BRASIL

Em votação relâmpago, MP do futebol é aprovada

Em votação relâmpago e com apenas quatro parlamentares em plenário, a comissão mista criada no Congresso para discutir a Medida Provisória (MP) do governo que estabelece regras de responsabilidade fiscal e de refinanciamento da dívida dos clubes de futebol aprovou nesta quinta-feira o relatório redigido pelo deputado Otávio Leite (PSDB-RJ). O presidente da comissão, Sérgio Petecão (PSD-AC), havia marcado a sessão para as 9h e deu apenas 15 minutos de tolerância. Estavam presentes, além de Petecão e Leite, o senador Antonio Anastasia (PSDB-MG) e o deputado Evandro Roman (PSD-PR). Como a sessão da manhã era apenas a continuação de sessões anteriores, o regimento do Legislativo permite considerar o quórum de antes, por isso a proposta pôde ser votada.

Como os autores dos 11 destaques, a maioria favorável aos clubes e à CBF, não estavam presentes, as emendas não foram apreciadas. Anastasia apresentou uma emenda na sessão relâmpago, mas ela foi considerada fora de tempo.

Os destaques, que incluem supressão de contrapartidas, alteração do critério de escolha de presidentes de federação, e exclui o dispositivo que confere à seleção brasileira o status de patrimônio cultural brasileiro, o que garante mais transparência, ainda podem ser apresentados em plenário. A votação na Câmara pode acontecer já na próxima semana.

Deputados da chamada “bancada da bola” que chegaram atrasados à sessão ficaram revoltados com a manobra e disseram que o texto terá dificuldades para ser aprovado em plenário. Ex-presidente do Corinthians, o deputado Andrés Sanchez (PT-SP) se disse decepcionado.

“Estava tudo acordado para ser aprovado. Podiam ter esperado um pouco mais. Mas, como cheguei atrasado, não posso reclamar muito Infelizmente, agora, o pessoal da bola que trabalha na Câmara vai trabalhar contra muita coisa que estava acordada e isso é ruim para o futebol. Ficou mais difícil para aprovar lá (plenário)”, afirmou o cartola.

O deputado Marcelo Aro (PHS-MG) saiu do plenário conversando ao celular com o ex-deputado e secretário-geral da CBF, Walter Feldman, e disse ter havido “golpe”, já que o texto foi aprovado “em 30 segundos”. Presidente da comissão, Sérgio Petecão negou o “golpe” e disse ter seguido o regimento. “Quem assumiu compromisso para vir defender interesse teria que pelo menos estar nos horários regimentais”, afirmou.

Tribuna do Norte


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