POLÍTICA

Legado de Bolsonaro é rombo de R$ 300 bilhões e o maior juro real do mundo, diz Haddad

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), negou que a queda da bolsa na segunda-feira (2) se deva a um ataque especulativo ao início da sua gestão à frente da pasta. Para ele, se trata do legado desastroso deixado pelo governo Jair Bolsonaro (PL) na economia. “As pessoas estão se apropriando dos números e do que aconteceu no Brasil em 2022. Estava um clima de que a economia estava em um rumo certo e esse clima está se desfazendo pela apresentação dos números”, disse Haddad nesta terça-feira (3), em entrevista à TV 247.

 

“Ele fez tudo isso e não aconteceu nada? Aconteceu que o juros foi de 2% para 13,75%. Esse é o grande legado do Bolsonaro. O legado de um rombo de R$ 300 bilhões e o maior juro real do mundo. Então não é um ataque especulativo, é que a ficha caiu. Cabe a nós esclarecer a situação com transparência, dizer que nós não vamos reclamar. Vamos corrigir isso”, ressaltou o ministro.

 

Ainda segundo Haddad, “as pessoas não se davam conta de que o Bolsonaro usou cerca de 3% do PIB – 1,5% de aumento de despesa e 1,5% de renúncia fiscal – para produzir o efeito que ele pretendia durante o processo eleitoral. Ele conseguiu, a não ser pelo fato de que ele estava disputando com o Lula e perdeu a eleição. Com R$ 300 bilhões disponíveis para torrar durante a eleição elegeria qualquer pessoa, menos contra o Lula. É o que aprendemos em 2022”.

 

O ministro também destacou que a tensão do mercado financeiro está atrelada “à insegurança” em relação aos números que estão sendo divulgados. “Tem uma grande parte do empresariado que está torcendo para o país dar certo, mas muitos não tinham a noção do governo que estavam apoiando. Quero deixar claro isso”, acrescentou

 

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“Tinha muita gente que achava que a economia estava a pleno vapor, com uma grande retomada. Teve um jornal que chegou a colocar em editorial: ‘o governo Lula está ameaçando a retomada’, enquanto a economia está desacelerando há dois trimestres. Então as pessoas estavam realmente iludidas. Acho que era gente muito desavisada, que estava iludida sobre as finanças. Não tinha o tamanho do rombo na cabeça e não tinha a clareza sobre o impacto do maior juro real do mundo sobre o crescimento econômico”, completou.

 

Haddad observou, ainda, que o atual patamar de juros compromete a capacidade de investimentos do país. “Dependendo da conta, o juro real está de 6% a 8%. Qual é a atividade econômica que rende isso? Vocês conseguem imaginar um investimento que tenha essa taxa de retorno real? Então as pessoas estavam muito iludidas”

 

“Essa é a irresponsabilidade que foi cometida em 2018. Não se tinha a ideia do nível de psicopatia da pessoa que estava assumindo a Presidência da República, e que fez tudo para se manter no poder. Só não fez mais porque não teve condições”, afirmou.


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