BRASIL

Dilma listará propostas e Aécio tentará expor contradições

A apenas dois dias do segundo turno da eleição, a presidente Dilma Rousseff (PT) e o senador Aécio Neves (PSDB) prometem trabalhar como primeiro plano para seu último debate na TV a apresentação de propostas ao eleitor. Pelas regras do debate que será realizado nesta sexta-feira, a partir das 22 horas, pela TV Globo, os dois candidatos ficarão dispostos em pé num cenário em forma de arena, semelhante ao que foi usado nos debates finais nas campanha de 2006 e 2010.

Dilma e Aécio irão interagir com eleitores indecisos, que farão perguntas sobre temas variados. Essa interação está programada para o segundo e quarto blocos do debate. No primeiro e no terceiro blocos, os candidatos farão perguntas entre si com tema livre.

Tentando manter a confiança mesmo diante de resultados adversos de pesquisas eleitorais, tucanos apostam que o debate ajudará a definir muitos votos que hoje estão no universo dos indecisos. Para a campanha de Aécio, o próprio formato do encontro favorecerá o tucano. Já a preparação de Dilma envolve um condicionamento psicológico para que ela enfrente as esperadas provocações de seu adversário.

No comitê petista, há uma preocupação com o equilíbrio emocional de Dilma, que chegou a passar mal após o debate realizado na semana passada do SBT. A presidente tem sido orientada por sua equipe a se concentrar nas propostas para seu segundo mandato. Para interlocutores da presidente, o formato do debate, com a participação de eleitores indecisos, favorece a apresentação das propostas e a defesa dos programas já implantados.

Diante disso, a campanha providenciou um reforço nos números. A ministra do Planejamento, Miriam Belchior, uniu-se à equipe de preparação de Dilma com a missão de municiá-la com dados sobre o governo. Além de Miriam, participam da preparação de Dilma os coordenadores Miguel Rossetto, Aloizio Mercadante, o publicitário João Santana, o ex-ministro Franklin Martins e o ministro da Comunicação Social, Thomas Traumann, além de Sandra Brandão, conhecida como “Google do Planalto”, responsável por oferecer à presidente informações sobre todos os programas existentes no governo.

Se por um lado o formato do debate é visto por petistas como uma oportunidade de dialogar de forma mais propositiva com o eleitor, no ninho tucano esse aspecto é comemorado. Isso porque o comitê de Aécio acredita que o senador mineiro leva vantagem nesse tipo de abordagem por ter mais desenvoltura verbal que Dilma e também por atuar mais à vontade na linguagem corporal. De acordo com tucanos mais ligados à campanha do senador, até aqui Dilma atuou em ambientes “artificiais”, seja em seu programa eleitoral, seja nos debates anteriores, em que ambos ficavam separados e isolados em púlpitos e espaços delimitados.

Ainda que admitam que a linha inicial será propositiva, tucanos dizem que Aécio deverá explorar aspectos contraditórios do discurso da presidente, bem como temas sensíveis ao mandato. Ou seja, inflação, baixo crescimento e aspectos econômicos voltaram para o cardápio que Aécio deverá oferecer à Dilma. Aécio também deverá explorar o discurso de que Dilma seria a primeira presidente a encerrar um mandato num panorama pior do que começou.

Interlocutores do senador mineiro dizem que, apesar das críticas que vem sofrendo por causa do tom de suas falas nos debates anteriores, a abordagem não deverá mudar. Existe um receio no comitê petista de que Aécio tente se colocar no papel de vítima neste último debate, mas essa hipótese, em princípio, parece descartada. Tucanos alegam que Aécio se defende na medida em que é atacado e que o tom é adequado ao tipo de debate proposto pela petista nos encontros anteriores.

 

(Do iG)


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