A confusão provocada pelo deputado Jair Bolsonaro (PP-RJ) na porta do antigo Destacamento de Operações de Informações-Centro de Defesa Interna (Doi-Codi), centro de tortura da ditatura militar (1964-1985) no Rio de Janeiro, pode terminar em processo contra ele no Conselho de Ética e Decoro Parlamentar da Câmara a pedido do PSOL.
O partido deve entrar com uma representação contra Bolsonaro após a alegação do senador Randolfe Rodrigues (PSOL-AP) de que teria sido agredido pelo deputado. “Ele me chamou de vagabundo e tentou me socar. Embora eu tenha desviado, o soco pegou no meu estômago”, afirma o senador.
A suposta agressão teria ocorrido durante visita de grupos ligados a Comissões da Verdade na sede do antigo Doi-Codi, instalado na época da ditadura no 1º Batalhão da Polícia do Exército na Tijuca, zona norte do Rio de Janeiro.
Segundo o presidente da Conselho de Ética, deputado Ricardo Izar (PSD-SP), caso seja confirmada a agressão, Bolsonaro pode sofrer desde uma punição simples como advertência verbal em plenário pelo presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), passando por uma suspensão de até seis meses ou a perda de mandato.
“Hoje existe uma dosimetria com diversas penas alternativas e para que haja um processo é necessário que haja uma provocação (pedido de inquérito parlamentar) para que eu possa aceitá-la”, afirma. “Eu não me lembro de uma agressão (física entre parlamentares)”, diz Izar.
iG Brasília
Os comentários a seguir são de responsabilidade exclusiva de seus autores e não representam a opinião deste site.