PIAUÍ

Wellington Dias discute estratégias para combate à Covid-19 com ex-ministros da Saúde

REVISTA NORDESTE – O governador Wellington Dias participou de uma live tendo como convidados os três ex-ministros da Saúde: Alexandre Padilha, José Gomes Temporão e Marcelo Castro. Na ocasião, eles discutiram as estratégias de combate à Covid-19, doença provocada pelo novo coronavírus que, além de já ter matado mais de 4.500 pessoas no Brasil, tem afetado a economia e o dia a dia da população. Todos os participantes foram enfáticos em afirmar que não é o momento para se discutir flexibilização das ações de isolamento e distanciamento social.

Wellington, logo no início da transmissão, começou falando as boas notícias trazidas pela ciência do Piauí, onde um grupo de pesquisadores parnaibanos conseguiram junto à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), a liberação para a confecção de máscaras reutilizáveis por profissionais de saúde, que as tornam mais baratas, de acordo com os cuidados e troca dos refis.

De acordo com o governador, o mesmo grupo desenvolveu ventiladores mais acessíveis. “Hoje, apresentaram à Sociedade Brasileira de várias áreas da Medicina um respirador que desenvolveram, que vai custar cerca de R$ 6 mil”, disse Dias.

De acordo com José Gomes Temporão, estudos realizados  pela Universidade Federal da Bahia, da Rede Covida, apontam para que, em sete dias, o Brasil deve ter o dobro dos casos e, por isso, reforça a necessidade da defesa de medidas públicas de saúde recomendadas pelos órgãos responsáveis, a exemplo da Organização Mundial de Saúde (OMS).

“A doença está em expansão, inclusive com evidências de que está saindo dos grandes centros para o interior. Definitivamente não é o momento de se discutir flexibilização, saída, claro que a economia é importante. Temos que pensar diferente, botar na agenda uma renda mensal universal para todos os brasileiros, repensar a vulnerabilidade do SUS do ponto de vista tecnológico”, disse Temporão.

Os ex-ministros e o governador piauiense também convergiram na opinião de que é preciso uma ação mais planejada e urgente do Ministério da Saúde, assim como uma ação mais ousada do Congresso Nacional. “Ponto positivo do Brasil é o isolamento. A falha do Ministério da Saúde foi  não adquirir os testes rapidamente e errou quando orientou o não uso de máscaras pela população. Temos que cuidar de quem cuida da saúde para terem os equipamentos necessários para não se contaminarem. Precisamos nos preparar para os momentos mais difíceis e conscientizar a população que, com o isolamento e distanciamento, higienização e o uso das máscaras, as chances de contaminar outra pessoa é muito menor”, disse Alexandre Padilha.

Ele também falou que o governo federal tem um importante papel em mobilizar e produzir instrumentos de crédito e apoiar os estados para fazerem isso. “Investir também em proteger os trabalhadores de saúde, porque corremos o risco até de não ter os profissionais de saúde como o médico, enfermeiro e fisioterapeutas”, disse o ex-ministro.

Alexandre Padilha, que atualmente é deputado federal integrante da Comissão Especial sobre o coronavírus, disse que vai pedir explicações ao novo ministro Nelson Teich por ainda não ter se reunido com os secretários de Saúde, apesar dos pedidos já feitos pelos representantes estaduais, tendo apenas realizado uma coletiva. “Precisamos discutir isso [retorno das atividades comerciais] com muita clareza, sei que há uma pressão muito grande do comércio por conta do Dia das Mães, acho que é hora de valorizar o amor da mãe de outra forma, porque o mais importante é tê-las vivas”, declarou o parlamentar.

Marcelo Castro fez uma leitura dos dados comparativos do coronavírus no oriente e no ocidente e disse que é preciso se espelhar no que foi feito pelas nações asiáticas, onde o índice de letalidade é menor. “Enquanto aqui no ocidente temos um índice de letalidade variando de 6% a 18%; nos países orientais o índice cai para até menos de 1%”, comentou o senador.

Na oportunidade, Wellington Dias destacou as ações que estão sendo tomadas pelo Estado. Segundo ele, todas as ações estão sendo feitas com base em dados e estudos científicos e destacou a ação do Comitê Científico do Nordeste, destacando desde a compra de testes rápidos, às barreiras sanitárias, aplicativos que foram desenvolvidos, aparelhamento e abertura de leitos clínicos e UTIs e o decreto que torna obrigatório o uso de máscaras pela população.

“Aqui no Piauí, o uso de máscaras virou obrigação depois das demonstrações que é possível inclusive fazê-las em casa. Tem também esta parte de testes que estamos fazendo uma pesquisa, para verificar o nível de contaminação. A ideia é fazer as pesquisas, assim como feito nas eleições, para que semanalmente possamos ter noção dos resultados e do nível de contaminação. Aqui eu quero que o coronavírus perca, que esteja mal das pesquisas”, disse o gestor.

“O coronavírus vai trazer uma outra postura para as pessoas no mundo, na Ásia eles já usavam no dia a dia. Se você estava gripado, você já usava a máscara para proteger o outro, não precisava ser um coronavírus, poderia ser H1N1 e outras doenças”, completa Wellington.


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