BRASIL

Apps para táxi viram febre no Brasil

Atrasado para o trabalho, Márcio liga para uma central de táxis e solicita um carro. Depois de confirmar número de telefone, endereço e informar alguns pontos de referência, aguarda pela chegada do veículo. Naquele dia a espera estava grande. Impaciente, ele ligou novamente para a central e foi informado de que o táxi levaria ainda mais 20 minutos para chegar ao local.

Imagine a mesma cena sem o intermédio da central de táxis. Na tela do seu celular, você tem o telefone direto do taxista, a placa e modelo do carro, a localização precisa do veículo e consegue acompanhar quase em tempo real o deslocamento do táxi pelo mapa da cidade até onde você está. Essa é a proposta dos aplicativos de táxi, que vêm se tornando verdadeira febre no país.

Para funcionar, esses aplicativos utilizam a internet móvel e o serviço de geolocalização (GPS) já existente nos smartphones. Os apps estão disponíveis nas lojas virtuais Google Play Store (Android) e iTunes Store (iOS) e oferecem uma série de vantagens. A novidade já se espalhou por dezenas de países e as capitais brasileiras estão aos poucos sendo cobertas pelo serviço. Os taxistas e clientes podem contar com os serviços de vários apps, mas dois em específico ganharam a preferência de ambos: os brasileiros Easy Taxi e 99 Taxis.

Taxista há 17 anos, Adelson Ribeiro, 57, utiliza ambos e se diz plenamente satisfeito com o serviço. “Eu só vejo qualidades nos aplicativos. Primeiro, o usuário sabe quem é o motorista, o carro, placa, telefone e e-mail, ou seja, existe a segurança de ter um profissional devidamente cadastrado. Em segundo lugar, também é bom para nós, pois a gente não precisa ir para um lugar muito distante, já que o cliente sempre será o mais próximo de onde estivermos. Nós economizamos tempo e gasolina com isso”, explica.

O Easy Taxi surgiu em julho de 2011 e, atualmente, está disponível em 30 países, como Cingapura, Nigéria, Egito e Coréia do Sul, espalhados por quatro continentes, com área de abrangência de 162 cidades. Criado por Tallis Gomes, o jovem mineiro de 27 anos teve a ideia em uma competição de startups no Rio de Janeiro. “No começo, a ideia era fazer um aplicativo que informasse às pessoas a localização dos ônibus, mas o Google vinha trabalhando em algo similar. Na saída do evento, no meio de uma chuva grande, passei 40 minutos à procura de um táxi. Foi aí que a ficha caiu”, conta Tallis.

Já o 99 Taxis começou no ano seguinte, idealizado por três empreendedores brasileiros: Paulo Veras, Renato Freitas e Ariel Lambrecht. “Vimos soluções similares surgindo na Europa. O modelo cresceu muito rápido, melhorando muito a eficiência do sistema de táxi. Entendemos que o modelo de chamar táxi via aplicativo seria perfeito para o Brasil, então fizemos toda a plataforma do zero e iniciamos o serviço em agosto de 2012, na cidade de São Paulo, posteriormente expandindo para todo o Brasil”, explica Paulo Veras. São 101 cidades cobertas pelo serviço do app, incluindo cidades do interior paulistano, como Campinas e São José dos Campos.
Um dos fatores que tornou o serviço atrativo é sua gratuidade. Tanto o Easy quanto o 99 Taxis oferecem o serviço sem qualquer custo, seja para o cliente, seja para o taxista. “O passageiro só paga o valor do taxímetro”, assegura Veras. O Easy Taxi, inicialmente, pretendia cobrar uma taxa de R$ 1,50 por corrida, mas o valor se provou inviável. “O mercado ainda não permite que cobremos. Nossos concorrentes brasileiros não fazem cobrança, então decidimos seguir essa tendência. Vamos monetizar apenas quando o mercado nos der possibilidade, como em alguns países no exterior”, explica Tallis Gomes.

O 99 Taxis ainda se expande pelo país e tem a meta de atingir o mercado internacional. Enquanto isso, a Easy Taxi já almeja se tornar referência no serviço. Tallis conta que o principal avanço que está sendo feito no aplicativo é o serviço corporativo do pagamento digital. “O Brasil está passando por um processo de bancarização, o que torna o acesso a uma conta corrente ou a cartões de crédito mais fácil para todos. Em cidades como Nova York ou Seul, os departamentos de trânsito obrigam que todos os táxis aceitem pagamento em cartão, por exemplo. Queremos trazer tudo isso para cá, criar um padrão global de serviço de táxi”, afirma.
 

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