CEARÁ

Mais de 70% das escolas da rede estadual do Ceará ofertarão o ensino médio em tempo integral em 2023

“Tenho muito orgulho da cultura de ensino em tempo integral que estamos construindo no Ceará. Nosso sonho é que isso aconteça da creche até o final do Ensino Médio. Queremos ser uma rede de educação de referência para o mundo”. A afirmação foi dada pelo governador Elmano de Freitas, ao anunciar que a rede pública estadual terá, em 2023, mais 80 Escolas de Ensino Médio em Tempo Integral (EEMTIs). Isso representa mais de 70% da rede escolar funcionando em jornada ampliada no novo ano letivo. O anúncio aconteceu na manhã desta quinta-feira (26), no Palácio da Abolição, em Fortaleza, com as presenças da vice-governadora Jade Romero, da secretária da Educação do Ceará, Eliana Estrela, da comunidade escolar e de outras autoridades.

A ampliação contempla 66 municípios, dos quais 27 recebem este tipo de unidade escolar pela primeira vez. Com isso, o Ceará tem agora 472 unidades escolares de jornada ampliada, sendo 131 Escolas Estaduais de Educação Profissional (EEEPs) e 341 EEMTIs, contemplando mais de 140 mil estudantes em 165 municípios. Desde de 2016, esse é o anúncio com o maior número de escolas em tempo integral feito pelo Estado.

Assim, sete em cada dez escolas de Ensino Médio passam a ofertar o ensino médio em tempo integral no período letivo de 2023, que começa na próxima segunda-feira (30). Para essa expansão em 2023, o Governo do Ceará investe R$ 300 milhões. O recurso é aplicado na ampliação, adaptação e aquisição de novos equipamentos, contas públicas, além da alimentação escolar, custos com salários de professores e contratação de terceirizados. As estruturas passarão por processos de adequação essenciais para a conversão ao modelo de ensino, como a climatização das salas de aula e as reformas de vestiários e refeitórios.

Em tom emocionado, o governador destacou a evolução histórica do compromisso e o investimento que fez o Ceará ser referência nacional em educação, tendo hoje as melhores escolas públicas do Brasil. “O meu avô nunca entrou numa escola. Não é porque ele não queria, é porque ela não existia. O meu pai só entrou para estudar até o quarto (ano) primário. No Ceará, nós fomos, passo a passo, para garantir, primeiro, o acesso à educação. Depois do acesso, buscamos garantir a valorização dos professores. Eu sou filho de professora. Hoje, ainda temos desafios, como construir Centros de Educação Infantil para todos os cearenses”, pontuou.

Prioridade

A escola será lugar de possibilidades e oportunidades para Alessandra Carvalho, de 14 anos, que mora em Camocim, no Litoral Norte cearense. A estudante ingressará neste ano na EEMTI Maria Stela Rocha Aguiar, uma das novas 80 escolas. “Eu fiz o Ensino Fundamental em escola pública regular. É tudo novo para mim, por isso estou com muitas expectativas. Sei o quanto será importante para o meu futuro, para o conhecimento e a formação. Eu já penso em estudar muito para ser aprovada em Direito ou Administração”, comentou.

 

O Governo do Ceará atua para garantir a universalização deste modelo de ensino na rede pública até 2026. Essa política educacional prioritária é desenvolvida pela Secretaria da Educação (Seduc), por meio do Ceará Educa Mais. O programa é constituído de 25 ações destinadas à contínua melhoria da qualidade da educação.

Só as EEMTIs abrangem 157 municípios, beneficiando cerca de 82,5 mil alunos. Em Fortaleza, são 68 escolas com esta modalidade de ensino. A maioria está localizada em municípios com maiores índices populacionais. A distribuição considera as áreas mais vulneráveis.

Nestas escolas, a oferta do tempo integral começa a partir da 1ª série do Ensino Médio e a expansão ocorre gradualmente para as próximas séries. Cada unidade oferta uma jornada de sete a nove horas, garantindo até três refeições diárias.

As EEMTIs contam com currículo composto de formação geral básica e itinerários formativos, que compreendem disciplinas eletivas e projeto de vida. Já as escolas profissionais ofertam o Ensino Médio integrado a cursos técnicos.

“Não é só mais tempo na escola, não é apenas horário. Isso representa projetos de vida sendo construídos, com sonhos que passam pelos estudantes, professores e famílias. A interação no ambiente escolar é importante para uma vida mais justa e a construção do conhecimento. Nosso time trabalhará com a garra e a determinação para a educação avançar cada vez mais”, defendeu a titular da Seduc, Eliana Estrela.

Isso possibilitou que Ana Rhaynna Soares, 16, se apaixonasse pelo universo da ciência. Ela cursa a 2ª série na EEMTI Romeu de Castro Menezes, em Caucaia, na Região Metropolitana de Fortaleza. “Na escola, eu tenho experiências que eu jamais imaginei. Já fui líder de sala e organizei palestras para as turmas da 1ª série. Também realizei o sonho de ir para o Ceará Científico. Eu vivo no laboratório de Química, e aprendo. Isso me dá um caminho para o futuro”.

A ampliação da jornada escolar converge com o papel de todos os envolvidos no processo educativo: família, professores, funcionários e comunidade. Esse modelo aumenta o tempo escolar e amplia as oportunidades de aprendizagem que favorecem o desenvolvimento de competências cognitivas e socioemocionais, além do protagonismo estudantil por meio de escolhas de componentes curriculares eletivos.

Rafael Martins é diretor da EEMTI Dona Carlota Távora, em Araripe, na Região do Cariri, que atende cerca de 550 estudantes. Ele fala sobre a expectativa da comunidade escolar para esse momento que é mais um marco na história da educação cearense. “Nossos professores abraçaram essa nova realidade com afinco, para acolher nossos estudantes. Acreditamos que, com qualidade, equidade e mais tempo, a educação transformará a vida dos nossos jovens”, disse.

Ainda segundo o governador Elmano de Freitas, além de ampliar a jornada e fortalecer a escola como espaço de cidadania e protagonismo, ações devem ser desenvolvidas para a aprendizagem e qualificação profissional da juventude em ciência e tecnologia, bem como assegurar a permanência dos estudantes no Ensino Médio.

Cooperação com os municípios

Além do Ensino Médio, o Governo do Ceará também apoia a universalização do tempo integral nas escolas de Ensino Fundamental das redes municipais cearenses. Com o Paic Integral, que expandiu as ações do Programa de Aprendizagem na Idade Certa (Mais Paic), são adotadas estratégicas para fortalecer o regime de colaboração por meio do fornecimento de apoio técnico, pedagógico e financeiro às redes municipais, a fim de possibilitar a implementação da política de tempo integral em todo o estado até 2026.


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