NORDESTE

Revista NORDESTE aponta o panorama eleitoral da disputa pelo governo nos 9 estados nordestinos

A edição nº 180 da Revista NORDESTE apresenta entre os destaques principais matéria especial (Clique aqui para acessar) sobre o panorama atual das eleições estaduais na Região. A reportagem destaca o fator que dos sete governadores nordestinos, apenas dois poderão tentar a reeleição no pleito de outubro.
A reportagem destaca ainda a importância da Região Nordeste para a disputa eleitoral que viveremos no país neste ano.

A nova Revista NORDESTE se encontra disponível para leitura virtual (Clique no link para acessar a edição), ou em edição impressa nas principais bancas de revistas.

Leia abaixo a matéria na íntegra:

TABULEIRO POLÍTICO DO NORDESTE EM 2022

Dos 9 estados, só 2 governadores têm reeleição. SAIBA as projeções para os Governos. Disputa presidencial vai interferir no regional; a dados de hoje Lula e Bolsonaro rivalizam

Por Walter Santos

Ainda faltando muito tempo para as definições finais do quadro sucessório em 2022 nas disputas dos governos dos 9 estados do Nordeste, onde a polarização entre Lula e Bolsonaro se acentua, já é possível saber que, por antecedência, somente dois governadores – Fátima Bezerra (RN) e João Azevedo (PB) podem disputar a reeleição.

O fato concreto é que sete governadores já estão em segundo mandato, portanto, a maioria deve disputar o Senado Federal. Conforme levantamento da reportagem da Revista NORDESTE, os governadores de Alagoas, Renan Filho; da Bahia (Rui Costa); do Ceará (Camilo Santana); do Maranhão ( Flávio Dino); de Pernambuco ( Paulo Câmara); do Piauí (Wellington Dias) e de Sergipe ( Belevaldo Chagas) estão envolvidos em eleger seus sucessores em casos distintos nos 9 estados.

EFEITOS DAS FEDERAÇÕES

Em todos os cenários sucessórios no Nordeste, certamente a construção partidária em torno das Federações de natureza nacional devem interferir fortemente nas eleições estaduais, daí ser necessário aguardar até março/ abril o saldo das negociações para se saber o tamanho da interferência.

Mesmo faltando muito tempo para a fase final dos entendimentos, no Nordeste brasileiro os mais de 56 milhões de nordestinos têm sido afetados pela polarização das pré-candidaturas do ex-presidente Lula e do atual presidente Jair Bolsonaro.

Chama a atenção o fato de que, na conjuntura, a performance eleitoral do ex-Ministro e presidenciável Ciro Gomes, liderança se força a partir do Ceará, não consegue deslanchar nas intenções de votos nas pesquisas gerando expectativas de que, se até março não reagir, o PDT possa tirá-lo da disputa.

Os demais pré-candidatos a presidente, sobretudo no caso de João Doria, de São Paulo, e do ex-juiz Sérgio Moro, as pesquisas ainda apontam percentuais abaixo dos dois dígitos, portanto, sem gerar condição de apresentarem como Terceira Via tão decantada no processo.

