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Bióloga brasileira mostra disposição para seguir a causa

A ativista brasileira Ana Paula Maciel, detida com mais 29 pessoas por protestar em uma plataforma de petróleo no Ártico em 18 de setembro, desembarca na cidade de Porto Alegre (RS) na manhã deste sábado (28). A ativista brasileira Ana Paula Maciel, detida com mais 29 pessoas por protestar em uma plataforma de petróleo no Ártico em 18 de setembro, desembarca na cidade de Porto Alegre (RS) na manhã deste sábado (28)

A bióloga brasileira Ana Paula Maciel, 31 anos, militante ambientalista que passou dois meses presa e mais 40 dias retida na Rússia, desembarcou em Porto Alegre neste sábado, 28, demonstrando disposição para seguir lutando pela causa e participar de novos protestos em 2014.

"Se o objetivo é mudar o mundo para as novas gerações, é preciso assumir riscos", resumiu. "Se ficasse em casa vendo televisão, nada disso teria acontecido", afirmou, referindo-se ao período que permaneceu naquele país. "Mas também nada disso", completou, olhando para os 50 jornalistas que esperavam para entrevistá-la e mostrando-se satisfeita pela repercussão que a causa da proteção do Ártico ganhou.

Em 18 de setembro, ativistas do Greenpeace tentaram escalar uma plataforma de petróleo da Gazprom para protestar contra a exploração no Ártico. Ana Paula estava no grupo, que tinha outros 27 militantes e dois jornalistas. Todos foram presos pela Guarda Costeira russa e levados para Murmansk, onde o navio Arctic Sunrise, que tripulavam, permanece retido.

A acusação inicial de pirataria foi retirada e trocada por vandalismo. Os ativistas, que ficaram conhecidos como "Os 30 do Ártico", foram transferidos para a prisão de São Petersburgo e soltos em 20 de novembro mediante pagamento de fiança. Em 18 de dezembro, o Parlamento russo aprovou a anistia ao grupo e, na quarta-feira 25, dia de Natal, todos foram comunicados de que o processo estava encerrado.

Com isso, puderam pedir o visto de saída e voltar para os países. Ana Paula embarcou na sexta-feira, 27, fez escalas em Frankfurt e São Paulo e chegou à capital gaúcha, onde mora com a mãe, a irmã e uma sobrinha, por volta das 11 horas. Ao sair da área de desembarque, exibia um cartaz com os dizeres "Salve o Ártico".

Ao desembarcar, Ana Paula citou o afundamento, pelo serviço secreto francês, do navio Rainbow Warrior, do Greenpeace, em 1985, e o episódio de agora como "vergonhosos". "Em 40 anos de protestos pacíficos e liberdade de expressão, esses são os dois momentos mais críticos", avaliou. "É quando governos tentam calar vozes que precisam falar", prosseguiu, para afirmar que aceitou riscos para que todos possam se expressar. "Valeu a pena", reiterou.

De acordo com ela, as acusações feitas pela Rússia não tinham como ser levadas adiante. Ana Paula considerou "ridícula" a primeira acusação, de pirataria, e destacou que não há como provar que a manifestação foi um ato de vandalismo. "Não somos culpados", sustentou, lembrando que o Greenpeace é uma organização pacifista, que nunca usa armas ou recorre à violência.


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