Brasil registra protestos de rua em todos estados contra cortes na educação

247 – Nesta quarta-feira (15) histórica para o País, em que estudantes, professores e trabalhadores da Educação tomaram as ruas de todas as capitais do País e em mais de 100 cidades em protestos contra a política de desmonte da educação pública, promovida pelo governo de Jair Bolsonaro, o seu ministro da Educação, Abraham Weintraub, é vaiado durante audiência na Câmara dos Deputados.

Weintraub insistiu em vários momentos que muitos brasileiros não sabem ler ou fazer interpretações. “A gente consegue dizer que hoje o Brasil é uma nação de pessoas que conseguem ler o ônibus que está vindo”, declarou. “As nossas crianças não aprendem a ler na escola. A gente tem um índice muito grande de onda de fracasso”, acrescentou.

O ministro teve de desfaçatez de atribuir à presidente deposta Dilma Rousseff a responsabilidade pelo contingenciamento de recursos que está paralisando a pesquisa e o ensino superior no País. “O orçamento atual foi feito pelo governo eleito Dilma Rousseff e Michel Temer, que era vice. Nós não votamos neles. Não somos responsáveis pelo desastre da educação brasileira. O sonho das pessoas é colocar os filhos na educação privada, não na pública”, declarou, recebendo vaias da oposição na Câmara.

Leia, abaixo, reportagem da Rede Brasil Atual sobre as manifestações que tomaram o País nesta quarta-feira (15):

Mais de 1 milhão de pessoas participam de mobilizações em defesa da educação

O Dia Nacional de Greve na Educação contra o corte de 30% do orçamento federal da área mobilizou mais de 1 milhão de pessoas em manifestações em cidades de todos os estados e no distrito federal, apenas na manhã desta quarta-feira (15), segundo balanço dos organizadores. Os protestos seguem no período da tarde.

A iniciativa do governo Bolsonaro revoltou professores, pesquisadores, trabalhadores e estudantes de escolas públicas, universidades e institutos federais. “As medidas do governo Bolsonaro são um ataque aos municípios, aos estados, à população. Sem investimento na educação não há desenvolvimento”, afirmou o presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE), Heleno Araújo.

O corte atinge as verbas discricionárias, utilizadas para pagamento de despesas de funcionamento, serviços terceirizados, restaurantes universitários, água, energia, internet, entre outras. A Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) teve de bloquear 4.798 bolsas de pesquisa. Após muita pressão de pesquisadores e cientistas, 1.224 bolsas foram liberadas. Em visita a Dallas, nos Estados Unidos, Bolsonaro declarou que os manifestantes são “idiotas úteis” e “massa de manobra”.


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