CONHEÇA A REALIDADE CONTEMPORÂNEA DE CADA UM DOS 9 ESTADOS NORDESTINOS

ALAGOAS
A sucessão alagoana em 2022 apresenta o cenário considerado mais complexo de todos, a partir de um fato diferenciado: o governador Renan Filho (MDB), provável candidato a senador, está há tempo sem vice-governador, por isso nos últimos tempos perdura a hipótese comentada nos bastidores de que ele trabalha silenciosamente para construir a eleição de um Vice “tampão” precisando ser eleito pela Assembléia Legislativa. A Oposição, contudo, já se movimenta para lançar candidato. A novidade recente confirma aliança do ex-governador Teo Filho, do PSDB, à estrutura em torno do governador e Lula. É que, em 2020, o então vice-governador Luciano Barbosa, também do MDB, foi eleito prefeito de Arapiraca abrindo vacância na vice-governadoria, por isso na hipótese de mandato tampão o governador trabalha a hipótese de lançar e eleger o deputado estadual Paulo Dantas, do MDB, entretanto, ainda falta confirmação Na prática, Renan Filho para se desincompatibizar precisa resolver o Vice e o candidato ao governo. São examinados os nomes do deputado federal Isnaldo Bilhões (MDB), deputado estadual Paulo Dantas (MDB), prefeito do Pilar, Renato Filho, de saída do PSC para o MDB e do fiel escudeiro dos Calheiros, o Secretário da Casa Civil, Fábio Farias, filiado também ao MDB. Já pela Oposição em Alagoas, o Senador Rodrigo Cunha deverá ser o escolhido para o front sabendo-se que tudo ainda passa pelas articulações do presidente da Câmara Federal, Artur Lira e do senador Fernando Collor. Nesta disputa, a influência de Lula e Bolsonaro também deve ser registrada com governador alinhado ao petista e o candidato de Lira ao presidente.

BAHIA

A conjuntura política baiana projeta novo enfrentamento político e partidário do significado da Era PT em 4 mandatos seguidos apontando como candidato pela terceira vez o senador Jaques Wagner com apoio do governador Rui Costa diante da candidatura do ex-prefeito de Salvador e presidente do DEM em fase de Federação, ACM Neto, apoiado pelo atual prefeito Bruno Reis, da Capital baiana, buscando retomar o Poder que um dia foi comandado pelo seu avô, ACM. Esta disputa baiana será seguramente uma das mais fortes de 2022 no Nordeste por colocar em confronto dois estilos e propostas de governar antagônicos, ainda a merecer para completar o tabuleiro político a hipótese de participação do atual Ministro João Roma na condição de candidato apoiado por Bolsonaro. Ainda está em aberto o futuro político do governador Rui Costa que tem repetido: vai continuar no governo e não será candidato ao Senado. É que a conjuntura de composição partidária com o vice João Leão e o atual senador Otto Alencar implica em mais entendimentos e renovação de aliança visando resolver a unidade partidária. Em síntese, Rui Costa é um grande eleitor.

CEARÁ

A sucessão cearense se traduz numa grande teia de interesses conflitantes entre os diversos grupos políticos, entretanto o governador Camilo Santana cumpre papel determinante diante dos projetos do PT e dos Gomes – senador Cid e presidenciável Ciro, mesmo que em pleno Ceará a candidatura de Lula encubra a força do ex-governador como candidato à presidência. Como está em segundo mandato, Camilo Santana vai para a disputa do Senado da República num contexto a exigir muita habilidade, uma vez que a vice-governadora Izolda Cela, do PDT, é nome lembrado ao governo tendo como vice o deputado federal José Guimarães. Este é o mais recente enredo e articulação gerando acordo entre o PT e os irmãos Gomes diante de vetos petistas ao ex-prefeito Roberto Cláudio, do PDT. Falam ainda nos nomes do Deputado Federal Mauro Benevides Filho, também do PDT, atual Secretário de Planejamento do Governo e da ex-prefeita de Fortaleza, Luizianne Lins, do PT, mas sem densidade política.

Ultimamente, havia a hipótese do senador Cid Gomes vir a ser candidato ao Governo tendo o Vice do PT, no caso o deputado Fernando Santana, mas a tese arrefeceu Pela oposição, representante de segmento ideológico da Direita, o deputado federal Capitão Wagner será candidato pelo PROS.Ainda há a possibilidade de Ailton Lopes apresentar-se como candidato do PSOL mas sem confirmação.

