Com rosas nas mãos, cerca de 60 pessoas se reuniram hoje (12) à noite em volta da estátua Iracema Guardiã, na avenida Beira Mar, em Fortaleza, para prestar solidariedade à presidenta Dilma Rousseff, afastada do cargo por até180 dias, pelo Senado Federal, na madrugada desta quinta-feira, com a instauração do processo de impeachment por crime de responsabilidade.

O ato Rosas para Dilma, Rosas pela Democracia foi organizado pelo coletivo Médicos pela Democracia, pela União da Juventude Socialista (UJS) e por outros grupos contrários ao impeachment da presidenta. “Escolhemos a estátua de Iracema por ser ela uma guerreira. É uma homenagem simbólica à presidenta, acolhendo-a como se fosse um abraço nela para que continue a luta”, explica o médico Manuel Fonseca, integrante do coletivo, referindo-se à personagem criada pelo escritor José de Alencar.

Os participantes do ato cantaram músicas símbolos do período da ditadura militar (1964-1985), como Roda Viva e Pra Não Dizer Que Não Falei Das Flores e entoaram palavras de ordem em defesa do mandato de Dilma Rousseff e contra o governo do presidente interino Michel Temer.

Para Fonseca, esse período inicial é de luto, mas o ato de hoje teve o sentido de reanimar as pessoas: “Foi um ato poético, de muita emoção, no sentido de fazer com que as pessoas absorvam o golpe, mas o transformem em vontade de lutar.”