BRASIL

Dono do Itaú também se posiciona contra o golpe

Em entrevista concedida ao jornalista David Friedlander (leia aqui a íntegra), o presidente do Itaú Unibanco, Roberto Setubal, se posicionou claramente contra a tentativa de golpe contra a presidente Dilma Rousseff. "Por corrupção, até aqui, não tem cabimento. Não há nenhum sinal de envolvimento dela com esquemas de corrupção. Pelo contrário, o que a gente vê é que Dilma permitiu uma investigação total sobre o tema [corrupção na Petrobras]. Era difícil imaginar no Brasil uma investigação com tanta independência. A Dilma tem crédito nisso", disse ele.

 

Sobre as chamadas 'pedaladas fiscais', ele também se manifestou. "Isso é grave e pode merecer algum tipo de punição. Mas não me parece ser motivo para tirar a presidente. Até porque presidentes anteriores a ela passaram por situações semelhantes. Seria um artificialismo querer tirar a presidente neste momento. Criaria uma instabilidade ruim para nossa democracia", afirmou.

 

O banqueiro também criticou lideranças políticas que pensam em si – e não no País. "O que está faltando é discutir o país. Há uma grande discussão sobre poder e pouca discussão sobre o país. Precisamos debater quais as reformas necessárias para que o país possa se recuperar. Só estou vendo muita discussão de poder pelo poder", afirmou. Segundo ele, o ministro Joaquim Levy, da Fazenda, está no caminho certo. "Ele está fazendo as coisas certas, mas os efeitos positivos ainda não vieram. Vai muito além da capacidade de um ministro, sozinho, resolver os problemas do país. Ele precisa de apoio político tanto da presidente como do Congresso."

 

Com essa entrevista, Setubal se une ao coro de empresários que vêm defendendo respeito às urnas. Antes dele, já se posicionaram Luiz Carlos Trabuco, do Bradesco, Rubens Ometto, da Cosan, e Robson Andrade, da Confederação Nacional da Indústria. "Não se pode tirar um presidente do cargo porque ele momentaneamente está impopular. É preciso respeitar as regras do jogo", disse Setubal.


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