MARANHÃO

O Estado de Alcione e Zeca Baleiro, antes conhecido pelo poderio ultimamente superado da família Sarney, faz já algum tempo tem a liderança do governador Flávio Dino (PSB), ex-juiz federal e ex-deputado federal, agora se prepara para disputar o Senado porque já está no segundo mandato. A dados de janeiro deste ano, o processo sucessório aponta duas candidaturas em polarização: a do atual vice, Carlos Brandão, ainda no PSDB, mas de saída para o PSB, logo será o candidato do grupo de Flávio Dino. O concorrente a partir da atual conjuntura é o Senador Weverton Rocha (PDT), já em campanha desde ano passado e se apresentando como candidato pela oposição, mas confirmando o voto em Lula e não no pré-candidato Ciro Gomes. Ainda será importante identificar como vai agir o Grupo Sarney liderado pela ex-governadora Roseana e seu pai, ex-presidente da República e até algum tempo atrás maior liderança política até chegar Flávio Dino desbancando-o.

Reprodução: Revista NORDESTE

PARAÍBA

O cenário de disputa política na Paraiba oferece a oportunidade do atual governador João Azevêdo ser candidato à reeleição, hoje favorito, diante de um contexto a aguardar o desfecho das Federações, embora até o presente momento ele se manifeste favorável a apoiar Lula, mesmo com o Cidadania discutindo acordo com o PSDB. Esta última cena sem o apoio do partido à dissidência pró petista, provavelmente o levaria a outra legenda. João até pensou no PSD mas a posição nacional de não votar em Lula o fez recuar. Na Paraiba, atualmente, os outros nomes citados na disputa pela Oposição com a desistência do ex-prefeito de Campina Grande Romero Rodrigues surgem os nomes de Pedro Cunha Lima (PSDB) defendendo João Dória e do apresentador de TV Nilvan Ferreira no palanque de Bolsonaro. Mas, o suspense se dá diante da possibilidade do senador Veneziano Vital vir a ser candidato, embora a dados da atualidade se mantenha aliado distante do governador, mas sendo incentivado pelo ex-governador Ricardo Coutinho (de volta ao PT) e outros politicos. Enquanto o presidente do partido, Jackson Macedo, fala em candidatura de Luciano Cartaxo ao governo, mais de 70 % do partido quer apoiar a reeleição do governo já que os deputados federal Frei Anastácio e Anisio Maia (estadual) são da base de governo. Nos bastidores, enquanto aventa-se a candidatura de Veneziano, pois sua esposa entregou cargo de Secretaria intuindo postulação ao governo, mesmo assim o governador e o senador têm ainda conversado sobre a manutenção da aliança entre eles.Já o ex-governador Ricardo Coutinho está inelegível por duas decisões diferentes do TSE ano passado e ainda aguarda votação na Assembléia Legislativa por ter tido suas contas reprovadas. Ainda tem outro processo no Tribunal de Contas a ser votado breve.

PERNAMBUCO

A disputa em 2022 pelo governo ainda sofre efeitos do saldo politico do ex-governador morto Eduardo Campos com o PSB ainda dando as cartas, ultimamente via governador Paulo Câmara que, por ser reeleito, decide em breve sobre se fica no governo até o final, como é provável, ou se se candidata ao Senado. Embora o governador tenha revelado preferência pelo nome do deputado Danilo Cabral para ser seu candidato e do PSB, o nome mais lembrado no partido é o do ex-prefeito Geraldo Júlio, que não quer a candidatura. Há quem tenuamente aposte as fichas no deputado federal Tadeu Alencar por este ter a simpatia da viúva Renata Campos. Agora, Câmara espera o senador Humberto Costa, do PT, sair da condição de pré-candidato para efetivar o nome a ser definido. O fato é que no Estado o PSB avaliza e comanda o processo para garantir palanque a Lula. O fato é que os nomes de Geraldo Júlio, ex-prefeito do Recife, bem como de José Neto, Secretário de Estado da Casa Civil, estão fora do jogo. Só que a Oposição também se movimenta com três nomes sendo referenciados a todo momento com apoio das antigas lideranças, a exemplo de Raquel Lyra, do PSDB, prefeita de Caruaru, tendo apoio do ex-senador Armando Monteiro, bem como Miguel Coelho, do UB, prefeito de Petrolina garantindo reforço do pai, senador Fernando Bezerra Coelho. Ultimamente, tem-se falado também do nome de Gilson Machado, Ministro do Turismo do Governo Bolsonaro, que avalia candidatura pelo PSC, PTB ou PL mas não se fala ao Governo.

