Duas obras conectadas à melhoria da infraestrutura, da segurança hídrica e da logística para escoamento da produção brasileira foram visitadas nesta sexta-feira (5/4) pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva em Iguatu, no Ceará.
Estratégica para o transporte de grãos, minérios, fertilizantes e combustíveis, a Ferrovia Transnordestina, com 1.206 quilômetros, ligará, quando concluída, o sertão do Piauí, a partir da cidade de Eliseu Martins, ao porto de Pecém (CE), e segue com obras aceleradas.
O Ramal do Salgado, obra de 36 km ligada à transposição do Rio São Francisco, vai conectar Cachoeira dos Índios, na Paraíba, a Lavras de Mangabeira, no Ceará, onde deságua no Rio Salgado. O presidente Lula assinou, na ocasião, a Ordem de Serviço para a obra.
Segurança Hídrica
Além de conectar regiões historicamente carentes de recursos hídricos, o Ramal do Salgado traz uma série de benefícios para os habitantes dessas áreas. Estima-se que aproximadamente cinco milhões de pessoas em 54 municípios sejam diretamente beneficiadas com a segurança hídrica proporcionada.
O alívio é de extrema importância em uma região frequentemente atingida por períodos de seca. Ao reduzir o percurso em cerca de 100 km em comparação com a derivação em Jati, a adução da água ao açude Castanhão vai trazer rapidez e eficiência da transferência de vazões.
Isso beneficia a Região Metropolitana de Fortaleza, maior centro urbano a ser atendido pelo Projeto da Transposição, e permite o abastecimento de cidades de médio porte, como Lavras da Mangabeira, Aurora, Cedro e Icó.
Ferrovia
A Ferrovia Transnordestina tem obras mais intensas nesse instante no trecho entre Acopiara e Quixeramobim, no Ceará. Estão sendo feitas obras de infraestrutura, como terraplanagem e drenagem, para, posteriormente, iniciar os trabalhos de superestrutura, de instalação de trilhos e dormentes.
“Se depender do governo, a gente vai terminar, porque o governo vai cumprir todos os acordos firmados e não vai permitir que faltem os recursos necessários”, disse o presidente Lula, ao visitar trecho da obra.
O avanço da obra nesta região deve gerar mais 1,3 mil postos de trabalho. Atualmente são 3,8 mil empregos, entre diretos e indiretos, com mais de 90% de mão de obra local.
Em 2025, o número pode saltar para 23.200 empregos. Em 2023 foram investidos cerca de R$269 milhões nas obras, que hoje contam com uma evolução de 61% de avanço físico.
De Eliseu Martins, no Piauí, até o Porto de Pecém, no Ceará, a Transnordestina terá uma extensão de mais de 1,2 mil quilômetros, passando por 53 municípios dos estados do Piauí, Ceará e Pernambuco.
A ferrovia será responsável pelo transporte de grãos, fertilizantes, cimento, combustíveis e minério. Boa parte dessa carga seguirá para o mercado externo. Um dos projetos prioritários do Novo PAC, a Transnordestina teve, no governo Lula, o trecho Salgueiro-Suape (PE) reinserido no PAC. Ele havia sido retirado do contrato na gestão anterior.
Terminais de grãos
A Transnordestina prevê atuar com três terminais de carga no Ceará. Eles atenderão não apenas os grandes produtores de grãos a partir do Piauí, mas também a bacia leiteira e pequenos e médios agricultores cearenses.
Um dos terminais, com foco em grãos, ficará na região entre Iguatu e Quixadá. A localização dos outros dois – um para combustíveis e outro para fertilizantes – ainda será definida pela Transnordestina Logística S/A (TLSA), empresa privada do Grupo CSN, responsável pela construção e operação da Ferrovia Transnordestina.
Logística e infraestrutura
A Transnordestina é considerada estratégica para a logística do Nordeste e do país. Ela representará um novo marco no escoamento de produtos da região do Matopiba, formada pelo estado do Tocantins e partes de Maranhão, Piauí e Bahia. Vai reduzir o custo logístico e tornar os produtos brasileiros ainda mais competitivos no mercado mundial.
*Com informações da SECOM PR
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