INTERNACIONAL

ONU apresenta seis ações para impedir nova “carnificina nuclear”

Em reunião convocada pelo Japão no Conselho de Segurança, nesta segunda-geira (18) o secretário-geral da ONU, António Guterres pede liderança de Estados detentores de armas nucleares para reestabelecer o diálogo e acabar com ameaças.

 

Guterres afirmou que Estados Unidos e Rússia devem encontrar um caminho de regresso à mesa de negociações.

 

Maior risco de guerra nuclear em décadas

 

Para o líder das Nações Unidas,  quase oito décadas após a “incineração de Hiroshima e Nagasaki, as armas nucleares ainda representam um perigo claro e presente para a paz e a segurança globais”.

 

” Os dias atuais representam um momento em que as tensões geopolíticas e a desconfiança aumentaram o risco de guerra nuclear ao seu ponto mais alto em décadas”.

 

Segundo ele “o relógio do Juízo Final está batendo alto o suficiente para que todos possam ouvir”.

 

Guterres alertou que os esforços para impedir uma tragédia nuclear estão debilitados, pois os Estados que possuem armas nucleares estão ausentes da mesa de diálogo.

 

Além disso ele chamou atenção para o fato de que os “investimentos em ferramentas de guerra estão ultrapassando aqueles em ferramentas de paz” e os orçamentos para o armamento estão crescendo, enquanto os para a diplomacia e o desenvolvimento estão diminuindo.

 

Seis passos para o desarmamento

 

O líder das Nações Unidas ressaltou que só existe um caminho para vencer “esta sombra insensata e suicida, de uma vez por todas”, que é o desarmamento imediato. Ele pediu que os Estados detentores de armamento nuclear liderem o processo por meio de seis ações.

 

As duas primeiras consistem em aumentar o diálogo para prevenir o uso de armas nucleares e acabar com a troca de ameaças. Em terceiro lugar, Guterres disse que é preciso reafirmar as moratórias sobre os testes nucleares, tornando a entrada em vigor do Tratado de Proibição Total de Ensaios Nucleares uma prioridade.

 

O quarto passo proposto é transformar os compromissos com desarmamento em ação e o quinto um acordo conjunto de primeira utilização, no qual todos os países com esse tipo de arsenal devem concordar que nenhum deles será o primeiro a utilizar armas nucleares.

 

A última ação da lista é a redução no número de armas nucleares. Guterres defendeu que esta medida deve ser liderada pelos detentores dos maiores arsenais nucleares, os Estados Unidos e a Rússia, que devem encontrar um caminho de regresso à mesa de negociações para implementar plenamente o Novo Tratado START.

 

Para o chefe da ONU, a responsabilidade de agir estende-se aos Estados sem armas nucleares. Além de cumprirem as suas próprias obrigações de não proliferação, eles devem apoiar esforços para garantir que o desarmamento nuclear seja verificável e irreversível.

 

O secretário-geral afirmou que é dever de todos os países fortalecer a arquitetura global de desarmamento, incluindo o Tratado sobre a Não Proliferação de Armas Nucleares e a Proibição de Armas Nucleares.

 

Novas tecnologias mortais

 

Outro ponto de preocupação apresentado pelo chefe da ONU tema a ver com as tecnologias emergentes, como a inteligência artificial e os domínios cibernéticos e espaciais, que “expuseram novas vulnerabilidades e criaram novos riscos”.

 

O secretário-geral disse que os países estão investindo recursos em “novas tecnologias nucleares mortais e a espalhando a ameaça em novos domínios”.

 

Guterres fez alusão a declarações que levantaram a perspectiva de desencadear um “inferno nuclear” e afirmou que essas são ameaças “que todos devemos denunciar com clareza e força”.

 

Ele afirmou que as armas nucleares são as mais destrutivas já inventadas, capazes de eliminar toda a vida na Terra e que uma guerra nuclear nunca deve ser travada porque ela “nunca pode ser vencida”.

Fonte: ONUNEWS


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