a um ponto em que é possível medir diretamente a qualidade das soluções criadas pela tecnologia, avaliando seu impacto na resolução de problemas específicos. Isso levaria a uma situação em que o profissional criativo mediano se torna cada vez mais obsoleto, uma vez que IA seria capaz de gerar ideias, criar cenários e tomar decisões de forma mais eficiente e inovadora.

 

Esse cenário tem um impacto gigantesco em todas as áreas da economia onde esses profissionais são relevantes. Na análise de informações, IA é capaz de processar grandes volumes de dados em tempo real, identificando insights que antes poderiam levar dias ou semanas para serem descobertos por analistas humanos. 

 

Na criação de cenários, IA pode simular milhões de possibilidades e identificar as melhores opções com base em dados históricos e tendências futuras, superando em muito a capacidade humana de imaginar e avaliar diferentes alternativas.

 

Na tomada de decisões, IA se torna o principal agente, capaz de considerar uma infinidade de variáveis e tomar decisões mais precisas e objetivas, eliminando vieses e erros humanos. 

 

No gerenciamento das ações, IA pode coordenar e otimizar processos complexos em tempo real, adaptando-se rapidamente a mudanças e imprevistos. 

 

Na avaliação dos resultados, IA é capaz de analisar métricas e indicadores de desempenho de forma muito mais abrangente e detalhada do que os humanos, identificando oportunidades de melhoria e ajustando estratégias em tempo real.

 

Nesse cenário, muitos profissionais criativos medianos perdem seus empregos, uma vez que suas habilidades se tornam obsoletas diante da eficiência e eficácia da IA

 

Isso leva a uma grande ruptura no mercado de trabalho, com a necessidade de requalificação e adaptação dos profissionais para funções que exijam habilidades mais complexas e difíceis de serem automatizadas, como a criatividade genuína, a empatia e a tomada de decisões em situações de alta incerteza.

 

No entanto, esse cenário também abre novas oportunidades para aqueles profissionais que são capazes de trabalhar em sinergia com IA, utilizando-a como uma dimensão da inteligência capaz de ampliar suas habilidades e conhecimentos. Esses profissionais se tornam altamente valorizados no mercado, capazes de combinar a criatividade humana com IA para gerar soluções inovadoras e de alto impacto.

 

Em resumo, em um cenário futuro onde IA resolve uma alta porcentagem das performances associadas a trabalhos cognitivos repetitivos, a obsolescência do profissional criativo mediano se torna uma realidade iminente, com impactos significativos em todas as áreas da economia. Isso exige uma grande adaptação e requalificação dos profissionais, bem como o desenvolvimento de novas habilidades e competências para trabalhar em sinergia com a IA. 

 

Aqueles que conseguirem se adaptar a essa nova realidade terão grandes oportunidades de sucesso em um mundo cada vez mais habilitado, empoderado, mediado e limitado por tecnologia e, em particular, por IA.


Os comentários a seguir são de responsabilidade exclusiva de seus autores e não representam a opinião deste site.

Recomendamos pra você


Receba Notícias no WhatsApp