BRASIL

Operação Zelotes: Relatório sugere que alvo de investigações é Lula

Após as recentes pesquisas do Ibope que apontam uma certa vantagem do ex-presidente Lula no pleito de 2018, não é de se estranhar que o petista venha a sofrer ataques. Por isso, o vazamento de parte do relatório da Polícia Federal sobre a Operação Zelotes não supreende. O relatório sugere que o ex-presidente Lula e o lobista Mauro Marcondes Machado, que trabalhava para montadoras de veículos, tinham relação de "proximidade" em agosto de 2013, período em que era negociada a medida provisória 627, que trazia benefícios ao setor automotivo e apontada como "comprada" pelos investigadores.

De uma lista de contato e compromissos do lobista, entre os documentos apreendidos em seu escritório durante a operação, a PF destaca um deles: "Colocar Dr. Mauro em contato com o Presidente Lula – Instituto Lula". E faz a seguinte análise sobre o tópico: "anotações do lobista revelam a existência de proximidade com o ex-presidente Lula", dado o "planejamento de contato telefônico e pessoal".

Os trechos foram divulgados no blog de Fausto Macedo, do Estadão, que teve acesso aos papéis. Lula não é investigado na operação, que apura um esquema de compra de decisões do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf), ligado ao Ministério da Fazenda – como pedidos de vista ou alteração da pauta de julgamentos –, com o propósito de anular ou reduzir débitos de empresas com a Receita Federal.

Nessa nova fase da operação, a PF fez buscas no escritório de Luís Cláudio Lula da Silva, filho do ex-presidente Lula, sob o argumento de que uma de suas empresas, a LFT Marketing Esportivo, recebeu R$ 1,5 milhão do lobista Marcondes Machado. O repasse é considerado "muito suspeito" pelo Ministério Público Federal, que acredita que o dinheiro seria pagamento de propina pela suposta "compra" da medida provisória.

Os advogados de Luís Cláudio sustentam que a empresa não tem relação com as investigações e que o pagamento se deve a prestação de serviços da empresa de marketing esportivo à empresa de Marcondes Machado. O Instituto Lula disse desconhecer "o relatório e o documento citados". "Para avaliarmos as respostas às perguntas (da reportagem), necessitamos da documentação original citada", alegou. 

Brasil 247 com Redação NORDESTE


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