PIAUÍ

No estado de Torquato Neto, as eleições deste ano mostram que o governador Wellington Dias também não disputará o governo por estar em segundo mandato, portanto, lhe resta concorrer ao Senado. Conforme consta o acompanhamento político na atualidade, o candidato de situação será mesmo Rafael Fonteles, filiado ao PT e atual Secretário da Fazenda do Piauí, tendo apoio do atual Wellington Dias e do ex-presidente Lula. Da Oposição, eis que já está em campo o tucano Silvio Mendes, do PSDB, também se colocando no processo sucessório piauiense. Ele garante palanque para João Doria. Ultimamente, surgiu ainda a candidatura da deputada federal Iracema Portela, ex-esposa do Senador Ciro Nogueira, que se mantém filiada ao partido Progressistas e vai abrir palanque para o presidente Jair Bolsonaro. Mesmo separada, ela conta com o apoio do ex-marido e Ministro da Casa Civil.

RIO GRANDE DO NORTE

A governadora Fátima Bezerra (PT) é a segunda personalidade política no Nordeste com decisão tomada de disputar a reeleição ao Governo contando com o trunfo de sua campanha passando pelo apoio de Lula. Mas, como novidade ela passa a contar na vice com o deputado Walter Alves, do MDB, tendo seu pai, ex-governador Garibaldi Alves candidato a deputado federal. Fátima Bezerra busca renovar o mandato depois de 3 anos de muito aperreio pela herança recebida com as finanças do governo em grave crise, tanto que o funcionalismo estava há meses sem receber salários e os fornecedores também em atraso. Só que ela deve enfrentar Oposição. Embora sem estar oficializado, o ex-prefeito de Natal, Carlos Eduardo Alves (PDT) se insinua como pré-candidato ainda precisando de diversas articulações. Há ainda comentários não consolidados de que o senador Styvenson Valentim (Podemos) pode vir a disputar o governo, da mesma forma o Deputado Federal Benes Leocádio (Republicanos). Fala-se na possibilidade de candidatura do Ministro Fábio Faria ao Senado com grande disputa dele com o ministro Rogério Marinho? Do Desenvolvimento Regional. Até o momento, o prefeito de Natal, Álvaro Dias (PSDB), ainda não decidiu se será candidato, no entanto seu nome é mencionado pela imprensa potiguar.

SERGIPE

A cena sucessória ainda está em aberto por vários fatores, embora existam diversos pré-candidatos, tudo ainda na dependência da decisão do governador Belevaldo Chagas, do PSD, que não poderá ser candidato ao governo, pois já está no segundo mandato. Ele não decidiu ainda quem será seu candidato nem qual cargo vai disputar, em especial o Senado. Em torno dele, o deputado federal Fábio Mitidieri, do PSD, tenta se viabilizar candidato ao governo com o apoio de Belevaldo. Mas, a dados de hoje, os nomes mais citados nas pesquisas são do prefeito de Aracaju, Edvaldo Nogueira, do PDT, e os senadores Rogério Carvalho, do PT, bem como de Alessandro Vieira, do Cidadania, também ensaiando seu nome para disputar o governo. Edvaldo Nogueira tem liderado as pesquisas de intenção de voto divulgadas pela mídia sergipana, por isso tenta o apoio do governador. Rogério Carvalho também busca se viabilizar como candidato do partido de Lula e assim faz incursões como pré-candidato para se viabilizar eleitoralmente. Ainda há a menção ao deputado federal Laércio Oliveira, do Progressistas, que se lançou como pré-candidato dentro do grupo de Belevaldo. Pelo espectro ideológico de Direita, o ex-deputado federal André Moura, do PSC, faz movimentos de pré-candidatura como representante da direita.

 


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