BRASIL

Atos anti-impeachment esperam superar hoje público dos contra Dilma; Confira

Pela primeira vez desde que foi iniciada a guerra ideológica nas ruas entre os favoráveis ao impeachment da presidente da República e os contrários ao processo contra Dilma Rousseff, em março deste ano, o número de manifestantes do segundo grupo pode superar o do primeiro, em ato a ser realizado nesta quarta-feira (16).

É o que acreditam os principais organizadores dos protestos da esquerda, que ocorrem exatamente três dias após movimentos anti-Dilma registrarem o número mais baixo de manifestantes em seus atos, no último domingo (13), apesar de terem sido realizados dez dias após o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), acatar o processo de impeachment, em 2 de dezembro.

Com o apoio aberto do Partido dos Trabalhadores, o ato promovido por movimentos sociais, centrais sindicais e organizações como a União Nacional dos Estudantes (UNE) é previsto para ser realizado em todas as capitais brasileiras, no período vespertino.

Como sempre, o principal e maior dos atos está previsto para ocorrer na capital paulista, com concentração no Museu de Arte de São Paulo (Masp), a partir das 17h – de onde os manifestantes marcharão em direção à Praça da República, região central da cidade, complicando o tráfego de veículos na região.

E é justamente o protesto na maior cidade do País que pode ser usado para comparar os números entre os favoráveis e os contrários ao impeachment. De acordo com o Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto (MTST), que costumeiramente o grupo que mais leva manifestantes a atos do gênero, 50 mil pessoas devem comparecer à manifestação desta quarta-feira na capital paulista.

Levantamento da Polícia Militar e do Instituto Datafolha afirma que o público na mesma via no último domingo ficou entre 30 mil e 40 mil, no menor dos protestos contra a presidente na cidade em 2015 – os anteriores ficaram entre 100 mil e 240 mil, de acordo com o instituto; e entre 275 mil e 1 milhão, segundo a PM.

"A diminuição de público reflete que, mesmo pra quem defende a queda do governo, é difícil ir para as ruas defender um processo sem legitimidade aberto por um político corrupto como o Cunha", analisa ao iG Guilherme Boulos, principal liderança do MTST. "São movimentos que têm perdido força independente de qualquer coisa. Está claro que não dá para seguir em frente com o processo de impeachment."

Apoio integral do PT
Assim como ocorreu após os atos dos grupos anti-Dilma de 16 de agosto, o Partido dos Trabalhadores apoiará oficialmente os protestos desta quarta-feira. E tem dedicado grande mobilização para colocar sua militância nas ruas desde que os atos foram anunciados, na semana passada.

Mesmo em grandes cidades em que não há protestos previstos, a Secretaria de Mobilização Nacional do partido está orientando os militantes do PT a organizarem seus próprios atos, engrandecendo a data já batizada de "Dia Nacional de Mobilização – Contra o Impeachment e o Ajuste Fiscal – Fora Cunha".

"Assim que foi aberto o processo de impeachment, reunimos a executiva do partido e deliberamos que faríamos atividades conjuntas contra o golpe e a favor da democracia no dia 16, antes mesmo de sabermos dos protestos do dia 13. Então, não queremos comparar um ao outro, apesar que seria ótimo superarmos o público dos atos contra a presidente", ressalta Maristela Mattos, secretária da Mobilização Nacional do partido. "A ideia é que, além dos militantes, tenhamos toda a base parlamentar do PT nas ruas, independente da cidade onde estiverem. Isso mostra a união de todos contra o golpe."

Apesar da participação do partido, os organizadores dos protestos ressaltam que o não apoio ao impeachment não elimina o fato de que o governo Dilma também será criticado no protesto, como ocorreu em atos anteriores.

"Não é um ato de defesa ao governo. Tanto que muitos dos grupos que participaram de
outros atos não irão agora. Simpatizantes do PT que tentarem transformar o protesto em uma defesa descarada da presidente não terão espaço", garante José Afonso Silva, secretário Nacional do MTST.

"Isso pode até causar confusão, especialmente na mídia. Mas o mundo não é preto no branco. Não é porque somos contra o impeachment que defendemos o governo da presidente. Iremos focar fortemente na crítica contra uma Dilma que ataca os direitos dos trabalhadores, cortando verbas do serviço público e reduzindo programas sociais. Não vamos aceitar isso." 

O ato pró-Dilma de hoje foi convocado para diversas cidades do país. Em alguns estados como no Rio Grande do Sul, Rio Grande do Norte, Santa Catarina, Roraima e Rondônia, as manifestações ocorrem no decorrer da semana. As maiores mobilizações devem acontecer no Rio de Janeiro, onde a CUT promove hoje um show na Cinelândia, com vários artistas – intercalando falas, música e vídeos de artistas, e em São Paulo, na sexta, onde uma caminhada deve partir do Vão Livre do Masp até a praça da República.

O evento acontece três dias depois de eleitores anti-Dilma, com o apoio da oposição, ir às ruas do país pressionar o Congresso Nacional pela admissibilidade do processo de impeachment da presidente. Embora ainda esteja recente o acolhimento da pauta por parte do presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB), os números registrados nos protesto foram os menores desde abril de 2015.

 

Confira alguns HORÁRIOs E LOCAis de mobilização nos estados:
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Bahia
16/12 – Ato em Salvador- BA, concentração às 15 horas no Campo Grande
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Paraíba
16/12 – Campina Grande, concentração às 15h Pça Clementino Procópio
16/12 – João Pessoa, concentração às 15h Pça da Independência
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Mato Grosso do Sul
16/12 – Campo Grande, 17h, Praça Ary Coelho.
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Rio de Janeiro
16/12 – Ato no Rio, concentração às 16h na ALERJ
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Pará
16/12 – Ato em Belém-PA. Concentração: 17:00 na Praça da República
16/12 – Ato em Marabá, em frente ao Ginásio da Folha 16, às 16h
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Paraná
16/12 Ato em Curitiba, às 17 horas concentração na Praça Santos Andrade
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Rio Grande do Sul
16/12- Ato em Porto Alegre, na Prefeitura 17h .
Minas Gerais
16/12 – Ato em BH concentração às 16h, na praça Afonso Arinos
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Pernambuco
16/12 – Ato em Recife às 15h Pca Oswaldo Cruz
16/12- Ato em Petrolina, concentração em frente ao INSS às 9h
16/12 – Ato em Caruaru concentração no marco zero às 9h
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Brasília
16/12 – Ato em Brasília, concentração às 16h no Mané Garrincha.
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São Paulo
16/12 – Ato no MASP às 17h
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Ceará
16/12 Ato em Fortaleza às 15hs, na Praça da Bandeira.
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Goiás
16/12 Ato na Assembleia Legislativa de Goiás as 15:00
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Sergipe
16/12 Aracajú às 15h na Praça General Valadão
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Maranhão
16/12 São Luís, concentração será às 14h30 na praça João Lisboa
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Rondônia
16/12 Porto Velho, concentração será na Pracinha do Esperança às 17h
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Espírito Santo
16/12 em Vitória a partir das 16h na Praça 8.
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Alagoas
16/12 em Maceió na Pça. Centenário às 9h
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Rio Grande do Norte
16/12 ato em Natal, no Midway Mall às 15h
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Santa Catarina
16/12 ato em Florianópolis na Pça Tancredo Neves às 16h 

Com informações do IG


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