CEARÁ

Sindicatos dos petroleiros fazem manifestações em apoio à greve contra venda da Lubnor no Ceará

Trabalhadores da Refinaria Lubrificantes e Derivados do Nordeste (Lubnor), no Ceará, entrarão em greve nesta terça-feira (27) contra a venda da unidade, que foi aprovada pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) na quarta-feira (21). Sindicatos da categoria em todo o país promoverão atos em apoio à paralisação.

 

Segundo informações da Federação Única dos Petroleiros (FUP), mesmo com pendências jurídicas a serem resolvidas, inclusive questões fundiárias com a prefeitura de Fortaleza – que questionou a venda na ocasião -, a Lubnor foi vendida para o grupo Grepar Participações Ltda em maio de 2022. A refinaria, que foi comprada por US$ 34 milhões – 55% abaixo da estimativa de valor de mercado -, está localizada em um terreno de 400 quilômetros quadrados, sendo que 30% do espaço pertence ao município.

 

O presidente do Sindipetro-CE/PI, Fernandes Neto, chamou a atenção para riscos de desabastecimento de produtos produzidos pela refinaria, decorrentes da criação de um monopólio privado na região, alertando para o impacto econômico e social para o estado. “Uma empresa privada não tem o compromisso com o abastecimento do mercado interno. Se for mais lucrativo, eles podem preferir exportar. A Petrobrás tem como prioridade o abastecimento do mercado interno”, afirmou.

 

A Lubnor conta com mais de 500 trabalhadores e é responsável por cerca de 10% da produção de asfalto no país, além de produzir lubrificantes naftênicos – produto para usos nobres, como isolante térmico para transformadores de alta voltagem, amortecedores para veículos e equipamentos pneumáticos. A refinaria também é responsável por abastecer todos os estados do Nordeste, além de fornecer derivados para os estados do Amazonas, Amapá, Pará e Tocantins.

 

Deyvid Bacelar, coordenador-geral da FUP, lembra da importância da unidade para a região. “A Lubnor é responsável por entregar às distribuidoras locais óleo diesel, gasolina, querosene de aviação e GLP provenientes de outras refinarias, terminais, transportados até Fortaleza por navios, em operações de cabotagem ou, eventualmente, importação. A venda da Lubnor pode acarretar desabastecimento desses navios, impactando negativamente exportações e importações”.

Confira os locais das manifestações

Sindipetro-AM

Refinaria Isaac Sabbá (Reman), às 6h30 (horário local)

Sindipetro-BA

Base Taquipe (São Sebastião do Passé), às 7h

Sindipetro-Caxias

Refinaria Duque de Caxias (Reduc), às 6h30

Sindipetro-CE/PI

Refinaria Lubrificantes e Derivados do Nordeste (Lubnor), às 7h

Sindipetro-ES

UTGC (Unidade de Tratamento de Gás de Cacimbas), às 7h

Sindipetro-MG

Refinaria Gabriel Passos (Regap), às 7h

Sindipetro-NF

Heliporto Farol de São Thomé (Campos dos Goytacazes), às 8h
Sindipetro-PE/PB

Refinaria Abreu e Lima (Rnest) e Terminal Suape, às 7h

Sindipetro-PR/SC
Presidente Getúlio Vargas (Repar) e Unidade de Industrialização do Xisto (SIX), às 7h

Sindipetro-RN

Refinaria Lubrificantes e Derivados do Nordeste (Lubnor), às 7h

Sindipetro-RS

Refinaria Alberto Pasqualini (Refap), às 7h

Sindipetro Unificado SP

Refinaria de Capuava (Recap), às 7h


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